2. falling like the stars

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Pov Maya Bishop
Depois de alguns minutos segurando a conversa com a morena misteriosa, decidimos, enfim, nos sentarmos a uma mesa vazia qualquer.

- Sabe, eu deveria te contar uma coisa, eu tenho uma regra.- Eu ouvia atentamente cada palavra que saía de sua boca. Como não ouviria? Até a voz dela é carregada de presença.- Eu nunca fico com alguém em casamentos. Nunca levo ninguém para casa, ou vou para casa de alguém. Se é que você me entende.

- Eu imagino que você não tinha essa regra antes.- Ri fraco. Talvez tenha sido a mulher mais bonita de quem já levei um fora, então não encararia como uma derrota.

- Bem, o negócio é o seguinte, aqueles grandes momentos românticos são ótimos quando acontecem, mas não são reais. Como se fosse um 'óculos de casamento' que as pessoas usam para enxergar relacionamentos de forma romantizada.

- Isso foi... estranhamente preciso. E é por isso que não estou colocando minhas técnicas de conquista em você.- Menti. Sim, menti. Levar um fora ainda é humilhante demais para mim.

- Essa não é a técnica? - Perguntou divertida.

- Calma, você acha que essa é a técnica. Acredite, você reconheceria as técnicas se eu as tivesse pondo em prática.- Sorri convencida, mesmo que a vergonha e insegurança estivessem me corroendo por dentro.- Pessoas 10 mesas longe dessa reconheceriam as técnicas.

- Ah, isso é ruim.- riu.

- Nem me fale.

- Sabe... Eu acho que tenho uma solução.- Disse com uma expressão esclarecedora em seu rosto. Sério mesmo, se estivéssemos em algum filme de animação, esse seria o momento que uma lâmpada se acende por cima da cabeça dela.

- Estou interessada...

- E para isso dar certo, nós não vamos transar essa noite.

- Menos interessada. - Soltou uma risada sincera. Risada essa que era tal como uma sinfonia escrita por Bethoveen, capaz de transmitir um sentimento pacificador por onde quer que passe.

- Então, o que sempre fode tudo é o dia seguinte. Certo? Então... Por que não excluímos essa parte?

- Como assim?

- Eu estou aqui, você está aqui, este é um grande e romântico casamento. Por que não apenas dançamos, nos divertimos e então, quando acabar nunca mais nos vemos de novo.- Disse se empolgando de uma maneira até ofensiva enquanto chegava a parte final de sua frase.

- A menos que...- Tentei argumentar.

- Não. - Colocou o dedo indicador na altura de minha boca para que eu cessasse minha fala. Nada de 'a menos que'. Nada de emails, números de celular, nem mesmo nomes. Hoje criaremos uma memória que nunca descolorirá. E então... Quando estivermos idosas, enrugadas, grisalhas, velhinhas gagás, nós olharemos de volta para essa noite e ela será perfeita.

- Uau.- Foi a minha única reação possível, e imagino que você aí que está lendo isso tenha pensado a exata mesma coisa. Que visão curiosa e fascinante sobre linhas temporais e dias seguintes. Essa mulher era instigante.- Ok. Eu topo. Eu acho que, então... Precisaremos de nomes falsos?

- Hmm...- Pareceu pensar.- você pode me chamar de Bambina.

- Prazer em te conhecer, Bambina.- estendi a mão em cumprimento e ela logo retribuiu.

- Eu sou... Bertha McConaughey.- a morena gargalhou alto com meu comentário, até atraindo alguns olhares para nossa mesma, mas ela não parecia se importar. Talvez não fosse uma má ideia fazer palhaçadas essa noite apenas para ouvir aquela risada quantas vezes forem possíveis.- Uau, isso é até meio que excitante. Nossos nomes serão eternos mistérios para nós e...

pyxis. - marina shortficOnde histórias criam vida. Descubra agora