x Capítulo x 14 x

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Nos sentamos e ficamos jogando conversa fora ali mesmo. Com o tempo e com "papo vai e papo vem", a conversa desenrolou até algo ou alguém deitou sua cabeça sobre meu ombro. Era Gon, que fofinho.

- Mas que folga, hein?- apontou para o Gon

-É. - peguei a vara de pesca e entreguei ao Killua - Leva isso e eu levo o Gon!

Peguei o Gon no colo e ajeitei ele para não cair. Passei seus braços pelo meu ombro para me equilibrar. No mesmo instante, ele me abraçou em um aperto um pouco forte.

- É um bebezão mesmo.- debochou

- Quieto, Killua! Você vai acordá-lo. - me virei e andei em direção a porta, seguida pelo Killua bem atrás - Pode abrir aqui, fazendo favor?- sussurrei

- Tá' madame! Eu abro...- veio até a porta e abriu

- Brigada'!- passei pela porta

Assim que passamos pela porta, continuamos andando e entre nós, rolava' até um silêncio agradável. Mas eu precisava perguntar, estava na ponta da língua. O bom que ele me poupou da dificuldade de perguntá-lo.

- Tem algo te incomodando?- olhou para mim

- Tem...- arfei - É sobre o que aconteceu hoje de manhã. - ele gesticulou para continuar - O que foi aquilo? Eu fiz algo de errado?

- Não. - respondeu seco - Aquilo não foi nada. Esqueça!

- Hum...- olhei para baixo

- Por que você é tão insegura assim?- voltei meu olhar para ele

- Eu criei um cenário em mim cabeça...- olhei para baixo pensativa - De que eu não posso cometer erros. - olhei para o outro lado - Com o tempo, isso se agravou e fez eu ter essa insegurança. Então, quando eu erro ou vejo algo que saiu fora do controle, eu tenho a sensação de estar cometendo um erro.

- Entendi...- ele parecia pensativo - Você... Tem algum trauma? - eu olhei para ele e mordi o meu lábio inferior - Você tem tantas crises... Isso é originário de um trauma?

- Eu...- fui interrompida

- Tá' tudo bem.- ele sorriu reconfortante - Não precisa responder agora. Sua feição já entrega. - desviou o olhar

Voltei olhar para frente e eu me senti aliviada. Acho que por ele ter vivido em uma família totalmente tóxica, ele sabe bem como dói carregar um trauma. É claro que os traumas dele são piores do que o meu, mas não muda o fato que dói.

Continuamos andar até achar um quarto vazio- o que não era muito difícil. Quando achamos, era um quarto com duas camas e um ventilador de teto. Até que saímos no lucro, afinal da última vez a gente teve que dormir em um colchão no chão.

Entrei no quarto e coloquei o Gon na cama. Soltei seus braços do meu pescoço e peguei a coberta, assim o tampando. Ele se virou para o lado esquerdo na posição fetal. Se parecia com um bebezinho.

- Que fofo...- olhei para o Killua e disse: - O que você está fazendo, Killua?

- Vou fazer um bigode na cara do Gon. - sorriu descaradamente, enquanto quase passava a canetinha preta na cara do Gon

- Onde você pegou essa canetinha?- cruzei os braços e comecei bater o pé

- Se eu disser que peguei ela na sua apostila, você vai me matar?- se levantou e colocou as mãos - com canetinha - atrás das das costas e mordeu seu lábio, enquanto me olhava com deboche

- Talvez...- ele me olhou confuso e me perguntou:" Talvez?" com deboche - Isso é só uma brincadeira ou só ciúmes? - sorri com o " xeque-mate " que eu dei

~Me desculpa...-(Imagine Killua)Onde histórias criam vida. Descubra agora