Roku

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Acordei de manhã com meu celular despertando, senti um peso em cima de mim e era Tamamo, ainda dormindo como uma pedra.

Tentei acordar ele para sair de cima de mim, mas ele resmungava e não acordava. Então, tentei sair de baixo dele, sem o mesmo ter que acordar.
Senti os braços dele me segurando com força, e os seus olhos se abrindo.

Tamamo: O que está fazendo? - Ele tentava abrir os olhos e falava bem rouco.

Mahina: Eu preciso me levantar, tenho que me arrumar para ir pro trabalho.

Tamamo: Vamos ficar mais um pouco aqui, tá confortável. - Ele foi se ajeitando em cima de mim, mas levantei com um pouco de esforço e saí do sofá.

Mahina: Eu realmente não posso, preciso trabalhar.

Tamamo: Que saco, eu odeio o seu trabalho!

Mahina: Ei, eu cuido dos animais, eu amo meu trabalho.

Tamamo: Vai se arrumar logo, humana chata. - Ele se levantou e foi pra cozinha.

Andei até o quarto e peguei minhas coisas, resolvi que iria tomar um banho. Depois, arrumei meu cabelo, coloquei uma calça e uma blusa.

Tamamo veio me chamar, ele disse que tinha feito o café da manhã para mim, então eu fui lá aproveitar e comer. Eu pensava que ele não sabia cozinhar, mas me surpreendeu.

Tamamo: Achou mesmo que eu não saberia como é a comida de vocês?

Mahina: Achei, estou bem surpresa.

Tamamo: Eu sei fazer várias, posso cozinhar sempre para você.

Mahina: Uau, isso é gentil! Gostaria de experimentar todas as receitas que você fizer.

Tamamo: São únicas e especiais, sou muito bom no que faço.

Mahina: Vou ter que concordar, isso aqui está muito bom.

Tamamo: Aquele seu ex, por que escolheu um cara como ele? - Me encarou.

Mahina: Eu não sei, talvez por ele ser mais velho, achei que seria bom namorar alguém que não fosse "muleque".

Tamamo: E do mesmo jeito, foi...

Mahina: Sim.

Tamamo: Ainda bem que eu cheguei e estou aqui!

Mahina: Como assim?

Tamamo: Ué, não gostas de um homem mais velho? Estou aqui para você!

Mahina: Nunca perguntei, quantos anos você tem?

Tamamo: Não sou tão velho... Tenho apenas 500 anos. - Me engasguei com o café.

Mahina: 500 anos? Você nem parece ter essa idade!

Tamamo: Essa é a vantagem de ser uma raposa poderosa.

Mahina: Às vezes, nem parece que isso é real!

Tamamo: Pois é! Vocês humanos podem não acreditar, mas exitem outras realidades, que estão fora de seus alcances.

Mahina: Bom, eu já estou indo trabalhar, até depois.

Tamamo: É sério que eu terei que ficar aqui sozinho?

Mahina: Sim, eu volto logo. - Me levantei e peguei minhas coisas, depois saí de casa, tranquei a porta e segui meu caminho.

Quando cheguei na clínica veterinária, eu vi vários pacientes (animais) me esperando, todos balançando os rabinhos e alguns que eram novos, eu estava muito feliz em cuidar deles novamente.
Fui para minha sala e coloquei meu uniforme, arrumei tudo e peguei a prancheta, nela dizia quais animais eu atenderia.

A lista estava lotada, podia ver que eu demoraria mais que o esperado. A primeira a ser atendida, foi uma cadela que estava com a pata quebrada, cuidei dela e fiz um curativo...

***

Confesso que meu dia foi cheio e cansativo, tive vários animais para atender, alguns eram graves e outros, nem tanto.
Quando olhei no relógio, era exatamente nove e meia, eu me arrumei correndo e fui para a casa.

Demorou bem pouco, eu corri bastante e estava muito cansada.
Assim que abri a porta, senti algo me puxando para dentro e me agarrando.

Tamamo: Por que demorou tanto, humana tola!?

Mahina: Ei, pare de me ofender. E eu nem demorei!

Tamamo: Demorou demais, você não vai mais pra esse trabalho.

Mahina: Você está me obrigando a ficar em casa, isso é escravidão.

Tamamo: Não é escravidão, é preocupação.

Mahina: Obrigada, mas não tem motivos para se preocupar.

Tamamo: Lógico que tem, você não entende, pois é uma humana tola.

Mahina: Eu não sou tola!

Tamamo: É sim... - Ele encostou o rosto no meu pescoço e começou a me cheirar, foi descendo e me cheirando em várias partes do corpo, como mãos, barriga, braços, até voltar para meu pescoço.

Mahina: Ei, pare com isso... - Estava me sentindo estranha.

Tamamo: Que cheiros são esses? Cheiros de pulgas e bichos, animais fedidos!

Mahina: Eu ainda não tomei banho, deve ser por isso.

Tamamo: Esses cheiros horríveis estão tirando o seu delicioso cheiro, você está me traindo!

Mahina: Que papo é esse? Onde eu fui me meter. - Bati a mão na testa e fechei os olhos - Vou tomar um banho, me solta.

Tamamo: Eu vou com você, quero ter certeza que vai sair todo esse cheiro ruim.

Mahina: Eu não vou tomar banho com você!

Tamamo: E por que não?

Mahina: Por que não podemos fazer isso, só faz isso quem tem intimidade com o outro.

Tamamo: Então vai logo, você tem que tirar esse cheiro ruim de você!

Mahina: Tá, eu vou lá. - Me soltei dele e comecei a andar, vi que a casa estava arrumada e brilhando - O que aconteceu com a casa?

Tamamo: Eu a limpei, estava tudo sujo e você não lava suas roupas direito!

Mahina: Eu não tenho tempo, você não deveria estar mexendo em minhas roupas.

Tamamo: Eu peguei várias roupas suas e as joguei fora, elas estavam rasgadas e velhas.

Mahina: Não era pra jogar fora, eu as usava dentro de casa.

Tamamo: Isso não é nada elegante, depois compramos roupas novas para você, agora vai tomar banho.

Mahina: Eu estou indo, que insistente.

Tamamo: Não é pra demorar muito, a janta está pronta e vai esfriar.

Mahina: Ok, eu agradeço muito... Mas, não é pra você ser meu empregado não! - Entrei no quarto e peguei minhas coisas, fui tomar um banho pra tirar o tal cheiro, que Tamamo estava tão incomodado.







Ikemen Genjiden - Meu Kitsune (Tamamo)Onde histórias criam vida. Descubra agora