Capítulo Três

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Faz vinte e quatro horas que Dexter viajou mais uma vez, a negócios. Adentrei a Catedral e acomodei-me em um dos assentos. Pousei as rosas amarelas ao meu lado. Enquanto assistia ao lindo ensaio do coral. Mais uma música modificada magnificamente pelo padre, Bieber. Assim que terminou o ensaio, ele sentou-se ao meu lado.

––– Trouxe para o seu arranjo de flores.

––– Amarelas, as minhas favoritas. Gentileza de sua parte, obrigado. ––– ele sorriu. ––– Talvez uma xícara de chocolate quente não compense essas lindas rosas, mas ainda assim, espero que aceite. ––– eu sorri.

Seguimos para os seus aposentos. Exatamente do mesmo jeito que vi da última/primeira vez que vim até aqui.

trocou as rosas amarelas murchas que estavam dentro do vaso, substituindo pelas que lhe trouxe.

––– Como tem passado, Srª. Heinzenn? ––– perguntou seguindo até o armário, pegando ingredientes para preparar as bebidas quentes.

––– Eu estou bem, padre. E o senhor? Deixe-me ajudá-lo.

Aproximei-me dele.

––– Feliz por estar bem. ––– eu sorri.

Estávamos conversando sobre o padre, Oliver enquanto tomávamos nossos chocolates quentes.

––– ... Que tal o visitarmos? ––– perguntei enquanto lavava a louça e ele secava, guardando-as.

––– Quando?

––– Agora. Podemos ir no meu carro.

––– O Sr. Heinzenn não irá se importar pela senhora sair da cidade?

––– Ele está em Seattle. De qualquer forma, estarei acompanhada de um padre, indo visitar um outro. Que mal há nisso?

Segui até a minha residência, com o intuito de pegar apenas uma muda de roupa. Avisei a Francesca, (uma de nossas funcionárias domésticas) que se o Dexter ligasse, era para ela dizer, que fui visitar uma amiga adoentada. O que não era totalmente mentira.

Retornei à Catedral. O padre Bieber acompanhou-me até o meu veículo, usando roupa de frio, comum. Lá estava ele ao meu lado no carro, parecendo um londrino como outro qualquer. E se ele fosse apenas um homem comum? Será que poderia haver algo entre nós? Suspirei, dissipando-me dos pensamentos impossíveis.

O padre Bieber, tomou a direção, levando-nos até a pequena cidade de Guildford, que fica mais ou menos a meia hora de Londres.

Descemos do carro, próximos a um pequeno chalé a frente das montanhas. Era de fato uma bela paisagem. Tinha me esquecido como a simplicidade da natureza era tão tranquilizador. Mesmo morando tão próxima a Guildford, visitei essa cidade pouquíssimas vezes, talvez duas, quando criança. Agora aqui estou, em um ambiente purificador de alma, com um homem extremamente agradável.

O padre, Bieber bateu na porta, que foi aberta em poucos instantes. Uma mulher rechonchuda de baixa estatura apareceu em nossa frente. Seu rosto era avermelhado e emburrado, seus cabelos quase completamente brancos, presos em um coque baixo.

––– Olá, minha linda Olívia, como vai? ––– ele a cumprimentou com um beijo na bochecha.

––– Essa é a sua namorada, Justin? Finalmente criou juízo. ––– disse ela ainda de feição emburrada.

––– Não, Olívia. Você sabe que sou padre.

––– Cada louco com as suas loucuras. O Oliver eu até entendo, é feio mesmo, além de ser chato, jamais iria se casar. Mas você, tão lindo. ––– ela negou com a cabeça. O padre Bieber corou.

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⏰ Última atualização: Apr 05, 2023 ⏰

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