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ONZE ANOS ANTES;

Derek olhou atentamente para a tela do celular, ainda sem acreditar que estava passando por aquilo. Ok, talvez o garoto não fosse um completo caso perdido, no fim das contas. Mesmo que ele tivesse demorado quatro dias para dar as caras.

— Sabe, você não precisa parecer tão surpreso — o resmungo o fez olhar para o adolescente, flagrando o revirar dos olhos âmbar. — Mesmo que seu celular valha três do meu, não pretendia ficar com ele. Meu pai faria perguntas demais. 

— Espero que isso tenha sido uma piada — o mais velho estreitou os olhos verdes, recebendo um sorriso ambíguo que não esclarecia nada.

— Eu teria devolvido antes, mas, huh, estava de castigo — Stiles deu de ombros, colocando as mãos nos bolsos da blusa de frio. — Meu pai disse um mês, mas é difícil me deixar de castigo quando sou eu que preciso fazer tudo em casa, inclusive pagar as contas e ir ao supermercado.

— Isso é da minha conta?

Stiles pareceu ficar sem graça, porque desviou os olhos e chutou uma pedrinha no chão do alpendre, o rosto ligeiramente rosado. Derek suspirou, ele odiava como se tornara tão ranzinza. 

— Obrigado por devolver o celular — disse, vendo o garoto olhar outra vez para si.

— Bem, obrigado por não dar queixa sobre ele pro meu pai.

— Okay, se você veio aqui só pra isso, acho que...

— Eu também vim buscar a Malia — Stiles o interrompeu, rápido.

— Você conhece minha prima? — Derek ergueu uma sobrancelha.

— Ah, eu conheço sua prima — o garoto garantiu, animado. — Eu fui orientador dela, enquanto ela se adaptava no colégio, logo depois que se mudou pra cá. Temos várias aulas juntos, somos, huh, amigos.

A palavra "amigos" parecia ter muitos significados, e Derek lamentou entender o que isso significava. Aquele moleque magrelo estava transando com a sua prima. Malia inha um gosto tão ruim quanto seu pai, isso era nítido.

— Eu vou avisar que você está aqui — disse, colocando o celular no bolso.

[...]

— Stiles, qual é! Vamos fazer o dever de casa!

— Eu te conheço, Lia — a voz do garoto soou risonha. — Nunca é só o dever de casa. Hoje eu realmente não posso.

— Credo, Sti, assim faz eu parecer, sei lá, uma viciada, eu uma ninfomaníaca.

Derek tossiu o café que bebia, porque simplesmente não queria e nem estava preparado para ouvir sobre a vida sexual da sua prima, com quem dividia o teto. Obviamente nenhum dos adolescentes esperava que ele estivesse ali, porque ambos pareciam mortificados. Ela estava vermelha quando entrou em seu campo de visão.

— Eu não percebi que estava em casa — disse, com um sorriso amarelo.

— Acho que depois disso eu preferia não estar, mesmo — Derek resmungou.

— Essa é minha deixa — Stiles murmurou, recebendo um olhar assassino da garota. — Não tenho medo dos dos seus olhinhos de serial killer, princesa. Eu tenho uma porrada de coisas pra fazer, se quiser acampar com vocês no fim de semana.

— Como se seu pai realmente conseguisse te segurar em casa — ela revirou os olhos, mas lhe beijou a bochecha. — Até amanhã. E não me chama de princesa.

ʙᴀᴅ ʟɪᴀʀ || sᴛᴇʀᴇᴋ [ᴀ.ᴜ]Onde histórias criam vida. Descubra agora