Fazia quase um mês que Sherlock Holmes e John Watson começaram a namorar.
Não tinham contado nada para ninguém, então ninguém deveria saber, certo? Bom, sim, entretanto, mesmo que os dois não tivessem realmente exposto que estavam oficialmente juntos desta vez, os amigos do casal já sabiam.
Bom, não era de fato uma surpresa; Todos já esperavam que isso viesse a acontecer. Sherlock e John sempre foram muito próximos, até mesmo o jeito que falavam denunciava o tamanho afeto que sentiam um pelo outro; A preocupação genuína, as risadas, o apoio, tudo isso já era um sinal.
Quando Sherlock apareceu com um companheiro, de um dia para o outro, já passava pela cabeça das pessoas que era seu namorado, como um instinto. Porque todos, todos sabiam que Sherlock não tinha amigos. Todos sentiam a conexão formada tão rapidamente, a lealdade ligeiramente construída em menos de dois míseros dias.
Com um ano de amizade, até pelo simples olhar as pessoas conseguiam sentir a ternura, a confiança, a amizade, o amor entre os amigos. "Amigos"... Podiam mesmo os chamar assim? Podiam mesmo dizer que eram apenas "amigos"?
Não, dizer que aqueles dois eram apenas amigos era errado. Soava errado. Não parecia certo. Não estava certo. Quando separados, pareciam incompletos. Mas juntos, eram harmonia; Exalavam certeza, certeza de que estava tudo certo. Estava tudo bem.
Não entenderam isso rápido. Não do jeito que realmente é. Por muito tempo, anos, acharam que esses sentimentos eram apenas bobagem, era amizade, só estavam entendendo as coisas errado. Mas o desejo, a ternura, o afeto que sentiam um pelo outro? Não, aquilo não podia ser chamado de amizade. Pelo menos não só de amizade.
Tinha algo a mais. Mesmo que demorassem meses, anos, séculos, iram perceber. Porque é perceptível até para aqueles que não são capazes de enxergar o que o Holmes enxergava. Nem todos conseguiam ler todos como livros, descobrir toda a vida de alguém apenas olhando para ela; Mas todos, com certeza, conseguiam perceber que não tinha apenas amizade ou irmandade naqueles olhares.
Em meio a uma das noites silenciosas de Londres, Lestrade estava com a sargento Donovan, olhando as ruas pela janela de seu escritório. Holmes e Watson tinham acabado de sair de lá, mais um caso resolvido.
— Esses dois – Sally comenta – Eles estão mostrando que estão juntos agora, percebeu?
— Não é como se não mostrassem antes. – Disse – Nem que fosse involuntariamente, esses dois parecem estar mostrando que estão juntos desde o dia daquele primeiro caso, quando conhecemos John…
Greg riu baixo lembrando de todas as vezes que John disse não ser gay. A ignorância sobre certas coisas podem realmente formar barreiras e te impedir de coisas; John não sabia muito sobre o assunto de sexualidade, pensava que o mundo se separava entre héteros, lésbicas e gays; Mas as coisas não funcionam assim.
— Fiquei surpresa quando me toquei que eles realmente não eram um casal – A mulher riu – Como alguém tão bonzinho como John pode ter se apaixonado por alguém tão… doido como o Sherlock?
— Os opostos realmente se atraem, Donovan. – Disse, com um tom poético, como se estivesse recitando uma poesia, olhando a rua pela janela. – Só sei que estou feliz que eles estejam felizes.
— É.. – Disse Sally, por fim, pegando seu casaco encostado na cadeira. – Boa noite, Lestrade.
— Até amanhã, Sally.
A alguns metros de distância estavam Sherlock e John, a luz que a Lua refletia do Sol iluminando os dois, que estavam esperando um táxi para ir para casa. Sherlock observava as estrelas, fazendo John lembrar sobre a vez que descobriu que Sherlock não sabia sobre o sistema solar, gerando um pequeno sorriso, quase imperceptível, nos lábios do mais baixo.
— Esse caso foi rápido – O loiro disse, observando o Holmes
— Sim – Respondeu – Espero não ficar entediado.
John ri baixo.
— Eu também espero…
Um silêncio paira entre eles. Mas não era desconfortável, não, de forma alguma; Era aquele tipo de silêncio que existia porque as duas pessoas queriam dizer algo, mas não conseguiam.
— John. – Chamou-o, enfim.
— Sim? – John não recebeu a resposta de imediato, um silêncio permaneceu por alguns segundos até Sherlock abrir a boca.
— A Lua… – Começou – Está linda hoje.
"A Lua está linda hoje", uma expressão japonesa para "Eu te amo". Expressar sentimentos por palavras, pelo menos de forma clara e direta, ainda era difícil para Sherlock. Não importava se John não soubesse o que significava, não estava esperando por isso, não. Apenas queria dizer, sem esperar que o outro entendesse ou desse a resposta certa.
— As estrelas também.. – John respondeu, olhando para o céu. Um comentário solto, inocente, apenas em concordância. O moreno o olhou com incredulidade, deixando o loiro confuso. – O que?
— Nada..
John, mesmo sem saber, deu a resposta que Sherlock não esperava ouvir. Sentimentos são realmente algo estranho…
— Eu disse algo errado?
— Não, John.. – disse – Muito pelo contrário…
— Como assim?
— Táxi! – Indicou para o carro que passava, querendo contornar o assunto. – Vamos, entre. Vamos para casa.
— Sherlock
— Entre. – O interrompeu, recebendo uma resposta de desistência do namorado. John entra no carro junto com Sherlock e os dois vão para casa.
Enquanto ainda estavam no carro, indo em direção a Rua Baker, a lembrança de um dia no necrotério vem à tona na cabeça de Sherlock.
Estava fazendo experimentos para o caso, com a ajuda de Molly.
— Então – Começou – Estão realmente juntos agora.. Você e o John?
Sherlock a olha, confuso. Não tinham contado isso, então como ela sabia?
— Sim… Como você..
— Ah, Sherlock… – Ela o interrompe. – Não é difícil de enxergar. – Ela sorri. – Sabe, não é como se tivesse mudado muita coisa no comportamento de vocês, mas… Acho que só… Deu pra perceber. Vocês sempre agiram assim, por isso que todo mundo achava que eram um casal de primeira.. Dá pra ver no olhar de vocês.
O homem fica sem palavras e a ajudante ri.
— Eu quase não percebi, sabe? Eu só senti, porque nada mudou. Continua igual, parece até que foi feito pra ser assim; Sherlock Holmes e John Watson… Vocês parecem se encaixar, serem destinados a ficarem juntos. – A amiga sorri, lembrando dos tempos passados. – Certo, volte a trabalhar. O assassino ainda está por aí, perdão por te distrair – Fala, entre uma leve risada.
— Obrigado, Molly. – Disse – Por… sempre estar aqui. Mesmo eu sendo rude e… babaca as vezes.
— Por nada, Sherlock – Ela sorri, amigável, e eles voltam a trabalhar.
'Sherlock Holmes e John Watson'… A voz da amiga ecoa em sua cabeça. 'Vocês parecem se encaixar, serem destinados a ficarem juntos.'
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JohnLock one-shots!
RomanceQuando eu tiver meus picos de energia e de vício em escrever gays, pode ter certeza que vou atualizar isso aquiKKKK - A. perdão qualquer erro de português, nem sempre que reviso eu percebo-