"A adolescência é o melhor período da sua vida!" todos diziam
Mas a adolescência de Sherlock não estava sendo nada boa.
Os jovens são realmente cruéis quando querem. Na escola de Sherlock o moreno é constantemente chamado de "aberração" ou de "psicopata". Os garotos do time de futebol faziam bullying com ele e já tinham batido muito nele.
Mas Sherlock tentava sempre não dar a mínima. Não ligava de estar sempre sozinho, ele tinha a ele mesmo, seus experimentos, os casos e o Barba Ruiva, seu cachorro, fiel e companheiro.
Não via realmente problema em não ter amigos, estava bem assim, ninguém poderia o machucar novamente se estivesse sozinho.
Mas o problema era aquele maldito novato loiro de olhos castanhos.
Desde que viu o garoto pela primeira vez, andando pelo corredor, um pouco perdido e um sorriso nervoso nos lábios, percebeu o quanto era atraente. Céus, aqueles olhos e aquele sorriso, não era humanamente possível alguém ser tão belo.
Uma vez, na aula de história, estava encarando alguns pontos da sala de aula quando começou a encará-lo. Segundos depois o loiro virou o rosto e seus olhos se encontraram.
Sherlock não conseguia explicar por que aquele mísero encontro de seus olhos com os do novato o fazia sentir tantas coisas, mas fazia. Fazia o garoto sentir seu estômago revirar, seu coração errar uma batida e seu rosto queimar. Ele rapidamente desviou o olhar e virou o rosto para encarar o pátio pela janela à sua direita.
De repente, quando percebeu num dia que o garoto faltara, uma tristeza invadiu seu peito. O Holmes se sentiu confuso pois nunca tinha se sentido assim por ninguém. Por que agora? Por que com ele? Esse dia foi mais cinza do que os outros.
Em outro dia, estava passando pelos corredores quando um dos idiotas do time de futebol esbarrou exageradamente no cacheado, fazendo com que os livros que o garoto levava com si caissem no chão.
Xingava baixinho quando uma voz doce e agradável chegou aos seus ouvidos.
— Tudo bem? Precisa de ajuda? – O novato disse, abaixado a sua frente, juntando os livros com o moreno. – Aquele idiota não olha por onde anda?
Sherlock estava surpreso demais com sua beleza para falar, mas então acordou
— Não... Parece que não olha... – Desviou o olhar para os livros – Obrigado.
— Não há de que! – Disse, num sorriso que fez o Holmes sentir suas bochechas quentes – John Watson, prazer! – Ele estendeu a mão para ajudar o moreno a levantar
— Sherlock... Sherlock Holmes.
John percebeu agora, com o Holmes a sua frente, como o garoto era bonito. 'Não' pensou 'Bonito é uma ofensa. Ele é maravilhoso.'
— Bom, Sherlock Holmes – Ele disse – Até mais tarde!
— Até.
Os dias se passaram e os dois se falaram mais vezes, até que, quando percebeu, John já o seguia para onde ia. Agora ele tinha um amigo. Alguém que não o chamava de aberração, ou de psicopata; Alguém que não o agredia, que não o enchia de chutes e ria de sua cara.
Ele tinha um amigo.
Mas ele não via John apenas como amigo.
Sherlock queria poder dizer que John era dele, queria poder beijar os lábios do loiro quando quisesse, sem medo de sua reação ser ruim. Queria que, ao invés de John falar em como outras garotas da escola eram bonitas, falar como Sherlock era bonito.
Sherlock estava sentado em baixo de uma árvore, ao lado oposto ao pátio onde todos ficavam. Lia seu livro ao agradável som do silêncio. Ouvia, as vezes, alguns gritos vindo do outro lado, mas ignorava-os como podia.
Mas seu sentido disse que alguém se aproximava e ele começou a ouvir passos vindo até ele. Não levantou o olhar. Temeu, por alguns pouquíssimos segundos que fosse alguém do time de futebol, mas descartou a ideia. Se fosse, certamente chegaria já xingando o moreno.
Então sentiu um cheiro bom e familiar. Era o perfume de John. O loiro sentou ao lado do cacheado, ainda em silêncio. Não falou nada, apenas sentou ao lado de Sherlock, apreciando o lugar e olhando para o Holmes as vezes.
— O que está fazendo aqui? – O Holmes perguntou, de repente.
— No pátio é muito barulhento. E quando te vi aqui, imediatamente concordei que seria melhor vir pra cá.
Ficaram em silêncio novamente. Um pensamento intrusivo da cabeça de Sherlock disse que seria uma boa ideia se declarar agora, mas ele calou-o rapidamente. John falou novamente:
— Sherlock. Quero te dizer uma coisa.
O coração do cacheado se encheu de esperança, mas tentou afastar sentimentos, para evitar decepções. Provavelmente não era nada de mais.
— Pode falar. – Ouviu o loiro suspirar
— Faz um tempo que.. parei pra pensar nos meus sentimentos. Eu sinto coisas diferentes quando tô com você, diferentes de um jeito bom... – Sherlock sentiu seu coração bater mais rápido – O que eu quero dizer é que... – Pausou mais uma vez – Eu acho que tô apaixonado por você, Sherlock.
Ele disse, olhando nos olhos azuis de Sherlock, os lindos olhos azuis. Sherlock sentiu seu rosto ruborizar, estava realmente surpreso. Alguém o amava de volta? Isso era inacreditável.
— Eu sei que você não sente nada disso por mim, e tá tudo bem! Eu espero que a gente continue amigo e–
John foi interrompido pelos lábios do Holmes tomando os seus. O moreno segurava o rosto do loiro em uma das mãos e a cintura na outra, enquanto o Watson levou as suas rapidamente ao rosto do cacheado, abrindo os lábios para aprofundar mais o ósculo.
Os dois, claramente, tinham esperado muito pelo toque de seus lábios, e demonstravam isso no beijo, quase que implorando pela interação que suas línguas tinham.
O ar infelizmente fez falta, fazendo-os se separarem, mas John dava pequenos selares nos lábios do moreno e em volta de sua boca. O moreno sorria com a ação do loiro.
Se olharam, sorriram e começaram a rir. Até que Sherlock se deu conta que durante o beijo estava impulsionando o Watson para trás, fazendo-o quase deitar no gramado verde.
— Eu não acredito nisso. – Disse John, sorrindo
— Eu não acredito nisso!! – Respondeu Sherlock, com um sorriso no rosto e um tom de incredulidade que fez John rir – Quem iria gostar da "aberração" ou do "psicopata" que não fala com ninguém e vive quieto por ai?
— Eu iria. Na verdade, eu gosto. – John sentiu seu coração errar várias batidas com os olhos de Sherlock fixando os seus.
— Quando eu digo que você é único... – Eles riram
Eles ouvem o barulho agudo do sinal, indicando que estava na hora de subir para mais uma aula e sorriem um para o outro.
— Vamos? – John perguntou, acariciando a bochecha do mais novo
— Vamos. – Sherlock respondeu, entrelaçando sua mão com a do loiro e se levantando. Não soltou a mão do mesmo até chegarem na sala de aula.
Sherlock sabia que agora tinha mais alguém, não estava mais sozinho e não precisava mais lidar com a solidão, mas, agora, sabendo que seus sentimentos por John eram correspondidos, se sentiu ainda menos sozinho e mais feliz. Costumava rejeitar sentimentos, até mesmo os seus próprios, mas aprendeu que eles podem não serem tão ruins assim.
E com John Watson ao seu lado, nunca mais iria se sentir sozinho como antes.
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JohnLock one-shots!
RomanceQuando eu tiver meus picos de energia e de vício em escrever gays, pode ter certeza que vou atualizar isso aquiKKKK - A. perdão qualquer erro de português, nem sempre que reviso eu percebo-