Capítulo 1 - Senti sua falta, filho da mãe!

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Capítulo 1 - Senti sua falta, filho da mãe!


- Mianne! Telefone pra você! - gritou minha mãe após atender o meu celular.

Sou folgada e sedentária, então não espere que eu levante às dez da manhã de um sábado para ir até a sala atender meu celular. Seja quem for - pode ser até o presidente! - ninguém que se preze me tira da cama numa hora dessas.

- Não rola, mãe! - gritei de volta, enfiando-me mais dentro do meu cobertor.

- Levante daí, Mianne! - ela bateu na porta, usando o nome que eu sempre odiei.

- É Mia, poxa. - resmunguei contra o travesseiro, mesmo sabendo que ela não escutaria.

Tentei dormir novamente, mas minha mãe não parava de bater à porta.

- Chega, mãe, eu não vou atender! - gritei de novo.

- Okay, então vou falar pro seu irmão que você trocou ele por uma cama. - ela disse, e sabia o efeito que teria.

Dei um pulo master da minha cama, enrolando-me toda no cobertor durante o desespero e tendo uma linda queda de cara no chão. Posso ser ginasta, nunca vi alguém de cara no chão e pernas na cama como eu. Me desembrulhei e desci descalça mesmo. Passei por mamãe, que só conseguia rir de mim. No momento, o gelo do piso não me perturbava mais que o ninho de ratos que estava meu cabelo ruivo. Mas não me importei muito com isso. Agarrei o celular em cima do sofá, enquanto me jogava nele e respirava fundo para recuperar o fôlego. Acho que preciso de uma academia. Não devia ser normal uma pessoa quase morrer só pra descer a escada.

- A-alô? - chamei ao telefone, rezando para que meu irmão mais velho não tenha desligado.

Quando ouvi sua risada, percebi que não tinha.

Acho que dessa vez você se superou, pirralha. - ele disse, rindo.

Lembra quando eu disse sobre pessoas que se prezem? Então, meu irmão não era uma dessas.

- Cameron Alexander Dallas. - disse, em minha melhor voz ameaçadora vulgo taquara rachada que ainda estava morrendo. - Nunca mais ligue para mim às dez da manhã de um sábado!

Foi mal, Mia, mas eu precisava falar com você.

- É, só que foi você mesmo que me ensinou como um sábado de manhã pode ser sagrado! - resmunguei, fazendo bico, mesmo sabendo que ele não poderia ver.

Uma das muitas coisas boas que eu te ensinei. - ele disse, e eu ouvi seu tom convencido.

- A única, você quer dizer, né? - brinquei, e ouvi risadas ao fundo. Ouvi Cam resmungar algum tipo de cala a boca, viado. -  Quem está aí, Cam? - perguntei.

Os caras. - ele disse, numa voz meio tensa.

- Ah. - soltei, um pouco decepcionada. - Pensei que você já estaria voltando.

Sobre isso, Mia... - ele começou, e eu ouvi um barulho, mas não sabia se era do telefone ou do lado de fora da casa. - Acho que vamos ter que estender por mais algum tempo.

- Ah, okay... - disse, mas logo parei, achando que não ia conseguir segurar as lágrimas.

Você está chorando? - ele perguntou, preocupado.

- N-não, eu... - engoli em seco, tentando controlar a emoção na voz, mas era difícil. - É que eu sinto sua falta.

Urgh! - ouvi ele resmungando. - Droga, Mia, vai logo abrir a porta!

- O quê? M-mas... - comecei, sem entender, mas ele me interrompeu.

Só vai, pequena!

Levantei-me do sofá, sem entender, e fui até a porta. Abri-a, receosa, e dei de cara com o filho da puta que quase me fez chorar.

- Cameron! - gritei, no impulso, e pulei em seus braços, abraçando-o forte.

Rodeei minhas pernas em sua cintura e ele me segurou pela minha, como fazíamos quando éramos mais novos. Velhos hábitos nunca morrem e eu estava morrendo de saudades do meu irmão mais velho.

- Também senti sua falta, pirralha. - ele disse, me equilibrando melhor em seu colo, e rindo.

- Ooh, amor familiar é algo tão lindo! - ouvi uma voz e um flash ao mesmo tempo.

Olhei para trás de mim primeiro, vendo minha mãe acenando com minha câmera em mãos e olhei por cima do ombro de Cameron, vendo dez rostos nos observando. A única coisa que eu pensava era: sorte que sou cismada e sempre durmo com calça de moletom e regata.

- Taylor! - gritei, pulando do colo de Cameron e indo cumprimentá-lo.

Abracei-o forte e logo fui abraçar Carter e Nash.

- Oi, Jack! - abracei o Jack moreno e logo fui falar com o outro. - Oi, outro Jack!

- E aê, baixinha! - ele riu, abraçando minha cintura e me girando no ar.

Soltei-me dele e percebi que havia ainda alguns rostos estranhos, que eu conheci apenas por foto.

- O-oi. - eu disse, corando ao ver todos aqueles garotos lindos olhando para mim.

Cameron, porém, riu. - Mia, esses são Aaron, Matt, Shawn, Jacob e, por fim, Hayes, o irmão do Nash.

Cumprimentei um por um e, quando cheguei em Hayes, olhei bem para a cara a dele. Olhei para Nash, e voltei novamente meu olhar para claramente o mais novo do grupo.

- Você não parece com o Nash. - eu disse, e Hayes deu uma risadinha leve.

- É claro, sou muito mais bonito. - Nash disse, dando a voltinha no pescoço que sempre me fazia chamá-lo de gay.

Revirei os olhos, rindo, e me voltei para Hayes. - Espero então que seja mais legal que esse animal ainda não identificável. - apontei para seu irmão.

- Pode ter certeza. - ele riu abertamente, e eu senti aquela risada vibrando completamente em mim. Ela era hipnotizante.

Mas então eu me lembrei de um detalhe importante e me virei para Cameron, começando minha sessão de espancamento, enquanto ele levantava os braços e gemia a cada soco meu.

- Seu. Filho. Da mãe! - rosnei. - Custava me avisar que vinha?!

Cameron segurou meus pulsos. - Mamãe queria fazer surpresa, eu só topei.

Bufei, mas logo voltei a abraçá-lo. Nunca imaginei que meu irmão mais velho faria tanta falta.

I Ain't Gon Do ItOnde histórias criam vida. Descubra agora