1. look at the stars, look how they shine for you.

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[int. casa da Maya - noite]

Assim como toda quinta-feira, Maya e Mason se reuniam na casa da loira para mais uma de suas sessões cinematográficas. Depois de uma decisão extremamente bem-analisada com computação de dados e a democracia sendo exercida, Maya foi a sorteada da vez para escolher o filme da semana após vencer um par ou ímpar contra seu irmão. A loira optou por uma trilogia de terror slasher, já que estaria com seu irmão, que é mais medroso do que ela, porém, pelo menos não estaria sozinha em casa esta noite.

- Eu acho a Deena cômica.- Mason comentou após 15 minutos de filme. Talvez seu recorde de silêncio até aqui desde quando o mesmo proferiu as suas primeiras palavras da vida.

- Eu tenho 110% de certeza que a comicidade do filme é papel do Simon.- Maya contrariou.- A comicidade dele se completa com a Kate, mas ele sozinho já é cômico o suficiente, pelo menos, para um alívio cômico em um filme de terror.- Mason pareceu pensar sobre o que sua irmã havia dito.

- Mas a Deena é tipo "eu aceito acabar com uma maldição de 300 anos, mas desenho a linha limite em dirigir por 30 minutos para ver minha namorada", a comicidade dela vem na hipocrisia do subtexto.- Maya gargalhou com o comentário do irmão. Para qualquer outra pessoa, eles seriam dois porres de se assistir um filme juntos, mas eles juntos funcionavam e era isso que os importava.

Um pouco mais de uma hora e meia se passou e os irmãos Bishop já estavam no meio do segundo filme da trilogia: Fear Street 1978. Vale mencionar que a loira de coração fraco chorou exatas três vezes no primeiro filme enquanto recebia zoações de seu irmão por chorar em um filme de terror, mas segundo ela, a quase despedida da Sam prestes a se sacrificar em prol do grupo é 'chorável' para qualquer pessoa. 

Tudo se encaminhava para um fim tranquilo para mais uma de suas sessões de filmes, até que eles ouviram três batidas na porta da frente. Se entreolharam confusos, não haviam pedido nada e de fato não estariam esperando alguém. Mason se propôs a levantar primeiro depois de perder a batalha silenciosa de olhares contra sua irmã.

-- Quem poderia ser a essa hora da noite? - Disse com certa indignação presente em seu tom de voz, se pondo de pé e rapidamente calçando seus chinelos.

- Ruby Lane? - Maya brincou.

- Ha-ha, muito engraçado.- Se dirigiu até a porta para então abrir a mesma e se deparar com... Nada. Não havia nada ali, nem ninguém, a rua estava completamente deserta. Preferiu pensar que havia sido coisa da cabeça de ambos, já que o ambiente incitava certo terror em seus cérebros. Voltou rapidamente ao sofá para se cobrir novamente e seguirem a programação, despausando o filme. Mais alguns minutos se passaram e de novo pode-se ouvir as mesmas três batidas na porta, na mesma altura e no mesmo tom. Mais uma troca de olhares, mas Maya sabia que deveria ir dessa vez.

Andou em passos lentos até a porta, abrindo a mesma e mais uma vez, nada, nem ninguém... Olhou para os lados procurando qualquer resquício de ser humano que pudesse ter batido em sua porta. Mason observava a irmã aflito. Quando deu um passo para trás para que pudesse fechá-la novamente, uma figura até então desconhecida pulou em sua frente. Foi tudo tão rápido que a única coisa que conseguiu ver antes de cair para trás foi uma máscara que se parecia com ninguém mais ninguém menos do que Jason de "Sexta-feira 13", Mason pulou tão caoticamente no sofá que chegou a derrubar o abajur, dentro de segundos e paralelamente ao caos que se instalou na sala da casa de Maya, foi possível ouvir gargalhadas conhecidas até demais pelos irmãos. Se recompuseram apenas para encarar a figura lentamente tirando a máscara, com a barriga doendo de tanto rir.

- Não teve graça, Victoria. Eu poderia ter te socado em reflexo! - Maya respondeu ainda brava observando a melhor amiga se pôr para dentro de sua casa, fechando a porta atrás de si.

pyxis. - marina shortficOnde histórias criam vida. Descubra agora