PRÓLOGO

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SÁBADO, 18 DE MARÇO DE 2017

SAN DIEGO, Califórnia.

Pelas frestas das longas cortinas, de um tom de branco quase transparente, os raios solares irradiavam lentamente a extensão do quarto. Nada melhor do que um dia ensolarado, numa data tão especial.

O observava, ao meu lado direito. Seus olhos cerrados e respiração plácida, dormindo serenamente. Sorri.

Era praticamente impossível impedir que os meus pensamentos flutuassem para longe, fazendo-me por mais um dia, refém do passado. Então, permitir que minhas pálpebras cobrissem os meus olhos novamente, enquanto o meu cérebro instantaneamente buscava em minha amígdala as lembranças de cinco anos atrás.

Meu olfato inalava o cheiro do pecado que pairava intensivamente sobre a minha carne. Ainda assim, permitir nocivamente que o calor atingisse inerentemente, não somente ao meu corpo, mas também, a minha alma. Talvez fosse o fogo do inferno, talvez. Mesmo se esse fosse o caso, desejei-me queimar nessas chamas prementemente, sem viabilizar as consequências.

Perdi radicalmente a minha sanidade, quando percebi que através do suave tom de mel que irradiavam dos seus hipnotizantes olhos, haviam faíscas do fogo, que a minha insana mente, acreditava, que eram apenas em mim que reluziam. Engano.

A história que será contada não tende a ser comum. Na verdade, ainda que passe trilhões de anos, nunca será.

A verdade, é que trata-se do meu segredo. O meu maior segredo. Você o guardaria para mim? Por tudo que há de mais sagrado! Suplico que o faça.

Eu poderia começar com "era uma vez", mas essa não é uma história da qual possa ser comparada a um conto de fadas. Tampouco é algo de que eu possa orgulhar-me. É só.... pecado.

Uma palavra de seis letras, que acarreta milhões de culpas, julgamentos e muitas lágrimas.
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