𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐂𝐈𝐍𝐂𝐎

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Os Six chegaram em Los Angeles em uma agitada noite por meados de 1970 e se estabeleceram na cidade, eles alugaram uma casa no alto das colinas de Topanga Canyon e começaram a fazer pequenos shows com o objetivo de gravar seu primeiro álbum de estúdio.

Gwen: Minhas primeiras impressões de Los Angeles foram boas, é uma cidade grandiosa e surpreendente. Lembro-me de sentir um grande aperto no peito em pensar o quanto eu ainda não conhecia o meu novo lar, a sensação de estranheza e felicidade tomavam conta de mim a cada segundo que se passava naquele lugar tão incrível e desconhecido. 

Foi realmente uma grande mudança, sabe? Sair de onde eu sempre havia vivido em busca de um sonho ainda tão distante... quando você chega numa cidade grande como LA é meio que um choque de realidade, eu percebi o quanto aquilo parecia surreal. Claro que eu acreditava no potencial da banda, mas, confesso que por algum tempo eu me senti desiludida, ficar famoso não acontece com muitos.

Billy: Logo quando chegamos em LA, já me senti parte daquele lugar, era disso que a banda precisava: um lugar com pessoas que realmente apreciassem a música. Passamos a noite em uma pousada barata e, pela manhã, fomos procurar Rod Reyes.

Gwen: Eu achei melhor ligarmos antes de aparecer na casa do Rod do nada, mas ninguém quis me escutar. Aquilo era loucura, estávamos prestes a abusar da boa vontade de um cara que nem sequer nos conhecia.

Graham: Billy falou pra Gwen que, às vezes, é preciso não ter vergonha pra fazer o que você acha que vai te beneficiar. E realmente, um show na Sunset Strip não cai do céu, é preciso ter contatos nesse mundo musical e Rod era um dos bons.

Gwen: Fomos todos falar com o Rod, tocamos na campainha do cara (risos), ele atendeu com a pior expressão facial que você possa imaginar. Eu não o julgo, só de atender a gente ele já fez muito.

Quando contamos o que queríamos ele riu na nossa cara e nos chamou de "bando de idiotas". Pedimos shows na Sunset Strip, um lugar para morar e o contato de Teddy Price (produtor musical). Acho que a reação de qualquer um seria rir da nossa cara mesmo, éramos tão ingênuos...

Graham: Apesar de tudo isso, Rod nos ajudou bastante. Ele conseguiu alguns shows pra banda com um contato no Filthy's, que era mais um bar do que um club mas já estava de bom tamanho. Antes de ir embora, consegui também o contato dos Winters, nossa ideia era chamar a Karen.

Logo no primeiro telefone que encontrei, já quis ligar para ela.

Warren: Acho que o melhor momento do meu dia foi ver Graham se enrolando todo tentando falar com a Karen.

Gwen: Eu diria que a conversa do Graham com a Karen foi muito humilhante, ele gaguejou, errou palavras e, no fim, Billy teve que pegar o telefone da mão dele para falar apropriadamente com ela. 

Billy: O que a Karen me respondeu foi "Deixa eu falar com uma das meninas" e só.

Gwen: Camila foi falar com ela, sou péssima no telefone, pior que o Graham até.

Camila: Ela me perguntou se valia mesmo a pena ela largar os Winters e vir para LA fazer parte da nossa banda e eu respondi com toda a sinceridade do mundo, disse que eu não estaria com eles se não valesse a pena. 

Nesse momento, estava tudo se encaixando nos eixos, Karen estava oficialmente na banda, tínhamos conseguido uma casa por um ótimo preço em Topanga Canyon e a banda iria se apresentar na Sunset Strip.

Gwen: Camila havia ficado tão feliz com aquela casa que eu não quis demonstrar meu desgosto pelo lugar. Tinha suas vantagens sim, não posso negar. A vista do alto da colina era maravilhosa, havia muitas árvores e era bastante arejado, mas, em compensação, a casa estava quase caindo aos pedaços.

NOTHING NEW | Warren RhodesOnde histórias criam vida. Descubra agora