Não sei exatamente o que me levou a despertar naquela manhã; talvez o som do oceano lá fora, ou a leve brisa perdurável que batia em meu rosto, ou apenas o mecanismo humano me avisando que eu já estava suficientemente descansada do dia anterior. Só sei que quando abri meus olhos, e percebi onde estava, foi como se toda a minha vida tivesse me levado a aquele momento específico, sentia como se aquela manhã fosse o ponto alto de toda a minha existência, como se não tivesse como ficar melhor.
E realmente não tinha.
Ainda conseguia sentir a euforia que durou durante muito tempo, meu coração pulava como se eu estivesse acabado de correr uma maratona. E tudo isso era lindo, excitante, era o sentimento de amor na sua mais pura e verdadeira forma, vinha de dentro da alma.
O quarto estava iluminado pela luz do sol que vinha do lado de fora, as portas da sacada do bangalô que deixamos abertas liberavam a entrada do vento e as cortinas dançavam pelo teto. A cama grande e coberta pela roupa de cama branca deixava tudo ainda mais limpo e claro. Tudo estava lindo, era muito mais do que havia sonhado em ter um dia.
O novo peso na minha mão esquerda me fez sorrir ao lembrar o que estava portando. Levei a mão até a frente do meu rosto e admirei por mais alguns minutos o que já havia admirado por horas na noite anterior. O brilho do diamante poderia cegar, era uma aliança grande, mas ao mesmo tempo delicada. Poderia ser notada mesmo que do outro lado da sala. Era perfeita.
-Você fica tão gostosa vestindo só esse diamante e mais nada.
Só então percebi que ele também estava acordado, e me olhando enquanto deitava de bruços. O lençol descansava na base de sua coluna me dando uma visão maravilhosa de suas costas tatuadas, e o sorriso em sua feição de sono me fazia querer beijá-lo infinitamente.
As borboletas em meu estômago ficaram ainda mais atiçadas quando me dei conta de que tinha acordado pela primeira vez ao lado do meu agora marido. Não pude evitar sorrir de volta para ele.
Desci minha mão e a acomodei em cima de meus seios cobertos pelo lençol. Nenhum de nós se moveu, estávamos apenas apreciando a visão um do outro e o momento. Recuperando as memórias de toda a festa e felicidade do dia anterior.
-Sabe de uma coisa? -Suas sobrancelhas se arquearam esperando pela continuação. Ele ainda estava um pouco sonolento. -Você ficou ainda mais sexy depois que se tornou meu marido.
-Parece que o novo título caiu bem para nós dois então, senhora Hamilton. -Lewis me puxou para debaixo dele em um só movimento. As risadas ecoavam em todo o bangalô. -Eu acho que nunca vou me cansar de falar isso. Minha esposa.
-Não. Nunca deixe de falar. -Meu sorriso era grande e sincero, e o de Lewis não estava diferente. -Soa tão bem. Meu marido.
Lewis chegou mais perto de mim e selou nossos lábios em um selinho demorado. O sono ainda nos consumia, mas a vontade de ter um o outro, e de demonstrar nosso amor e felicidade era maior do que qualquer outra coisa.
Lewis levou sua mão até a barra do lençol que descansava em meu peito, ele puxou de leve para cima e foi tirando o tecido de cima do meu corpo lentamente. Minha atenção estava totalmente voltada a ele enquanto seu olhar vagava por todo meu corpo desnudo.
-Eu sou o homem mais sortudo do mundo por ter você comigo.
Seus beijos lentos começaram na minha clavícula e foram descendo ate meus seios. Lewis não tinha pressa alguma em seus movimentos, era como se ele estivesse querendo postergar cada segundo para poder aproveitar mais daquela situação.
-Você me faz a mulher mais feliz do mundo.
-Eu prometo que vou te fazer muito mais feliz. Começando por hoje, bem aqui na nossa lua de mel.
Ele não demorou a voltar com os beijos em meus lábios, e ficou ali por algum tempo. Eu estava completamente entregue e embriagada com seu amor.
Suas mãos fortes me apertando era o suficiente para me fazer suspirar. Cada toque seu tinha um efeito potente em meu corpo.
O beijo de Lewis passou a se tornar mais intenso, por vezes ele saia do meus lábios e passava a beijar meu pescoço e torso, mordiscando levemente algumas partes.
Segurei seu rosto com as minhas mãos e aprofundei nosso beijo, enquanto entrelaçava minhas pernas em seu quadril.
Lewis me puxou para cima e em um movimento rápido me sentou em seu colo. As pontas de seus dedos passavam por minhas costas enquanto ele me encarava, com sua testa encostada na minha.
-Eu te amo tanto.
Sorri e fechei meus olhos, me apegando aquela sensação única que só ele conseguia me trazer.
-Eu te amo. -Minha voz saiu baixa, nós quase não precisávamos falar nada, era como se tudo pudesse ser dito através de nossos toques e olhares.
-Olha para mim. -Uma de suas mãos saiu de minhas costas e foi até meu rosto, me afastando alguns centímetros dele. Abri meus olhos e passei a olhar para as brilhantes orbes pretas me encarando. -Você se tornou a coisa mais importante da minha vida, eu nunca vou te deixar na mão. E se um dia algo der errado eu vou estar aqui, e a gente vai poder conversar e resolver, tudo bem?
Seus olhos tinham súplica e agitação, mas eu estava calma, eu tinha certeza de que tudo ia dar certo independente da situação. Naquele momento não existia nada mais importante no mundo do que nós dois, nossas palavras e nossas promessas.
-Tudo bem.
O beijo seguido foi profundo e dizia o que as palavras não conseguiriam expressar. Nós estávamos completos por inteiro naquele momento, expostos um para o outro, para cuidar e zelar. Uma nova etapa da nossa relação que tinha absolutamente tudo para dar certo; duas pessoas que se amam e querem fazer acontecer.
Nossos corpos se encaixavam como se fossem feitos sob medida um para o outro, eu não conseguia acreditar que tinha conseguido aquilo só para mim.
Lembro-me de querer mais do que tudo poder parar no tempo naquele momento, e ficar ali para sempre. Algo bem no fundo da minha mente me dizia para aproveitar cada segundo.
Eu não sabia, mas essa seria a memória que voltaria todas as vezes que repensasse nosso casamento. A memória do calor de seus braços ao meu redor no dia seguinte do nosso casamento, me amando e me prometendo a vida que sempre sonhei ter ao seu lado desde o dia em que o conheci. O momento perfeito.
Mas nada é perfeito. E o casamento imbatível e eterno que acreditávamos ter, tinha uma data de validade afinal.
Seis anos e meio.
Setenta e oito meses para o amor infinito chegar ao fim. Ao menos de um dos lados.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Don't hurt youself
FanfictionSeis anos e meio. Setenta e oito meses. Foi esse o tempo em que o eterno para sempre de Lewis e S/N durou. O amor é uma dádiva, mas quando não é acompanhado pela pureza da fidelidade, ele se torna apenas palavras e isso S/N aprendeu da forma mais do...