𝑵𝒆𝒎 𝒐𝒔 𝑫𝒆𝒖𝒔𝒆𝒔 𝒔𝒆𝒓𝒂̃𝒐 𝒄𝒂𝒑𝒂𝒛𝒆𝒔 𝒅𝒆 𝒔𝒂𝒍𝒗𝒂́-𝒍𝒐𝒔.
Nya nunca pensou em como sua vida acabaria, muito menos daquela maneira. Uma noite que iniciou calma e terminou como um pesadelo, com chamas ardentes, suspiros angustiantes...
Uma fina e pequena nuvem de terra se formou a poucos centímetros do chão, quando o corpo de Nya foi jogado com força sobre ele. Outra vez. O ar faltou em seus pulmões, fazendo ela tossir e respirar ofegante, estava pronta para reclamar da dor aguda em suas costas. Risadas infantis rodearam seus ouvidos, suspirou tentado se manter calma. Mais um dia sua desgraça e sofrimento sendo chacota e diversão dos menores da cidade.
- Vamos, Nya, você consegue - Ebbe, o garotinho de nove anos, que sempre torcia pela nova aprendiz, gritou outra vez. Nya resmungou baixinho quando uma sombra pairou sobre seus olhos, "Se fazer fosse tão fácil quanto falar Ebbe" - Apenas um golpe.
- Vamos, mostre ao garoto que é o mínimo digna dele torcer por você - provocou Njörn. - Onde está todo aquele talento natural para lutar que Selena tanto falou?
- Na sua garganta quando eu o enfiar e fazê-lo engolir a força - disse entredentes tentando se levantar. Njörn chutou uma de suas mãos de apoio, seu queixo recebeu o impacto com dureza e uma pequena gota de sangue pintou a terra quando o levantou. - Após chutar tão forte a sua bunda que não conseguirá sentar-se por dias, é claro.
Um pouco afastado, os irmãos do mais jovem assassino riram das palavras ameaçadoras da garota, Cönrad sorriu orgulhoso da sua pequena protegida, enquanto Selena permanecia em silêncio e com o semblante impassível.
Nya! Nya! Nya! - seu nome foi cantarolado pelas crianças, entoando, torcendo junto a Ebbe.
Um sorriso coberto de vermelho cresceu em seus lábios enquanto se levantava. Seu oponente, atraído pelas vozes incessantes, olhou em direção contraria a que estava. Era a sua chance. O golpe prometido, um chute com a ponta do pé um pouco abaixo das nádegas, entre suas pernas, quase no ponto mais sensível, que o impulsionou uns passos à frente.
- Desgraçada! Filha de uma... - gritou desequilibrado.
Nya correu em sua direção, jogando o corpo ao chão para acertar os calcanhares de Njörn. O homem foi lançado centímetros para cima antes de ter uma dolorosa queda de costas, gemendo de dor, tentou se virar para levantar-se. A jovem se sentou em seu quadril, o puxando pela camisa e socando-o na mandíbula. Eufórica, ergueu os braços em comemoração aos que estavam assistindo quando o assassino cuspiu sangue.
Cönrad e Ebbe correram para abraçá-la, se jogando em seus braços. A Valkiria deu as costas a cena, sem dizer uma palavra durante todo treinamento, saiu satisfeita com o progresso que estavam tendo.
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- Isso fede demais - reclamou Nya, pela quarta vez. Tørvi apertou o hematoma em suas costas, perdendo a paciência. - Ai!
- Pare de reclamar! - disse irritada. - Nem Ebbe, com nove anos, é tão sensível à dor.
- Ele não ganha novos machucados diariamente para sentir essa dor - murmurou emburrada, virando o rosto para o outro lado com um bico fofo nos lábios.
