Eu entendo a sua dor.

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Narrador pov:

Esmeralda sentia a exaustão mental se apossando dela, sua cabeça latejava com a certa calmaria, apesar de ainda ouvir poucas batidas na porta por conta dos infectados, não ousou se levantar do lugar, na verdade tinha certeza que não conseguiria fazer tal coisa por conta da fraqueza em suas pernas, não sabia explicar o que tinha acontecido, apenas sentiu como se fosse morrer e tal sensação já se apossou dela duas vezes, uma quando sua ficha caiu que Taylor realmente tinha se sacrificado, aconteceu quando estava junto da irmã sendo atendida por enfermeiros nas tendas que ficavam perto das zonas de quarentena e a outra vez foi quando Marlene lhe entregou Ellie e lhe disse que Anna havia morrido por conta da FEDRA, a ex-detetive estava na sala e havia deixado a sobrinha no meio de sua cama no quarto, até o dia de hoje ela apenas sentia as sensações como no dia em que perderam a Tess, odiava aquilo e ainda mais por acabar podendo colocar a vida de Ellie em risco se isso acontecesse se estivessem sozinhas, sua sorte era em ter os irmãos e Joel… o contrabandista mais uma vez tinha a ajudado, não conseguia entender como ele tinha feito tal coisa, mas o agradeceria outra hora, respirou fundo antes de começar a se levantar, arrumou sua mochila e se aproximou.

— Tia Esme, você tá melhor? - Esmeralda botou um sorriso em seus lábios e tombou sua cabeça levemente para o lado.

— Tô sim, podemos continuar.

— Tem certeza? - Joel perguntou ganhando a atenção da mulher. - Podemos esperar um pouco mais.

— Eu tô legal, é sério. - O contrabandista a examinou por um momento antes de balançar a cabeça positivamente, começaram a andar e se aproximaram de Henry e Sam. - Vamos garotos?

— Você tá bem?

— Não se preocupe, Henry. - A mulher sorriu levemente enquanto via os irmãos se levantarem. - Vamos lá. - Esmeralda começou a andar na frente acabando por os guiar, Henry e Joel se entreolharam brevemente.

— Ela tá bem mesmo?

— Se ela tá dizendo. - Joel respondeu mantendo o olhar nas costas de Esmeralda antes de seguir o caminho.

— Cara, assim ela não vai gostar de você.

— O que? - Joel franziu a testa ao escutá-lo.

— Dá pra ver que tem algo entre vocês e esse é até um motivo para eu não insistir em nada com ela. - Assim que falou pode sentir o olhar do mais velho em sua direção e deu um sorriso amarelo. - E também por que eu ainda quero continuar vivo, ainda mais depois desse olhar. - Joel voltou sua atenção para Esmeralda que agora andava junto de Sam e Ellie. - Uma mulher gosta que um cara seja sensível, que demonstre gostar dela e se importar.

— Por que eu ia querer demonstrar que gosto dela?

— Você gosta de esconder, então? - Devolveu com outra pergunta com um sorriso nos lábios, mas sumiu rapidamente quando Joel o olhou de canto. - A questão é. - Henry limpou sua garganta. - Mostre que se importa, que em um estalar de dedos, ela vai estar dizendo o mesmo.

— Eu não sinto nada por ela.

— Você acredita em algo que sai da sua boca?

— Você não tem mais o que fazer, não é? - Henry acabou rindo de forma baixa e balançou sua cabeça em negação.

— Não tenho. - Acabaram parando quando viram a mulher fazer o mesmo, quando se aproximaram o suficiente puderam ver uma pequena comunidade, as casas estavam abandonadas e algumas até mesmo destruídas. - Será que tem algum infectado?

— Vamos descobrir. - Esmeralda respondeu e pulou a parte elevada sendo seguida pelos demais, andavam pela rua observando o lugar, o silêncio era presente, mas podiam ouvir os sons de insetos, já começavam a sentir o clima esquentando com o sol que se erguia cada vez mais, a ex-detetive soltou seu cabelo o fazendo cair como uma cascata em suas costas, Joel que olhava para o lugar voltou a ter a atenção na mulher, pode vê-la colocar o elástico por entre seus lábios e puxar seu próprio cabelo antes de prendê-lo, um riso fraco e baixo demais saiu dos lábios de Joel ao notar as mechas pequenas que tinham se soltado.

Blood and Death¹ - The Last of UsOnde histórias criam vida. Descubra agora