Capítulo 1

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Eu costumo vir ao campo só para ficar sentada debaixo da antiga sequoia vendo os lírios.

Minha mãe costuma me trazer aqui, passávamos horas só deitadas ouvindo o barulho do vento. Não que eu não tenha o que fazer, que aliás eu tinha que estar treinando agora, mas eu precisava desse tempo.

Eu estava vivendo uma vida que nunca foi minha, vivia de acordo com o que me mandavam fazer, quando fazer e como fazer. E esse momento sozinha, esse exato momento era onde eu podia ser eu mesma. Não tinha ninguém ali para me vigiar, ou dizer o que eu deveria estar sempre focada. Que as minhas ações decidiriam não somente o meu futuro como também o do meu povo. E, cá entre nós. Ser filha de uma Governante não era nada fácil.

As coisas eram mais fáceis quando meu pai ainda estava vivo, que a Mãe esteja com ele.

E hoje sem dúvidas é um dos dias mais lindos de primavera, o céu está perfeito, com nuvens de todos os formatos, o vento está soprando de forma leve fazendo os lírios dançarem ao seu balanço de forma tão graciosa. Tão perfeita.

Traz uma paz tão grande que aquece a alma.

Perto do campo, há um lago que contorna todo o reino, mas um pouco para dentro da floresta esse lago também se encontra com uma cachoeira linda. As arvores em volta quase que em um círculo, ao redor da cachoeira tem pedras de todos os tamanhos. No topo das arvores o céu azul, dando aquele lugar a única luz de que precisa.

Um lugar que é um pouco misterioso, mas também romântico.

E ali eu fiquei, mergulhando ao som do balanço da copa das arvores vendo aquele céu que antes me cobria no campo. Apenas eu e a natureza, em silencio.

até ouvir um gralho quebrando, e já fiquei alerta até sentir seu cheiro ... que reconheceria mesmo se ele estivesse coberto por lama. 

- Não deverias estar aqui sozinha Arya. – Me virei e vi o homem por quem sempre fui apaixonada sentado em pedra me olhando.

- Ainda bem que chegastes para me proteger do perigo. - Ele riu, porque sabia que eu mais do que ninguém, sabia que eu era o perigo para qualquer outro.

Ele foi desabotoando sua blusa e a pondo em cima de seus sapatos. Só fiquei ali, o observando entrar na água e diminuindo a distância entre nós. E a cada movimento que ele fazia, fez com que o ar em volta de mim se extinguisse, já estava sem folego e ele nem tinha me tocado.

E ali estávamos nós, frente a frente, e tudo ao nosso redor perdeu completamente o sentindo, porque nada mais importava.

Ele pôs a mão em meu cabelo molhado, e com o dedo acariciou meu rosto e eu sorri com o contato. Já seus olhos manteve a atenção em minha boca, e acabou ali a distância que nos separava.

Eu senti sua língua dentro da minha boca a procura da minha.

E foi ficando mais intenso, meu corpo queimava. Cada centímetro ardia, e eu pude sentir seu membro ficando rígido, me pressionando. Eu precisava dele, dentro de mim. Cada parte do meu corpo clamava por mais, e parecia que ele sabia disso, porque com a mão que estava livre ele pôs minha perna em sua cintura e ergui a outra, as entrelaçando, e naquele momento senti ele empurrar seu membro em mim. E eu gemi de prazer ao sentir ele me preencher por completo. Empurrando devagar e puxando de volta, cada estocada que ele dava era, mas prazerosa que a outra. Passei meus dedos em suas costas, e mordi seu lábio eu queria mais e mais e ele também. Ergui a cabeça, e olhei para o céu que nos cobria, ele era testemunha de nossas ações.

***

Enquanto eu vestia minhas roupas ele me observava em silencio, e seus olhos cobria cada centímetro de meu corpo, como se quisesse rasgar minhas roupas e repetir tudo que fizemos na água. E se ele fizesse isso eu não iria recusar.

- O que foi?

- Nada, só estou olhando. - Sua expressão mudou quando ele viu eu colocar no cinto as facas que eu segurava. Eu notei.

- Por que precisa andar com elas?

- Para me proteger caso seja necessário. - E era verdade.

- Tem medo que alguma coisa aconteça?

- Não tenho. Mas assim como vocês mantém seus exercícios prontos, devemos também nós manter alerta.

- Nossos povos se mantem em paz por 500 anos Arya, não é como se uma guerra fosse acontecer amanhã.

- Eu sei Hector, mas não devemos baixar a guarda. Assim como o Rei Robert não abaixa a dele.

Ouvir o nome do pai fez ele mudar ainda mais a expressão. Eu sabia que a relação deles era difícil, ele me disse. Mas ele sabia que o pai dele odiava meu povo, e com certeza nunca aprovaria nossos encontros as escondidas. E eu tenho certeza que ele pensou o mesmo que eu, porque se levantou e caminhou na minha direção e me abraçou.

- Se eu fosse o Rei as coisas seriam diferentes.

- Mas você não é. Ainda é um príncipe, e assim como eu precisa seguir ordens.

Eu sabia que ele fora sincero, mas as suas palavras não significavam muito como príncipe. O Rei nunca mudaria suas opiniões a respeito de nós.

- Amanhã? - Ele perguntou.

- Amanhã.

Ele me deu um último beijo e foi embora, sumindo entre as arvores.

....

- Onde você estava. - Disse Beka com uma cara de poucos amigos.

- Pare de me olhar desse jeito, não é como se eu tivesse fugido. Apenas fui dar uma volta. - Tentei passar, mas ela segurou meu braço.

- Você estava com aquele humano de novo? Você sabe muito bem o que está em jogo caso isso entre vocês não dê certo. Você tem deveres Arya, não se esqueça do seu povo.

- A Senhora do Sul por acaso pediu que você me disse-se isso?

- Nossa mãe Arya, e ela apenas se preocupa, você sabe que isso entre vocês não tem um futuro brilhante no qual os dois vão passear de mãos dadas.

- Eu não preciso que seja brilhante, só preciso dele.

- Arya, por favor ...

Não esperei que ela terminasse, sabia que Beka só estava se preocupando comigo. Mas eu não precisava que ela ficasse o tempo todo agindo como se eu não me importasse com nosso povo. Eu amo a Vila, e todos que moram aqui. E eu sei o quanto seria doloroso para todos se o tratado fosse quebrado, eu não me perdoaria principalmente se a culpada disso fosse eu.

Fui o mais depressa possível em direção ao meu quarto e ficarei lá até amanhã. Não estava afim de esbarrar com ninguém, principalmente a senhora minha mãe.

..

A noite Gaia trouxe ao meu corpo comida para mim, e a agradeci imensamente, já estava com fome e ainda não queria descer. A ideia de ter mais uma discussão com alguém me dava dor de cabeça.

Comi tudo e assim fui dormir, ansiosa para ver Hector mais uma vez.

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