Lagrimas de ferro

Capítulo 7

Nossas bocas se encaixam uma na outra de modo voraz, de alguma maneira beijar Trevor me desperta novas sensações que antes não foram sentidas com Nicolas, por mais que sejam parecidas, ambas de prazer, mas completamente diferentes umas das outras. Enquanto Nicolas era doce e gentil, Trevor é animalesco e faminto, com suas mãos firmes e poderosas me agarrando com uma força descomunal porém dada a situação, não ligo para a dor de forma alguma.

Nossas línguas parecem brigar pelo controle, levo minha mão esquerda para segurar a bochecha de Trevor, que circula um de seus braços por minhas costas me prensando nele, o movimento é tão rápido que suspiro ao sentir todo o ar dos meus pulmões abandonarem meu corpo, algumas gotas dos meus cabelos molhados escorrem entre nós, deslizando por nossas peles, descendo e invadindo nossas bocas, tornando nossos beijos molhados. Quando sinto uma das gotas deslizar por meu pescoço, avidamente Trevor percorre esse mesmo caminho com sua língua, um gemido baixo foge da minha boca e fecho os olhos para aproveitar a sensação.

Pelo contato pela minha pele percebo o sorriso que Trevor faz ao saber que mexeu comigo, como que com medo de eu parar, ele agarra a parte de trás da minha nuca com a pontas de seus dedos em meus couro cabeludo, paramos o beijo por breves segundos nos encarando, seus olhos parecem mais escuros, o encaro fascinada.

Trevor morde meu lábio inferior com força me fazendo sentir brevemente o gosto de ferro, ele suga minha boca o que me faz inclinar o corpo em sua direção, sem me aguentar mais eu retomo o beijo parando com suas provocações, aos poucos o som da quebra d'água é substituído apenas pelos sons de suspiros pesados, meu corpo queima, é torturante, é delicioso, sem perceber começo a mover meus quadris para frente e para trás em busca de alívio, com mãos grandes e fortes auxiliando e encaixando ainda mais meus movimentos, percebo que ambos estamos com os olhos fechados e respirações pesadas, apenas aproveitando as sensações dos nossos corpos.

Isso nunca me aconteceu, esse pico de adrenalina, o que eu estou fazendo? Por que não quero parar? O que está acontecendo comigo? Eu não sou assim, não tomo esses tipos de atitude, mas com Trevor, eu sinto uma necessidade absurda de desafiar, de mostrar pra ele que não sou indefesa, que também posso jogar e provocar assim como ele faz comigo, que posso dominá-lo, eu vou seduzir ele, eu posso seduzir ele, eu quero.

Me inclino em direção a Trevor novamente, agarro sua nuca e o puxo para mim, dessa vez o beijo não é tão intenso, é mais apaixonante, como eu imagino que os beijos de dois amantes deveriam ser, suas mãos agarram meu rosto e meus cabelos que se embolam em seus dedos, trazendo uma leve ardência que eu facilmente ignoro, ele retira seus lábios dos meus e vai deixando doces beijinhos pela minha pele sensível do pescoço trilhando até meu ombro direito, sua cabeça se afunda na curvatura do meu pescoço, sinto seu hálito quente roçar pela minha pele me deixando arrepiada, o escuto inspirar fundo e suspirar quase que inaudivelmente, conforme sua cabeça vai deslizando lentamente para cima, sinto sua barba por fazer me arranhar, essa sensação me agrada.

Trevor afasta sua cabeça do meu corpo para me encarar, a frustração me invade, não quero que ele pare, com um selinho demorado, ele acaricia meu rosto, esse gesto faz meu coração descompassar.

-Passe a noite comigo, não volte- ele afastou meus cabelos que estavam grudados em minha pele, os jogando para trás

-Não posso- respondo com pesar, frustrada por termos parado, o puxo novamente para o beijo- sabe que não posso

-Temos um problema então, terei que mandar meus homens te sequestrarem e vou prendê-la aqui- sua voz sai rouca e seus olhos procuram os meus com uma certa ansiedade, uma risada me escapa

-Não consegue manter uma mulher em seus braços por mérito próprio Trevor?- provoco sabendo como ele reagirá a isso.

- Se eu realmente quisesse mantê-la aqui, sabe que não conseguiria sair- sua voz vai se tornando mais lenta, suas mãos passando pela lateral do meu corpo o apertando firmemente- e sabe que não conseguiria ir embora por vontade própria, não conseguiria me deixar- ele sussurra no pé do meu ouvido