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𝐀𝐔𝐆𝐔𝐒𝐓𝐈𝐍𝐄 𝐆𝐑𝐀𝐇𝐀𝐌

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      𝐒𝐈𝐍𝐓𝐎 𝐎 𝐆𝐎𝐋𝐏𝐄 𝐄𝐌 𝐌𝐄𝐔𝐒 𝐋𝐀́𝐁𝐈𝐎𝐒 e o sangue da pequena ferida com a língua, embora o time adversário não seja generoso com a brutalidade, já estou estável novamente e consigo mais um ponto para casa. Harvard é a favorita para o campeonato feminino de hóquei, sou a capitã do time e estou entusiasmada com a responsabilidade e nossas vitórias.

— Foi impedimento! — Ouço a voz do meu pai quando levo outro baque baixo no ombro.

    Ele tenta comparecer em todos os meus jogos, nos quais não consegue, costuma pedir para gravarem e assiste em casa, mesmo perdendo, sem exceções vou ganhar um buquê de rosas e um abraço apertado porque Garrett Graham é o melhor pai do mundo.

Ouço o apito e a partida é encerrada e nós ganhamos com dois pontos na frente.

— Você foi incrível princesa, estou muito orgulhoso da minha capitã — meu pai me abraça forte me tirando do chão em rodopios animados.

     A dar pela descoberta do meu pai sobre a nossa existência, minha mãe diz que o passado ficou naquele lugar, Phil Graham foi exposto por seus abusos e de "lenda" passou a ser um exemplo a não ser seguido. Minha mãe é nossa estrela, Hannah Graham torna todos ao seu redor pessoas melhores. Mamãe me ligou antes do jogo e prometeu com clareza não cantar músicas sobre eu ser uma campeã, para não aumentar o meu ego, ela me diz com frequência que jogadores de hóquei possuem um ego estridente.

— Filha? Eu amo você! — Ele me dá um forte abraço de até logo.

     Enquanto caminhava em direção ao meu carro ouço comentários sobre o péssimo disfarce de Garrett Graham, quando eu era mais nova ele costumava assistir meus jogos atrás do vidro para não roubar as atenções, minha mãe passou a fazer o mesmo em algumas situações na escola. Lembro-me de ter certo medo bobo de não ser tão mágica e humana como eles. Quando os ouvia dançar na cozinha sempre os imaginava sorridentes e com bochechas quentes, sou muito orgulhosa por chamá-los de mãe e pai.

    Estou quebrada e quando a água quente entra em contato com meu corpo me sinto cômoda e feliz. Canto no banho e de acordo com Jamie Tucker embora eu pareça fisicamente com a minha mãe não herdei o seu talento para música. Jamie foi minha colega de quarto por dois anos, ela é dócil, bonita e inteligente, não perdemos o contato agora que ela mora em New Haven porque estuda na Yale, somos e vamos ser "best friends forever" assim como nossos pais.

Quando meu corpo descansa sobre meus muitos travesseiros e estou prestes a fechar minhas pálpebra, meu celular toca minha música preferida "Tuesday 's Gone" do Lynyrd Skynyrd.

— Tine? — A voz do meu gêmeo ecoa no meu quarto escuro na ligação — Eu preciso da sua ajuda, na verdade nós dois precisamos de ajuda.

Harry é um idiota.

— Eu não vou, não me meter nisso.

     Me encontro dirigindo para o centro de Boston há dez minutos e começo a me frustrar, olho novamente o celular e capto que meu irmão escreveu o nome da avenida errado. Harry estuda música na Briar e faz parte do time de hóquei, era reserva do time, contudo melhorou muito depois do seu ano como calouro, acontece que ele é sangue quente e é idiota o suficiente para pregar peças na casa do antigo treinador Pedersen, os caras do time de Havard não gostaram e agora estou dirigindo como uma advogada criminalista para revogar a cabeça do meu irmão. Anos atrás quando pensei em ser uma advogada me imaginava como a tia Sabrina, linda, forte e muito bem-vestida, mas estou com o velho moletom do meu pai e os olhos inchados por não estar dormindo nesse exato momento.