08/05/18 - 12:15 PM

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Oito de maio de dois mil e dezoito, doze horas e quinze minutos da tarde.

Eu não devia estar escrevendo isso agora, Fan, muito menos hoje, mas eu tenho que te contar o que aconteceu quando eu cheguei no Japão.

De madrugada, naquela noite em que te escrevi no voo para cá, eu demorei um pouco mais para dormir, então consegui ver a BaekHyun junto com um outro rapaz. Provavelmente alguém da área de organização que veio junto com o chefe.

Eu não quis me intrometer, mas a curiosidade simplesmente berrou- falou mais alto e eu fiquei ouvindo a eles dois.

Percebi que queriam privacidade e estavam com medo de serem descobertos porque a todo instante um eles olhavam em volta e conversavam aos sussurros. Gradualmente, os sussurros se tornaram palavras e logo eles diziam em tom barulhento o bastante para acordar alguns passageiros.

Depois de discutirem, o garoto apertou os dois braços da BaekHyun e a preensou entre ele e a poltrona. Ele nem se importava mais com o público os assistindo, parecia só se importar em fazer mal à baixinha morena.

O rapaz foi bruto no começo, os dois estavam quase rolando pelo chão e eu pondo meu pé no corredor onde eles estavam e me virando para a direção dos dois quando a aeromoça apareceu perguntando em alto e bom som se tinha algum problema acontecendo.

Ele imediatamente disse que não e segurou o antebraço da baixinha, aparentemente com força demais, o que a fez gemer de desgosto e puxar o braço para longe do toque alheio.

Após isso, eu dirigi minha voz para eles e disse que seria mais adequado se a aeromoça acompanhasse a BaekHyun até o assento dela. A resposta veio como um "Vá dormir. Não se intrometa no que não é da sua conta e apenas nos deixem sozinhos." carregado por um ar de falsa superioridade e certo enojamento.

Pelo que aconteceu em seguida, a senhorita que trabalha para a empresa aérea não deve ter gostado nadinha do que ele disse porque, enquanto ostentava um olhar repleto de fúria no rosto, ignorou totalmente o rapaz e se preocupou em perguntar qual era o número do assento da BaekHyun e a levar até a poltrona certa ao mesmo tempo que ignorava as reclamações do rapaz desconhecido.

Quando ela já estava no bloco da poltrona do rapaz, ela mandou o garoto juntar todos os seus pertences e "se encaminhar para um lugar onde ele não desmoralizasse as pessoas e a companhia, perturbasse a tranquilidade alheia com algazarra e realizasse assédio sexual em plena madrugada durante um voo com crianças dentro assistindo à desfeita organizada por um irresponsável".

O desconhecido rapidamente juntou suas coisas e caminhou apressado até a divisória fechada pela cortina, deveras humilhado.

Por fim, o que eu quero dizer com tuda essa explicação é que agora todos estão falando sobre isso, e BaekHyun está mal porque disseram que ela não sabe se proteger e que é toda frágil.

Eu fui conversar com ela após nós dois já termos descido do avião e não saí do lado dela desde então. No hotel, nossos quartos ficavam em andares diferentes, contudo, ela me pediu para ficar no mesmo quarto que ela.

No primeiro momento, eu não soube o que dizer porque queria ficar sozinho com você num quarto só para nós dois, mas depois que ela levantou o rosto e eu pude ver sua expressão de choro, os ombros caídos e as mãos apertando firmemente as próprias palmas, eu não pude fazer nada senão aceitar o pedido e dar-lhe um abraço apertado.

Quando chegamos ao quarto, ela disse que iria tomar banho e eu concordei dizendo que um banho frio bem tomado acalmaria os nervos dela e a faria melhor. Ao dizer aquilo, eu não estava sendo totalmente confiante pois eu nunca tinha visto a BaekHyun daquele jeito. Contudo, quando ela saiu do banheiro com o sorriso de sempre no rosto, eu não pude deixar de sorrir e pôr de lado as minhas preocupações sobre a personalidade dela.

Sereios e náufragosWhere stories live. Discover now