Inimigos Não Se Apaixonam | ✓

34 | Cupid

HADES LEWIS

Eu estava completamente em choque, sem acreditar que Magnólia havia passado por tudo aquilo por causa daquele maldito. Eu quero matá-lo, quero fazer com que ele se arrependa primeiro de ter encostado em Scarlett, e depois de ter ferrado com a vida da minha irmã.

Mesmo da cadeia, Pablo moveu alguns pauzinhos. Ele conseguiu fotos de Kenny e Magnólia, também de Scarlett. Ele ameaçou minha irmã, falando para ela ir visitá-lo se não iria sequestrar Kenny. E foi assim durante todos os dias, as ameaças de sequestro e morte. Todos os dias ele ligava para dizer que precisava dela, que sentia saudades.

Então ela foi visitá-lo, e prometeu nunca mais voltar. Então Pablo disse que iria nos caçar, um por um. Primeiro Kenny, porque seria o ponto fraco de Magnólia. Depois, acharia ela e a mataria, exatamente como matou Stella. Ele é doente, ele deveria estar no hospício e não na cadeia. Deveria estar torrando em terapia de choque para ver se volta ao normal.

Então Magnólia conheceu um cara e se encantou por ele, ele parecia perfeito. Parecia amigável e confiável. Ela confiou nele, ele disse que iria ajudar ela a passar por tudo isso e que não deixaria Pablo encontrá-la. A ideia de deixar Kenny comigo foi dele, então ele a levou para longe.

Mas Magnólia não sabia que ele era só um soldadinho de Pablo, estava trabalhando para aquele maldito.

— E como conseguiu escapar? — perguntei, angustiado por ela.

— Eu não escapei, eu dei todo dinheiro da minha conta bancária e da de Pablo, também da que era para Kenny quando fizesse 21 anos. Todos os fundos que tínhamos, tudo está zerado. A quantia que ofereci a eles para ter a minha liberdade, foi maior do que o que Pablo lhes ofereceu pela minha morte.

Respirei fundo, olhei para ela e depois para meus pés. Estou com os braços cruzados na altura do peito, encostado no balcão da cozinha enquanto Magnólia dá comida a Kenny. Eu não acredito que deixei tudo isso acontecer, não acredito que ela não confiou em mim antes para falar sobre as ameaças.

Seu celular começou a tocar, Mag virou os olhos e atendeu.

"Onde você está?"

"Ele te feriu?"

"Chorar não adianta nada, vai para um hotel e me espera lá"

Encarei a loira, com olhar curioso. Andando a passos curtos em sua direção, puxando uma cadeira e sentando em sua frente. Ela falou mais algumas poucas palavras, completamente sem paciência, ansiosa para desligar o celular.

— Quem era no telefone? — questionei, pegando meu celular do bolso para ver o horário.

— Scarlett — ela murmurou, fazendo pouco caso. Arqueei as sobrancelhas, encarando Magnólia. Esperando mais do que isso, quero saber o que aconteceu com detalhes. Ela fez uma careta, amarrando os cabelos em um rabo de cavalo para continuar dando comida a Kenny. — Acho que Dylan bateu nela, sei lá. Ela estava chorando e não deu pra entender nada, mas vai me encontrar no Hotel Conrad.