Capítulo II: Novo Mundo

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Assim que abri meus olhos logo de manhã, notei que continuava no mesmo quarto de ontem, o outro bebê ainda estava dormindo pacificamente e não me incomodaria tão cedo com os seus choros descontrolados e irritantes.
Consegui descansar bem e agora estou mais tranquilo e calmo para pensar, se eu realmente renasci em outro mundo, devo me preocupar com os perigos desconhecidos que certamente me ameaçarão no futuro.

Tenho que saber os principais eventos históricos desse mundo e se tiver alguma sorte, não estarei na linha de frente de algum reino ou império, servindo como uma simples bucha de canhão descartável no campo de batalha.

Definitivamente não tenho nenhum tipo de interesse em lutar por interesses que nem são meus, como havia acontecido por exemplo, na Primeira Guerra Mundial, em que os jovens de diferentes países se alistavam no exército pensando que a guerra terminaria antes do Natal, desconhecendo o horror que os aguardava nas sangrentas e impiedosas trincheiras.

Realmente a propaganda feita pelos países da Europa na época somada ao nacionalismo crescente entre as nações européias favoreceram o ambiente perfeito para o surgimento de uma nova guerra, que se tornou em escala global e causou impactos devastadores em toda a história humana, com o horror das armas biológicas como o gás mostarda.

É como eu sempre penso: nunca jamais lute por interesses que não são seus.
Seria o mesmo que lutar numa guerra que a princípio nem era sua para começar, ou seja, dor e sofrimento desnecessários que podem ser evitados facilmente e de maneira racional.

Deixando isso de lado, aqueles anjos que eu vi ontem, devem vir nos inspecionar com alguma regularidade para ver se estamos bem, eles provavelmente não devem ser os mesmos anjos mencionados na Bíblia e nas demais religiões abraamicas, pelo que notei em suas aparências angelicais, esses "anjos" não possuem uma auréola e tão pouco se encaixam nas descrições dos textos sagrados que li com frequência em minha vida passada, eles se encaixam mais nos estereótipos que a sociedade moderna havia criado de como eram os anjos mencionados em algumas das histórias da Bíblia, em outras palavras a imagem representativa da imaginação popular moderna.

Ou seja, já posso descartar que eles possuam algum tipo de relação com o Deus das religiões abraãmicas, isso pode ser muito preocupante, pois não conheço nenhuma outra religião que se encaixe com a aparência física estereotipada daqueles "anjos" que nem devem ter esse nome generalizado ...

Antes que eu pudesse continuar a pensar sobre o assunto, sou subitamente surpreso por um abrupto som da porta do quarto, sendo aberta e uma bela mulher de aparência jovial e angelical, com cabelos brancos, entrando no quarto inquieta, ela se aproximou de nossos berços, parecendo notar que eu estava acordado e sorriu afetuosamente para mim.

"Oh, o pequeno Zaratustra, já está acordado ?" Seus olhos laranjas me encaravam fixamente com um genuíno entusiasmo e diversão em sua voz.

"Oh, o pequeno Zaratustra, já está acordado ?" Seus olhos laranjas me encaravam fixamente com um genuíno entusiasmo e diversão em sua voz

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Quem era essa mulher ? Pelo seu olhar posso supor que ela seja alguém da minha atual família, ou alguém próximo o bastante.

"Eu sou a sua querida e preciosa tia mais velha, pode me chamar de tia Seraphina, eu irei cuidar de você e da pequena Aurora, a partir de hoje em diante !" A alegria genuína presente em sua voz e em seu olhar, me surpreenderam um pouco.

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