chapter four

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O dicionário define família como: "Núcleo social de pessoas unidas por laços afetivos, que geralmente compartilham o mesmo espaço e mantêm entre si uma relação solidária".

Beatrice só tinha isso na cabeça desde que acordara naquela manhã. Isso seria se ela tivesse dormido, mas não conseguiu pregar os olhos desde a conversa. Não tirava da cabeça cada palavra dita.

Harry queria que Louis fosse sua mãe. Louis queria ser sua mãe. Ela queria?

Uma vez seu pai disse que ela saberia quando encontrasse sua mãe, será que ele falava de Louis? Se eles se conhecem há anos e se amam até hoje, Harry deve ter esperado desde que ela nasceu que os dois criem uma conexão e se sentisse como família, apenas com sua esperança. Beatrice, definitivamente, tem uma conexão com o ômega, ela se sente segura, acolhida, seu lobo se contorce o tempo todo e só para quando está com Louis. Era essa conexão que ele falava?

Se fosse, ela achou o que procurava, então.

Beatrice ouve passos na escada, sabe que é seu pai indo acordá-la, mas ela não consegue se levantar, nem mesmo se importa em fazê-lo, hoje ela só quer ficar deitada em sua cama, torcendo para que no dia seguinte tudo volte ao normal, ou que, pelo menos, tudo aquilo se resolva.

— Bom dia, minha princesa. Já são mais de 8 horas, você quer ir para a escola? – Harry também não havia dormido, era evidente, seus olhos estavam fundos e vermelhos e o rosto inchado, pelo visto havia passado a noite inteira chorando, mesmo que não admitisse isso para ninguém, Bea sabia que era verdade. Mas ele tinha uma filha, que era muito mais importante do que ele estava sentindo, para cuidar. Ele tinha que ser forte naquele momento.

— Não.

— Tudo bem, eu imaginei mesmo, não vou te obrigar a ir hoje. Eu tentei pegar folga agora para ficar com você, mas eles não me deixaram. Desculpa Bee, você vai ficar com sua vó hoje, tudo bem? – Ela só consegue murmurar alguma coisa que ele finge entender. Mesmo que ela não concordasse, Grace estaria indo do mesmo jeito, ninguém consegue falar não para a ômega. – Vamos, pelo menos, tomar café juntos?

— Tudo bem. – Ela diz contrariada, infelizmente se levantando da sua cama deliciosa. Podia fazer um sacrifício ou outro pelo alfa.

O café da manhã foi silencioso, Harry queria falar muita coisa, mas não sabia como começar, Beatrice só queria voltar para sua cama e se enfurnar em seu quarto para sempre. Muitas coisas para serem ditas, poucas respostas e nenhuma coragem.

— Hmm. – Harry tosse para limpar a garganta, havia perdido a voz. – Bee, eu estava pensando, o que você acha de procurarmos uma psicóloga? Tudo isso que está acontecendo não é fácil, não quero que você tenha que lidar sozinha, você sempre vai me ter aqui, e sei que vai ter Louis também, mas a gente está tão confuso quanto você, talvez seja melhor alguém não confuso para tirar essa confusão da sua cabeça. – Ele dá uma risada sem graça. – O que eu estou tentando dizer, Bee, acho que é legal você ter alguém para conversar e te ajudar.

Trixie sabia que ele estava certo, até já tinha pensado que seria bom ter alguém para ajudar. Porém, uma parte orgulhosa de si, não queria admitir que seu pai estava certo, que ela estava no fundo do poço e precisava de alguém para tirá-la de lá.

— Eu vou procurar uma também, para mim eu digo. Louis disse que vai me ajudar bastante, ele é psicólogo, né, então ele sabe das coisas. Eu confio nele. Ele disse que vai procurar uma também, até os psicólogos precisam de ajuda, Bee. Você é uma adolescente, não precisa lidar com tudo sozinha. Eu estou crescendo junto com você, preciso de ajuda também.

— Tudo bem. – Ela estava um pouco surpresa, na verdade, com isso. Seu pai sempre prezou pela honestidade entre os dois, claramente, mas agora ele estava realmente se abrindo para ela, e isso era outro nível. Ela não estava sozinha, outras pessoas estavam no fundo do poço também. – A gente pode procurar uma para mim, e para você também.

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