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J E N N I E


Ainda abalada pelos eventos da tarde, mal consegui me controlar o suficiente para escrever uma carta para minha mãe. A pena deslizava pela página, deixando a legibilidade apenas na intenção. Escrevi para lhe garantir que eu estava em segurança, embora quisesse lhe contar a verdade: a morte de Taehyung me deixara apavorada. Se eu ainda estivesse no escritório com ele, talvez também tivesse sido morta. Como aquilo podia ter acontecido? Onde estavam os guardas? E o mais importante: por que ele fora morto?

Eu teria dado tudo para falar com Nayeon, mas ela ainda estava em algum lugar entre Eldoria e Busanjin, a caminho do meu bazar de casamento. Eu queria que ela e minha mãe estivessem aqui para que pudéssemos orar juntas no Santuário, como costumávamos fazer em casa. Talvez isso me tranquilizasse um pouco.

Mas meus pais haviam decidido que seria melhor que eu viesse para Busanjin sozinha para me adaptar, e Nayeon estava vindo para o bazar só porque fazia sentido que ela me visitasse antes de assumir obrigações que tornariam as viagens mais difíceis para ela.

Meu pai quase nunca saía de Eldoria, graças aos seus deveres. E, depois do meu casamento, o inverno chegaria mais depressa no norte, o que significava que minha mãe provavelmente não viria me visitar antes do verão seguinte.

Assim que peguei a cera roxa para selar minha carta, as velas de vigília tremeluziram na minha janela – aquele foi o único aviso antes que uma pessoa em trajes imundos subisse no peitoril e pulasse para o chão. Gritei, e a magia explodiu em mim antes que pudesse refreá-la. As chamas das velas de vigília aumentaram, lançando uma chuva de centelhas pelo quarto.

— Sou só eu! - disse o invasor, cambaleando para a frente e quase colidindo com a minha harpa.

Recuei rapidamente, agarrando um atiçador que estava ao lado da lareira, e o brandi de um jeito que eu esperava que fosse ameaçador. Quando abri a boca para gritar mais uma vez, reconheci o rosto sujo.

— Pranpriya? - Suas roupas não passavam de trapos rústicos que disfarçavam seu sexo melhor do que eu poderia imaginar.

Uma batida forte soou na porta.

— Alteza? - a voz abafada de um vassalo atravessou a madeira pesada.

Lalisa avançou pelo quarto e mergulhou debaixo da cama enquanto o guarda abria uma fresta da porta. Escondi o atiçador de brasas atrás das costas, torcendo para que minhas saias o ocultassem.

— Algum problema? - o vassalo questionou com interesse em minha resposta aguardada por ele.

— Não. Desculpe. Estou muito assustada desde esta tarde, e achei que tivesse ouvido um barulho lá fora.

— Certo - ele disse com um suspiro de alívio — Diga-nos se ouvir qualquer outro barulho. - Ele correu os olhos pelo cômodo enquanto eu permanecia parada e tentava olhar para qualquer outro lugar que não fosse o quarto. Quando ele finalmente fechou a porta, soltei o ar, grata por ele não ter se dado ao trabalho de fazer um exame mais minucioso.

— O que faz aqui? - perguntei, largando o atiçador e me agachando para espiar debaixo da cama. Lalisa arrastou-se para fora e se pôs de pé.

— Por favor… pode me dizer quem morreu? - Meu estômago se revirou. Achei que ela estivesse de luto com Jungkook e com o rei naquela noite. Como ela podia não saber o que havia acontecido?

Fogo E Estrelas (G!p) - JenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora