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Aurora

O começo da festa de aniversário da Stephany foi maravilhoso, do jeito que ela organizou em relação à nossa religião, onde nós nos conhecemos e estamos há anos nessa amizade. Hoje é comemoração do aniversário dela de dezoito anos, nosso pessoal vai indo embora e os outros familiares dela vai chegando.

Ste é o oposto da minha personalidade, ela é sensível e tá sempre procurando querer o melhor pros parentes dela, inclusive vai fazer um churrasco, que já está começando, só pra agradar os familiares.
Já eu sou diferente, minha personalidade não permiti essas coisas, se ela não queria, não deveria ter feito.

Isso condiz muito por qual santos sou filha, sou de Iansã com Oxóssi, todos meus sementimentos estão guardados no fundo do meu peito e ninguém tira de lá, sou difícil em expressar sentimentos, tenho uma personalidade onde prefiro ficar calada e na maioria das vezes respirar fundo do quê me estressar por algo sem necessidade.

Ste: Já trocou de roupa? — escuto sua voz, termino de ajeitar meu vestido após tirar meu traje, colocando meu vestido vermelho novamente.

O cumprimento vai até meus joelhos e é aberto do lado, jogo meu cabelo enorme todo pra trás me olhando no espelho do seu quarto. Ouço o barulho do som e os barulhos das conversas na lage, vindo até aqui no quarto.

— Vai subindo, jaja eu vou... vim aqui só pra acompanhar na nossa abertura juntas.

Ste: E vai ficar pro churrasco — a encaro pelo espelho.

— Só o começo, depois tô indo embora, pode ser ? — escuto seu suspiro fundo, analiso seu cabelo ruivo, vestido soltinho branco e ela confirmar devagar, em seguida termina de fechar a porta, saindo

A família da Ste são todos católicos, ela é próximo de todos, eles tiveram a sabedoria de não ter preconceito com a religião dela, respeitando, assim como ela respeita cada um deles e organizou um churrasco, pra curtirem.
O coração mole dela permitiu esse churrasco de rolar.

Deixo o quarto dela, saindo, caminho em direção a sala, logo entro na garagem, pronta pra subir a escada da lage, vou subindo devagar, ouvindo o pessoal falando, a música tocando, na medida que vou subindo o cheiro da carne assando vai invadindo meu nariz. Ao pisar no último degraus atraio os olhares de vários na minha direção, não só um, mas maioria olha na minha direção. Tinha algumas mesas juntas, era mais pro familiares dela, tios, avós e a mãe dela.

Dou um sorriso pra dona Maria, que é mãe dela, ela estava perto da churrasqueira.

Não é primeira vez, em todos lugares sempre atraio olhares, passo o olhares por alguns, conheço um pouco dos pessoal, mantenho minha postura.
Ste dá um sorriso quando aproximo dela, que está em volta de alguns familiares.

Ste: Essa aqui é minha amiga, ajudante, melhor conselheira, a Aurora — dou um sorriso sincero — Eles são meus tios, Lázaro, Raquel — cumprimento os dois com um balanço de cabeça.

Raquel: Muito bonita — solto o ar pelo nariz, sorrindo.

— Obrigada.

Raquel: É da mesma religião que ela?

— Sou, nos conhecemos na nossa religião.

Raquel: Bom, muito bom, eu já falei pra ela fazer mais amizades com pessoas da mesma religião que ela. Ajuda ela a conhecer mais pessoas como vocês, é bom ter um grupo que divide as mesmas ideias e gostos.

— Sim, pode deixar — confirmo, passando a mão por meu cabelo.

Raquel: Agora vou pegar uma carne, vamos amor — chama o rapaz do lado dela, que despede de nós.

Ste: Falta meu primo chegar, ele disse que iria trazer um amigo com ele.

— Primo? — junto minhas duas sobrancelhas, cruzando meus braços na altura do meus seios — Aquele que tú era apaixonada quando era adolescente? — escuto sua risada baixa.

Ste: Para, era adolescência, ele é meu primo — responde — Mas é ele, o Galvão, ele nunca olhou pra mim com esses olhos, Aurora. Só primos mesmo, ele disse que iria me levar pra um rolé depois daqui, mas nada demais, como amigos e primos.

— Hum, cuidado, em — olho seu rosto, as sardinhas destacam nas bochechas — Esses rapazes do crime não tem a mente fechada, como tú é prima de uma tá sabendo como é.

Ste: Eu sei, nosso vínculo não passa disso – me olha nos olhos.

— Não tô falando disso, Ste, tô falando em relação de algo acontecer com ele e tú tiver do lado, vai acabar levando juntos — passo a mão no meu cabelo, trago uma mecha pra frente, enrolando no meu dedo — Agora vai lá com teus familiares, vou sentar um pouco.

Ste: Ja ja volto — confirmo.

Caminho em direção à mesa onde tinha algumas coisas pra comer, pego alguns pães de queijo pequeninos com algo no meio e trago na minha boca, comendo. Como uns três seguidos. Fico um tempo sentada, resolvo tomar uma pequena quantidade de um vinho, que tinha ali, pra qualquer pessoa.
Hoje não estava afim de beber.
A música no fundo continua, todos curtindo, conversando na roda deles de família.

Eu fico feliz em ver o quanto o rosto da Ste transmite tranquilidade en estar reunindo todos que ela gosta.
A atenção de todos desviam, analiso o primo dela subindo as escadas, logo o grito entre os familiares pela chegada do Galvão.
Levanto em seguida, aproximando da turma.

Galvão: E aê, Sterzinha — analiso um cumprimento dos dois e logo um abraço, ele puxa ela pra um beijo na sua testa, segurando o presente na sua mão direita.

Ste: Pra mim?

Galvão: Claro, pô, o aniversário é teu — dá uma risada fraca.

— Amiga, eu tô indo embora — falo em tom, chamando a atenção dela.

Ste: Agora? — pergunta nós braços do primo, confirmo — Obrigada pro ter vindo e me ajudado, te amo — Manda beijo, dou um sorriso, despeço de alguns.

Ajeito meu vestido e começo a caminhar em direção a escada.

Ste: E teu amigo?

Galvão: Tá subindo — a voz deles vão sumindo da minha audição, enquanto desço a escada, quando piso no último degrau sinto a presença de alguém entrando pelo portão aberto.

Foco um pouco minha atenção, a mão grossa fecha o portão devagar da garagem, ele presta atenção no portão, a tatuagem no braço direito, eu conheço perfeitamente os detalhes de uma águia tatuada no seu braço direito... quando seu corpo vira na minha direção, meu mundo desaba quando avisto, sinto minhas pernas fracas, mas minha postura é a mesma, não desmontando o comando por meu corpo.

Meu peito começa a subir e descer em uma respiração pesada, meu peito começa a arder, o rosto sério vem na minha direção, seguro meu vestido dos dois lados, apertando o tecido entre meus dedos.
Sinto o cheiro do seu perfume, era o mesmo perfume quando dei pra ele de presente e falei o quanto combinava com ele...

Um boné preto no seu rosto, camiseta preta, destacando um cordão e os olhos acinzentados na minha direção.

Vinhedo: Aurora? — ouço sua voz grossa, seu olhar percorre por todo meu corpo, ele analisa meus seios descendo pra minha cintura, sinto queimando em cada canto e voltando pro meu rosto.

Como ele mudou...

Meu Erro- Degustação Onde histórias criam vida. Descubra agora