Capítulo III: O Paraíso Perdido

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[Alguns anos depois]

Um belo e fofo garoto de 7 anos de idade, caminhava entre os imensos corredores do Palácio, onde morava desde que havia sido transportado a esse mundo. Aquele era ninguém menos do que Zaratustra, que após alguns anos passou a trabalhar no Palácio como um simples serviçal, não possuindo nenhum tipo de posição social significativa dentro do local.

Os anos que passaram não haviam sido extremamente agradáveis para ele, pois logo após o seu primeiro encontro com sua atual mãe, Zaratustra havia sido renegado ao seu direito de primogenitura e nem era mais considerado filho de Aurorium, isso fez com que sua reputação fosse uma pária e uma piada entre todos os luminares do Reino Celestial da Manhã.

Sem ninguém para ajuda-lo com seus afazeres, Zaratustra rapidamente desenvolveu uma personalidade extremamente independente e anti-social, graças as suas memórias de sua vida passada, ele não era estranho ao conceito de fazer trabalhos manuais, como lavar as roupas, talheres, etc.
No seu tempo livre, ele ficava trancado em seu humilde e pequeno quarto, que em poucas palavras era um calabouço no sentido mais literal da palavra.
A vida dele não era nenhum pouco, como havia imaginado no início, mas mesmo com as dificuldades que enfrentava, Zaratustra persistiu e memorizou em segredo a localização de todos os cômodos do Palácio, ou pelo menos, a maioria deles que conhecia.

"Ei, levante-se logo daí ! Vamos, o serviço de hoje o espera ." Um luminare se aproximou do calabouço e gritou com um garoto deitado em um cobertor em trapos.

'Então outro dia finalmente se iniciou ... aff, eu queria ficar mais tempo dormindo, mas se eu demorar mais com certeza vou apanhar .' Amaldiçoando o luminare que gritava incessantemente com ele, Zaratustra levantou-se da cama e saiu lentamente do calabouço.

O ar frio da manhã percorreu por todo o seu corpo meio adormecido, um bocejo escapou da boca de Zaratustra. Definitivamente ainda haviam traços de cansaço físico e mental de uma noite mal dormida, visto que ele trabalhava quase 8 horas por dia e não vivia em boas condições para alguém da sua idade.

[...]

Desde que eu cheguei nesse mundo, as minhas expectativas de sobreviver nesse mundo desconhecido eram razoavelmente medianas para baixo, entretanto não esperava que logo no meu primeiro encontro com aquela "mulher", eu fosse ser renegado por ela e estivesse vivendo como um escravo desde então.

A única coisa "boa" que tenho disso, é a minha segurança e a minha alimentação, que apesar de ser uma coisa "comestível", o gosto é horrível e o sabor se assemelha a comida estragada, isso quando não são as sobras das comidas que são me oferecidos.

Eu sinceramente estava farto dessa merda toda e me senti tentado a fugir daqui, mas as minhas chances de conseguir isso e de sobreviver no mundo exterior são mínimas, ou melhor praticamente nulas, por isso comecei a memorizar todos os cômodos do Palácio e graças a minha excelente memória fotográfica, pude saber para onde estava indo e em que local ficava cada cômodo desse imenso Palácio.

Durante um intervalo de tempo, em que não sou vigiado, costumo me esgueirar pelos corredores e ir para uma sala cheia de livros, que é a única biblioteca do Palácio.

O problema era que eu só ia lá poucas vezes, pois a minha carga horária de serviços eram gigantescas e não me sobrava nem tempo para isso. Na primeira vez que descobri a biblioteca, foi por pura sorte e nem pude verificar os livros que permaneciam nas estantes da madeira, porque fiquei com medo de ser descoberto por alguém e nunca mais pudesse acessar tal local extremamente importante e vital para o meu desenvolvimento, então só pude ir poucas vezes na biblioteca.

A parte mais interessante e até mais crucial disso tudo foram as informações que descobri sobre esse mundo por meio dos livros de história que tinham na biblioteca.

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