Era Natal.
Boas festas! É o que todos diziam para todos por aí, a neve já cobria algumas casas nas ruas de Londres. E no 221B da rua Baker se encontrava a dupla de sempre.
Bom, quer dizer, não era só John e Sherlock que estavam no flat, a presença de Mycroft incomodava Sherlock, que repetia algumas vezes para o irmão mais velho se retirar da casa. Esse que ignorava todas essas vezes.
— Mycroft, já está na hora de ir pra casa, a mamãe está preocupada. – Sherlock fala, irônico, pulando de sua poltrona e se dirigindo à cozinha. John o encara.
— Sherlock, me escute–
— Não quero te escutar, agora, por gentileza, querido irmão, pode sair da minha casa?
— Sherlock, é Natal! Mamãe e papai ficariam felizes em te ver!
— Não me importo, eu não quero ir e nem vou pra lá. Já disse, não vou falar mais vezes.
Mycroft estava já a alguns minutos – 22 minutos, para ser mais exato – tentando convencer Sherlock a passar o Natal com a família. Em sua antiga casa.
A verdade é que Sherlock não queria sair do 221B pois não queria passar o Natal sem John. Mesmo que, no fundo, sentisse falta de sua família, não iria abrir mão de um momento assim com o loiro.
— Sherlock, seu irmão está certo, é sua família! – John fala e Sherlock o encara, franzindo o cenho.
— O que?
— É, por que não passar o Natal com eles? – O loiro pergunta, fazendo uma confusão na cabeça de Sherlock. John e Mycroft estão falando para ele fazer a mesma coisa, o que ele faz agora?
Sherlock fica em silêncio por alguns segundos, encarando o loiro.
— Vou pensar.
— Que bom, irmãozinho – Mycroft sorri. Aquele sorriso que Sherlock odeia, porque parece, e provavelmente é, falso.
— Pronto, já pode ir embora. – O moreno empurra o Holmes mais velho para sair do flat
— Me mande uma mensagem se resolver ir!
— Tá, tá! – Diz, por fim, fechando a porta e suspirando.
— Por que não quer ir? – John pergunta, de repente. Sherlock levanta o olhar para vê-lo – Quero dizer, não deve ser tão ruim, deve?
— Ah, John.. – O mais alto se desencosta da porta e vai até a cozinha – Você não tem ideia de como minha família é insuportável.
— Ah, vamos, não fale assim, Sherlock! É sua família! – Watson o repreende, fazendo-o revirar os olhos – Por que não quer vê-los?
— Por razões pessoais. – Responde, rápido e seco.
— Não seja tão amargo, Sherlock… – John diz, olhando para a janela. As ruas estavam brancas pela neve e o Sol se escondia entre as nuvens. John imaginou como deve estar a praça. – Que tal darmos uma caminhada?
— Caminhada? Nesse clima? Na neve? – O Holmes o olha confuso, mas vê um pequeno sorriso se formar nos lábios do amigo
— É. Vamos? Vai ser legal – Seus olhos e seu sorriso, tão simpáticos, que fazem Sherlock tremer da cabeça aos pés, o impediram de recusar o pedido de John. O moreno pega seu sobretudo, o cachecol e luvas para suportar o frio lá fora e espera John fazer o mesmo, então saem para a rua.
As casas já estavam com decoração de Natal fazia já um tempo – As pessoas costumam decorar suas casas algumas semanas antes dos feriados –, A neve, muito branca, já estava por cima de muitos dos enfeites. Havia nevado muito na noite passada.
Não podia negar que estava bonito, apesar de muito frio. Eles caminham até a praça, que estava tão bonita quanto John pensava que estaria: A neve em cima de alguns galhos da árvore sem folhas, os banquinhos e o piso cheios da neve pura.
John limpa um dos bancos e se senta. Sherlock logo se senta ao seu lado. Eles ficam em silêncio por alguns poucos minutos, até que John chama o moreno
— Sherlock
— Sim?
— Quer fazer um boneco de neve? – Sherlock se surpreende
— Sério?
— Sim.
— Certo. Pode ser. – Ele se levanta, deixando John um pouco surpreso. Não achou que o moreno iria aceitar tão rápido. Então se levanta e o segue para começar a fazer o boneco.
Enquanto Sherlock se distrai tentando virar a bola de neve para a mesma ficar maior, John faz uma pequena bolinha de neve
— Sherlock!
— Sim?
— Pensa rápido! – Ele fala, jogando a bolinha de neve logo em seguida, acertando o moreno nos braços. Eles riem e Sherlock se agacha para também fazer uma
— Você vai ver! – Ele diz, amassando a neve nas mãos e sorrindo.
Esse sorriso… O sorriso que deixava John fraco, bobo. Sua barriga se enchia de borboletas; era apaixonado por cada pedaço de Sherlock.
Mas então ele volta para a realidade e corre para trás da árvore, com intenção de se esconder do Holmes; esse que o segue correndo, assim que o vê joga a bolinha para tentar acertá-lo, conseguindo em seu ombro, assim começando uma guerra de bolinhas de neve.
Correram e riram muito até que se cansaram e sentaram no banquinho de novo, ofegantes. A idade está chegando… John pensa, rindo.
— Então eu ganhei – Sherlock diz, vendo uma cara de indignação acompanhada por um sorriso no rosto corado pelo frio de John – Eu te acertei mais vezes!
— Como você sabe?? – Ele pergunta, rindo
— Eu contei!
— E como vou saber que não está mentindo?
— Bom… – Seu olhar se desvia por um segundo para a boca de John, e depois de novo para seus olhos. – Não tem como provar, mas eu contei – Diz, num sorriso que John retribui.
— Nem terminamos o boneco… – O loiro diz, desviando o olhar para a grande bola de neve a uma pequena distância dos dois
Sherlock analisa o rosto adorável de John. A vontade de tomar seus lábios para si o invade novamente, como já vem invadindo há um tempo. Mas dessa vez ele não sabe se irá conseguir resistir ao desejo de o beijar.
Ele pega o queixo do Watson com delicadeza, o virando para olhar nos olhos do mais alto. 'O olhar magnífico.' O pensamento martela na cabeça de Sherlock. John o olha um pouco confuso, alternando entre seus olhos e a boca de Sherlock.
— Sherl…
O homem é rapidamente interrompido por Sherlock tomando seus lábios. Quente. O beijo era quente. As mãos de John sobem para a nuca e os cabelos de Sherlock, fazendo-o sorrir entre o beijo e John derrete com a ação do mais novo.
Uma vontade que os dois tinham há muito tempo, talvez até anos. A concretização de que o sentimento era mútuo que os dois precisavam. De repente, os dois estavam ofegantes novamente, mas não por estarem correndo dessa vez.
Infelizmente tiveram que se separar para respirar, mas não desviaram o olhar em momento nenhum. 'Talvez o Natal não seja mais tão ruim assim..' Pensa Sherlock, soltando um pequeno sorriso que o Watson retribui.
— Vamos terminar o boneco? – John pergunta, entre um sorriso.
— Claro – Sherlock responde, retribuindo seu sorriso.
Não importa onde Sherlock passasse o Natal esse ano, com sua família ou John; com certeza esse seria o melhor Natal que já teve em toda sua vida.
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JohnLock one-shots!
RomanceQuando eu tiver meus picos de energia e de vício em escrever gays, pode ter certeza que vou atualizar isso aquiKKKK - A. perdão qualquer erro de português, nem sempre que reviso eu percebo-