Não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe

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Theo

— Deixe suas coisas em qualquer lugar e venha para a cozinha.

Chegamos em minha casa, Liam parecia animado com a ideia de estarmos fazendo algo tão simples no Natal.

— Eu não sei cozinhar nada chique, então não crie muitas expectativas — digo, enquanto lavo as minhas mãos na pia da cozinha.

— Não quer ajuda? — ele perguntou.

— Está com medo de que não seja comestível?

— Talvez — ele diz — chega pra lá.

Ele começa lavar as mãos.

— Podíamos fazer bife com legumes… o que você acha? — ele sugeriu.

Minha mãe cozinhou bife com legumes para mim na nossa última ceia de natal juntos.

— Você sabe cozinhar isso?

— Sim. Você pode cortar os legumes enquanto eu preparo o resto?

Assenti com a cabeça.

Eu estou surpreso.

[ . . . ]

— Eu não sabia que gostava tanto assim de doces — digo.

— Quando eu era pequeno, a minha mãe dizia que eu era uma formiguinha — ele diz e ri um pouco.

Ele é muito adorável.

Liam preparou o jantar praticamente sozinho já que eu ajudei apenas cortando os legumes e ele disse discretamente que não queria que eu o atrapalhasse enquanto ele cozinhava. Estava tudo muito bom, ele cozinha bem.

Antes de virmos para casa, passamos em uma padaria, compramos bolos e sorvete, ele parece gostar de sorvete.

— Você sente muito a falta da sua mãe? — perguntei.

— Muito. A gente não mantém contato com muita frequência, mas ela sempre me manda uma carta no meu aniversário contando sobre a vida dela e me desejando felicidades.

— Ela nunca veio te visitar?

— Uma vez, quando eu fiz dezesseis anos, ela trouxe o marido dela e ele é bem engraçado — ele provavelmente está se lembrando de algo, porque ele sorriu.

Gosto do sorriso dele.

— Como anda a faculdade?

— Está indo bem, os meus colegas não são tão legais, mas eu estou lá para estudar e não para fazer amizades, então se tornou melhor agora.

— Se tiver algum problema me avise.

Liam para de mastigar por um instante e me olha assustado.

— Você ainda tem uma arma?

— Sim, se alguém te incomodar eu dou um jeito.

Liam está me olhando do mesmo jeito ainda.

— É brincadeira.

— Você me assustou.

— Sua cara foi engraçada.

Liam ri um pouco desajeitado.

— Agora, quando você vai me dar aquela sacola? — perguntei.

— Ah...

— É pra mim, certo?

Ele se levanta e vai até o sofá. Liam ficou segurando essa sacola no carro como se sua vida dependesse disso.

— Eu não queria vir de mãos abanando no Natal — ele me estende a sacola — mas você não precisa usar isso se não gostar — mas de repente ele para — espera… você pode abrir isso depois? Não é um presente muito bom… eu estou preocupado que não seja do seu agrado.

𝗦𝗨𝗕𝗠𝗜𝗦𝗦𝗢 ୨ৎ thiamOnde histórias criam vida. Descubra agora