Rivers of life

Capítulo seis

O clima de tensão contagiou o lugar, Zhoucheng sentiu seu corpo estremecer inteiramente.

— Isso não é um problema, eu sou hétero.

Respondeu Zhoucheng.

— Hétero... kkkk. Você não é hétero nem aqui, e nem no Brasil.

— O que? É claro que eu sou!

— Veremos.

Haikuan saiu sem mais nem menos, e também não explicou nada para Zhoucheng. Deixando o outro confuso, se perguntando sobre sua própria sexualidade. Os pelos de seu corpo estavam todos em pé, Zhoucheng engoliu seco e respirou aliviado depois que o outro saiu dali. Com as pernas trêmulas, caminhou de volta para o quarto. Ele não dormiu a noite inteira, nem ao menos cochilou.

Quando amanheceu Zhoucheng não estava disposto para ir a faculdade, eram 06:30hrs da manhã quando conseguiu pegar no sono. Mas o que traz a curiosidade é: no que ele estava pensando? Talvez o seu jeito de agir, ou até mesmo suas roupas, que estavam fazendo ele repensar sua sexualidade.

Haikuan já estava pronto para ir trabalhar como todos os dias. O café estava à mesa, e o rapaz pronto para comer perguntou:

— Onde está Zhoucheng?

— O garoto está dormindo, não vai para faculdade hoje.

— Como não? Está doente?

— Não.

Sem esperar a governanta terminar de falar, Haikuan levantou e se direcionou para o quarto do menor, chegando lá viu que a porta não estava trancada. O quarto não estava escuro, um lado da cortina estava aberto, assim Haikuan pôde ter um deja vu. Zhoucheng ainda dormia como quando era pequeno, com a mãe em uma das orelhas, era estranho, mas era costume. Haikuan não pôde deixar de achar aquilo fofo, e quando deu por si, ele se aproximou lentamente do que estava dormindo.

— Zhoucheng...

— Hum...

Resmungou.

— Não vai a faculdade hoje?

— Só mais 1 minuto mamãe.

Haikuan riu.

— Zhoucheng... acorde. Você quer ir ao médico?

— Hum?!

Lentamente seus olhos abrirão, e a claridade incomodou. Mas ele não deixou de se espantar quando viu o homem ali.

— O que está fazendo aqui?

— Eu só vim ver se estava doente, já que vai faltar na faculdade.

— Ah.

— E então? Sabe que não pode faltar, sua mãe me deixou responsável por você.

— Tsc. Vocês se merecem...

— Olha o respeito! Por que continua sendo tão birrento?

— Eu não sou birrento!

— Você precisa amadurecer.

— E quem é você pra dizer o que eu devo ou não fazer?

Zhoucheng levantou irado da cama, mas ele foi tão rápido que nem percebeu que um de seus pés ficou enrolado no lençol. Fazendo ele consequentemente perder o equilíbrio, Haikuan levantou e agarrou antes que o outro caísse. Zhoucheng já não tinha um olhar irritado, sua expressão era diferente. Era a mistura de medo e surpresa.