NOTHING NEW | Warren Rhodes

𝗖𝗔𝗣𝗜́𝗧𝗨𝗟𝗢 𝗗𝗢𝗜𝗦

No segundo semestre de 1969, os Dunne Brothers foram ganhando cada vez mais visibilidade e espaço para tocar em Pittsburgh e região. Gwen havia sido demitida do restaurante.

Gwen: Quando perdi meu emprego, fiquei meio sem chão. Duas coisas que eu odiava aconteceram: estava sem grana e sem ter onde tocar.

Graham: Foi nessa época que Billy começou a namorar a Camila, eu achei que não fosse dar em nada, igual todas as outras namoradas. Mas devia ter percebido que daquela vez era diferente. Ela era diferente, tinha um ótimo gosto musical.

Gwen: Eu ia em todos os ensaios da banda, já que não tinha mais pra onde ir. Acabei ficando mais próxima dos meninos. Adorava ajudar a banda no que precisassem, afinar os instrumentos, compor músicas, coisas desse tipo. 

E aí o Billy apresentou a Camila pra gente, eu já a conhecia da cidade, mas, nunca tinha realmente conversado com ela. Não coloquei muita fé no namoro dos dois, achei que seria só mais uma das paqueras dele. Me enganei completamente. (risos) 

Foi em um dia de ensaio da banda, estava todo mundo reunido na garagem conversando, esperando o Billy chegar. Eu estava tendo uma séria conversa com o Chuck sobre o sentido da vida e como a gente desperdiça tanto tempo com coisas que não valem a pena. Eu gostava de conversar com ele, era um cara meio profundo e que não se parecia nem um pouco com um astro do rock, mas era bom de papo. 

A Camila chegou na garagem e o Billy apresentou ela pra todo mundo, a banda foi ensaiar enquanto eu e Camila ficamos no sofá. Tive uma conexão com ela desde aquele momento que a conheci, criamos uma amizade incrível ao longo dos anos juntas.

Camila Dunne (esposa de Billy Dunne e fotógrafa): A Gwen me acolheu e fez eu me sentir parte daquele grupinho. Sempre que assistia aos ensaios, nós ficávamos fofocando e fazendo planos de sair juntas. Sinto muita falta disso, foi uma das melhores épocas da minha vida.

Billy: Tudo ia muito bem, a banda estava cada vez mais famosa e a Camila estava sempre ao meu lado. Foi a primeira vez que me senti apaixonado de verdade, sabia que era amor.

Eddie: Eu já conhecia a Camila. A gente ia pra escola de catecismo juntos quando éramos crianças, era realmente impossível não se apaixonar por ela.

Warren: A gente começou a transar com um monte de garotas, sabe? Todas queriam ficar com um cara que 'tava em uma banda, quer dizer, quase todas. E Billy estava se amarrando a uma pessoa só, eu realmente não conseguia entender o cara. Uma vez saí do quarto de uma garota, fechando o zíper da calça, e, ele estava no telefone conversando com a namorada... Eu disse que ele tinha que largar mão dessa coisa de namorada e se divertir um pouco.

Billy: A única que me entendia em relação à Camila era a Gwen. Todo mundo achava que era um desperdício estar em uma banda e namorar ao invés de curtir a vida, mas, Gwen me dava apoio e dizia que se eu realmente gostasse da Camila, eu estava curtindo a vida do meu próprio jeito, sem precisar de mais nada. 

Ela sempre falava esse lance de "curtir a vida da sua própria maneira" e eu só fui entender o significado disso muitos anos depois.

Gwen: Arranjei um namorado depois de perceber que eu era a única que não tinha um interesse amoroso. Billy e Camila estavam perdidamente apaixonados, Graham e os meninos tinham seus rolos com várias garotas e eu não tinha ninguém. Acho que recusei rapazes por tanto tempo que eles acabaram desistindo de mim.

O nome dele era James e ele era um pouco mais velho que eu. Joguei meu charme pra cima dele em uma das festas que os Dunne Brothers estavam tocando. Não é querendo me gabar, nem nada, mas, ninguém resistiria a uma garota como eu. Na época eu ainda tinha um cabelo gigantesco, e usava uns vestidos que valorizavam minhas pernas. 

Ele era um cara legal, até hoje não entendo porque ninguém da banda ia com a cara dele.

Warren: Aquele tal de James, nunca fui muito com a cara do sujeito e não entendia o que a Gwen achou de tão especial nele. Não me orgulho disso, mas, eu espalhei um boato sobre ele. Falei que ele era um indivíduo muito estranho e deixei a interpretação em aberto (risos). No mesmo dia, todos começaram a concordar comigo.

Eddie: Não sei o que Warren quis dizer com aquilo, mas todo mundo começou a reparar no James e, realmente, o cara era meio sinistro, não tem como negar.

Camila: Não tinha nada contra ele, nem achava ele estranho igual todo mundo achava. Muito pelo contrário, ele era comum até demais e Gwen estava ciente disso. Ela era uma garota com o sonho de sair da cidade e ser livre e, pra falar a verdade, James não tinha nada do que ela procurava.

Gwen: Eu nunca entendi os boatos sobre James ser sociopata, psicopata ou qualquer outro adjetivo que fora dado à ele. Bom, não posso dizer que estava perdidamente apaixonada, eu gostava bastante da companhia dele, ele era muito gentil e simpático, mas, o relacionamento não durou muito. A gente era diferente demais, entende? Ele queria viver uma vida tranquila e continuar morando em Pittsburgh, trabalhando na siderúrgica e eu tinha pavor só de pensar em viver uma vida assim. Sempre quis morar em uma casa na praia e viajar o mundo. 

Terminei com ele em novembro, após dois longos meses namorando.

Graham: Foi aí que percebi o que tinha rolado. No dia que ficamos sabendo do término, Warren pareceu feliz demais pro meu gosto. Então, fui especular Gwen pra ver se ela achava James meio estranho também, descobrir se era esse o motivo dela ter terminado, essas coisas. Ela só disse: "Não sei de onde vocês tiraram isso". Mas eu sabia. Foi Warren que começou com aqueles boatos. Sorte dele que Billy estava ocupado demais com a Camila para perceber os sinais.

Billy: A gente tinha conseguido a oportunidade de abrir o show para os Winters. Seria nossa maior apresentação até então, e a mais importante também. Estávamos ensaiando mais do que nunca e o Warren tinha comprado uma van pra toda a banda conseguir andar junta. 

As coisas estavam começando a acontecer pra valer, mas aí, na semana do show, quando a gente foi buscar o Chuck, ele estava pronto pra nos abandonar e ir pra faculdade.

Gwen: Confesso que aquele dia foi um divisor de águas na minha vida. Algumas semanas antes, Chuck tinha perguntado a minha opinião sobre ele deixar ou não a banda e ir para a faculdade, e, bom, eu mandei a real. 

Convenci ele de que ser um dentista ia garantir uma vida segura e que a banda poderia dar muito certo ou muito errado - no fundo, eu sabia que a banda iria dar certo, mas, com a saída dele, eu poderia fazer parte daquilo oficialmente e tocar meu baixo como sempre quis. Pode me chamar de egoísta, mas não de mentirosa.

Graham: Quando Chuck deu a notícia, ficamos desolados e sem entender. Ninguém queria aceitar que ele desacreditava tanto da banda. Warren tentou fazer uma piadinha sobre a roupa de Chuck pra aliviar o clima e Eddie foi o primeiro a falar que tínhamos que cancelar o show. Billy ficou todo na defensiva dizendo que não ia cancelar, pensou por alguns segundos antes de pedir pra Eddie substituir o Chuck, Eddie só respondeu "Nem a pau" e aí Billy disse: "Então Gwen entra como baixista". Pra falar a verdade, eu não acreditei que ele tinha realmente falado aquilo.

Gwen: Acho que foi um dos melhores dias da minha vida. Eu estava na banda de verdade! Quando Billy me pediu, comecei a dizer "sim" igual a uma doida (risos). E aí joguei na cara dele o que eu sempre dizia quando ele desprezava meus talentos - que eu ainda não tinha, mas isso não vem ao caso - "Uma hora ou outra você vai precisar de mim". E ele precisou.

No início de 1970, com a banda Dunne Brothers prestes a fazer sua maior apresentação, uma nova integrante foi convidada a fazer parte da banda, Gwen Dunne era, finalmente, a nova baixista oficial.

AVISOS:

- Capítulo pequenininho e sem muito aprofundamento na relação dos personagens só pra não deixar sem atualizações por muito tempo. Estou entrando em semana de provas então vai ser bem difícil atualizar nesses próximos dias.

- A partir de agora, a banda vai se conectar bem mais com a Gwen e a nossa queridíssima Karen Karen vai fazer parte dos próximos capítulos!!!

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