Passado de Eileen - Parte 4

8 2 0
                                    

-Vamos. - pede a mulher a Lúcifer.
-Foi um prazer conhecer-vos. - admite o homem educadamente aceitando a mão de Eileen.
Ambos entraram dentro da pequena capela e logo são recebidos com os choros dos pais de Mary, que estavam agarrados ao caixão da filha, chorando sobre o seu corpo.
-Tens a certeza que queres fazer isto, Eileen?
-Ela é como uma irmã para mim, não posso deixar aqueles pais naquele estado.
A mulher lentamente aproxima-se do caixão e dos pais da falecida.
Lúcifer apertou a sua mão, de forma a conformar a mulher.
Ambos chegam à beira do caixão. O cadáver de Mary estava completamente bem arrumado. Parecia apenas que a mulher estava a dormir.
Estava de vestido branco e nas suas mãos estava um ramo de flores azuis.
-Mary... - murmura Eileen ao ver o corpo da sua amiga.
-Eileen.... - murmura a mãe de Mary ou vê-la.
-Senhora Williams, Senhor Williams. Os meus pêsames.
-Ainda bem que pudeste vir. - diz tristemente a mãe de Mary abraçando a mulher.
-Os meus sentimentos... - murmura Eileen segurando o choro.
O casal vai até outro casal amigo, deixando o caixão de Mary.
Eileen aproxima-se da cabeceira de Mary e observa o cadáver da sua melhor amiga com lágrimas nos olhos.
-Mary... Oh meu Deus Mary... Não... - naquele momento Eileen não conteve o choro.
Lágrimas grossas caem sobre o rosto pálido de Mary, esta baixa-se não conseguindo conter a tristeza.
Lúcifer ajuda Eileen a se levantar e senta-a num dos bancos da capela.
-Desculpa por isto... - sussurra Eileen enxugando os olhos com um lenço que Lúcifer lhe ofereceu - Ver a minha melhor amiga naquele caixão, sabendo que ela vai ser enterrada como se não fosse nada...
-Não precisas de pedir desculpa... - murmura Lúcifer abraçando a mulher.
Após uns minutos o padre surge para começar a cerimónia fúnebre, o caixão é fechado passado uns minutos. Os pais de Mary aproximam-se para se despedir de vez da sua filha. Ao fecharem o caixão a mãe de Mary desmaia e é socorrida por Eva, que era médica legista.
Logo a cerimônia começa.
-Hoje estamos aqui reunidos para esta infortuna cerimónia. Mary Wendy Williams partiu demasiado cedo, com apenas 28 anos de idade, uma dançarina incrível e uma mulher com um coração de ouro. - explica o padre - Amigos e família estão devastados com a sua precoce morte, contudo Deus guiará Mary para o caminho da luz. Alguns amigos que querem dar as últimas palavras podem subir.
Eileen logo levanta-se e vai até ao altar, o padre logo se afasta para deixar a mulher falar.
-A Mary era uma mulher fora do normal, extremamente sociável, generosa, tinha um coração de ouro. Apoiou-me mesmo nos momentos mais difíceis, ela não era só uma amiga, era como uma irmã. Descansa em paz, Mary.
Ela sai do altar e volta-se a sentar.
Após as formalidades, a marcha fúnebre logo começa. O seu pai, junto com outros amigos da família pegam no caixão e o cortejo começa.
Todos se levantam e seguem atrás do caixão, a chuva começa a cair com força ou cruzarem os portões do cemitério.
Eileen segura uma rosa carmesim com força, Lúcifer abre o chapéu de chuva e segura os ombros da sua mulher.
Eva e Arnold vão juntos noutro chapéu de chuva, a mãe de Eileen espreita o casal de demónios pelo o canto dos olhos.
-Porque estás a olhar para a tua filha assim? - murmura Arnold ao ouvido da sua esposa.
-Ela foi embora à 1 ano e sei que a maldição dos 100 anos foi quebrada. E se ela deixar de vez o mundo humano?
-Eva, ela deixou o mundo humano porque quis. Tens de a deixar viver a sua vida. O Lúcifer parece um homem decente é extremamente querido e atencioso com a Eileen.
-Ele é um demónio... E ela... também... E se ela nos abandonar?
-Ela sempre manteve o contacto Eva, tu escondeste muita coisa dela... A Eileen deve se sentir muito traída... Falamos mais tarde querida.
O cortejo andava lentamente sobre a chuva, as lágrimas do pai de Mary eram camufladas pela chuva.
Enquanto Eileen avançava até o cortejo sentiu uma mão no seu ombro.
A demónio vira-se e depara-se com uma mulher de cabelos castanhos e olhos azuis, era alta e elegante. O seu cabelo estava amarrado num coque apertado.
-Eileen, à quanto tempo!  - exclama a mulher baixinho abraçando-a.
-Debbie...
-Sinto muito pela Mary, ela era tão jovem, que trágico. - afirma a mulher de forma dramática - Uh quem é este? - continua olhando para Lúcifer com os olhos a brilhar.
Eileen faz uma careta, porém logo recompõe-se e dá um longo suspiro. Lúcifer percebendo que a mulher parecia estar incomodada decidiu intervir.
-Lúcifer Morningstar. - apresenta-se o demónio.
-Lúcifer Morningstar? Que nome exótico, já te disseram que és muito bonito?
-Estamos num funeral Debbie. - adverte Eileen, começando a sentir as bochechas vermelhas.
-Que indelicadeza a minha. Eu sou a Deborah Harper antiga colega da Eileen na academia de bailado. Ele é o quê para ti, Eileen? Segurança, com a tua antiga fama precisavas de um.
-Sou o namorada dela. - responde Lúcifer cheio de paciência.
-A Eileen Uriel a namorar contigo? Que sorte. Bem, querida Leen conversamos depois, adeus. E a minha felicidade para o casal.
Lúcifer e Eileen ficam a ver a afastar-se.
-Mas quem é aquela? Que rude... - murmura Lúcifer voltando a sua atenção para a sua namorada.
-Deborah, uma pé no saco, uma lambe cu dos professores. Chegou a ter um caso com um deles. Nem sei o que ela está aqui a fazer, ela odiava-nos, nem sei porque ela está aqui.
-Odiar? Porque ela vos odiava?
-Éramos melhor que ela.
Ao chegar à sepultura, o padre voltou a fazer o discurso. O caixão começou a abaixar-se, novamente os choros novamente eram extremamente audíveis.
As pessoas começaram a fazer fila para lançar uma flor para a cova.
Ao chegar a vez de Eileen, suspira e suprime o choro e deixa cair a rosa carmesim sobre o caixão.
-Adeus Mary...

Obey Me - Eileen e Lúcifer- História de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora