[Prólogo]

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E lá vamos nós de novo com outra estória. 💋❤

Boa leitura.

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J E N N I E

Quando eu tinha por volta dos meus nove anos de idade, minha mãe me pegou empilhando, com mãos desnudas, pedaços de carvão em brasa dentro da lareira.   

Naquela noite, Seulnjin estava gelada até a alma, um tipo de frio que apenas Eldoria conhece, quando o sol se põe mais cedo deixando o céu com uma tonalidade alaranjada e rosa-avermelhada, enquanto as árvores e arbustos se silenciam sob a escuridão crescente e a temperatura diminui gradualmente, é possível sentir uma atmosfera tranquila e nostálgica que convida a reflexão e a apreciação da beleza natural do mundo.

E a neve inclemente forma redemoinhos furiosos, cobrindo tudo ao seu redor com um manto branco e gelado. Minha irmã Nayeon e eu nos ajoelhamos no Grande Ádito, o templo mais sagrado dos quatro Reinos do Sul, nós duas pequeninas sob a abside cavernosa com a representação do deus do fogo.

As chamas que dançavam na lareira davam vida às paredes, desde a forja e as fogueiras usadas no preparo de alimentos pintadas do chão até o teto, onde os raios de sol davam lugar a um céu sombrio raiado de estrelas cadentes. Deveríamos dedicar alguns minutos à oração depois de nossos estudos, até que nossa mãe, a rainha, fosse nos buscar.

Em vez disso, arremessávamos lascas de madeira o mais longe que conseguíamos sobre as lajotas quentes, rindo enquanto o gato do templo saltava sobre os pedaços de madeira deslizantes. Mas então o fogo diminuiu, e um pedaço de lenha em chamas rolou para fora da lareira, criando uma chuva de fagulhas.

Nayeon gritou e saltou para trás. Contudo, algo me fez permanecer imóvel enquanto eu sentia a ponta dos meus dedos formigar. Quando agarrei o pedaço de madeira e o arremessei de volta à lareira, a sensação das chamas não passava de um leve roçar na minha pele, embora as pontas das minhas luvas de lã queimassem lentamente.

— Veja, Nay - falei, pegando um pouco das cinzas que haviam rolado para fora da lareira.

Na palma da minha mão que ainda formigava, chamas surgiram novamente, tão brilhantes quanto o fogo na lareira. A excitação percorreu meu corpo enquanto eu observava a chama arder. Eu não fazia ideia de que era possível segurar o fogo com as mãos, mas aquilo respondia a uma pergunta que eu me fazia e que nunca havia conseguido colocar em palavras.

— Você não deveria fazer isso - Minha irmã advertiu, desenhando o símbolo do deus do fogo no ar à sua frente.

— Mas é como aquelas histórias sobre os grandes feiticeiros - falei, com o entusiasmo que me tomava por completo — E se as pessoas ainda tiverem poderes? E se as outras histórias também forem verdadeiras? Sobre dragões e fadas? E sobre pessoas que assumem a forma de animais?

Falei sem parar, com as palavras saindo de minha boca como se tivessem vida própria, e fiquei zonza só de imaginar que o mundo poderia realmente estar cheio daqueles seres incríveis. E animada ao pensar que eu poderia ser um deles.

— Essas histórias foram inventadas para nos fazer dormir. Já somos grandinhas demais para acreditar nessas bobagens - Nayeon explicou brevemente. Fiz cara feia e continuei segurando a brasa na palma da mão.

— Então quer dizer que isto não é verdade? - Questionei perplexa com a nova informação.

— Não sei - ela respondeu e deu um passo para trás. Sua incerteza era algo estranho de se ver. Um dia ela seria rainha de Eldoria, e já se portava como se soubesse de tudo. Eu sempre quisera ser como minha irmã mais velha perfeita, mas nunca estivera à sua altura: eu era tímida demais, estudiosa demais e impulsiva demais para uma líder de verdade. Mas agora finalmente eu conseguia fazer algo de que ela não era capaz.

— Isto é real – insisti, e enfiei as duas mãos no fogo, mostrando a ela que as chamas não me afetavam. Empurrei um pedaço de madeira para o lado, construí uma torre de brasas e desenhei o brasão de nosso reino nas cinzas perto da pilha.

Foi então que nossa mãe chegou.

Ela deu um grito agudo e me puxou para fora das chamas, seu pânico se transformando em medo enquanto ela espanava as cinzas encontrava uma pele imaculada sob a fuligem.

— Princesas não brincam com fogo – ela me repreendeu com um olhar severo, mas o lampejo súbito e intenso de desespero perpassava pelos meus olhos.

Assustada e com as lágrimas nos olhos dela, prometi nunca mais fazer aquilo.

Uma promessa que se revelaria impossível de cumprir.

Mais tarde naquela noite, minha mãe me disse que o deus do fogo deve ter me concedido um dom, porque nosso reino mantinha o deus do fogo junto aos nossos corações. Ela disse que talvez minhas orações no Grande Ádito tivessem sido respondidas com magia, porque o templo ficava num lugar tão alto nas montanhas que os Seis Deuses quase nem precisavam baixar suas cabeças para ouvir nossas preces.

Àquela altura, já era tarde demais para anular meu noivado com o príncipe de Busanjin, embora o povo de seu reino acreditasse que o uso de magia era heresia. Mamãe insistiu que, se fosse ignorada em vez de estimulada, minha Afinidade com o fogo desapareceria como os pequenos dons de muitas pessoas. Ela nos proibiu – Nayeon e eu – de contar aquilo aos outros.

Nos anos seguintes, tentei ignorar a atração pelas chamas. Mas o desejo de me entregar ao formigamento que eu sentia em minhas mãos ou bochechas era mais forte do que uma coceira irritante. Entre minhas aulas de história, etiqueta e política, eu evocava a magia quando estava sozinha e brincava com ela como se fosse um truque para entreter as visitas.

Aos doze anos, eu conseguia fazer com que o fogo ardesse com mais intensidade ou com que algumas centelhas dançassem pelo piso. Minha magia era pequena e discreta, como tudo em mim, e fácil de manter em segredo.

Minha rotina continuava sendo um ensaio para o momento em que eu conhecesse meu noivo prometido, e meu segredo parecia uma coisa trivial. Eu acreditava que, contanto que prosseguisse com meu treinamento, nada poderia dar errado.

Mas algumas coisas são mais fortes do que anos de treino.

A atração do fogo.

A ânsia de liberdade.

Ou uma garota montada em um alazão.

ESTA ESTÓRIA NÃO É DE MINHA AUTORIA, PORTANTO, TODOS OS DEVIDOS CRÉDITOS VÃO PARA A AUDREY COULTHURST, A PESSOA QUE ESCREVEU O LIVRO COM O MESMO TÍTULO.

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⚠️ As personalidades dos personagens, não condizem com a realidade. Isso tudo é apenas uma estória fictícia, portanto, nada disso é real. ⚠️

Fogo E Estrelas (G!p) - JenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora