Pesadelo - pt.3 (GATILHO)

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24 de Abril 2019>>

Nakashi não comemorava o aniversário de Samako, apenas deixava em branco sendo mais um dia comum, porém hoje as coisas foram diferentes.

-Samako, minha querida, venha cá!

A menina vai sem dizer uma palavra.

-Você cresceu e seu corpinho mudou. Gostaria de te explicar como vão ser as coisas a partir de hoje. Irei te levar em um local em que as mulheres recebem dinheiro em troca de brincadeiras. Você gosta de brincar, não é? - Samako afirma com a cabeça.

Então, eu consegui essa linda roupa que cabe perfeitamente em você. Gostaria que você experimentasse, por gentileza.

-O que é isso? - Samako deixa escapar a pergunta perto da mulher e imediatamente põe a mão na boca.

Nakashi a olha surpresa.

-Te ensinei muito bem. - Sorri. -Mas por esse momento eu preciso que você fale.

-Eu posso? - Samako tira a mão da boca.

-Claro!

-Então... O que é isso?

-Calcinha e sutiã de renda.

-Trabalho não tem que ter mais roupa?

-Esse não. - Sorri.

Samako olha pro presente e olha pra sua mãe.

-Mã... - É interrompida.

-Escuta, não vamos dificultar as coisas então vou te explicar desde já o que você vai fazer: Quando te oferecerem algo, você aceita. Se te encostarem você deixa. Não quero que você negue nada e obedeça tudo que for ordenado. Ouviu bem? Nas primeiras vezes pode doer, mas depois passa. Irei te levar lá hoje à noite.

-Mas...

-Agora chega, não quero mais ouvir sua voz.

A menina a olha entristecida e sem saber o que fazer.

Nakashi sai de perto e a menina se sente abandonada.

-Sempre isso... espero que hoje seja, pelo menos, legal. Finalmente vou sair de casa e ver o mundo.

24 de Abril. 22:42 >>

Nakashi arruma Samako e as duas saem dali em direção a um lugar todo iluminado com luzes de LED rosas. A entrada é estranha, simplesmente uma porta e uma escada escura que leva ao 2º andar.

As duas sobem as escadas e Nakashi se dirige à recepção.

-Eu trouxe a menina.

O homem na recepção acena com a cabeça e Nakashi volta e se abaixa diante de Samako.

-Escuta. Aqui vai ser seu primeiro trabalho, você nasceu pra estar aqui e provavelmente vai se divertir muito. Seja educada.

Samako está inquieta com as mãos nas costas.

-O que está havendo? Pode falar.

-Tem algo pinicando nas costas. A etiqueta do sutiã, eu acho.

-Não se preocupe, logo estará livre deles.

-Tá bem. - Samako tenta permanecer imóvel pra não ter mais incômodos.

-Está vendo aquela primeira porta ali, é pra lá que você vai, assim que entrar, pendure o casaco em algum canto e espere seu primeiro cliente chegar. Não esqueça do que falei.

Samako estava ansiosa, finalmente saiu de casa e finalmente não estava mais aos olhos daquela mulher. Teria brinquedos e gente nova, porém não fazia ideia do que fazer.

A garota corre, entra no quarto e faz exatamente o que sua mãe mandou.

Samako começa a fuxicar e a mexer em tudo que encontra pela frente.

-Achei que fosse mais divertido, mas não tem ninguém... o quarto fede a um cheiro estranho e tem velas pra todos os lados. Os móveis grudam que nem o chão... E tem esses troços de vários tamanhos e cores que eu não pra que servem.

-Aqui minha linda. - Um homem com fedor a cerveja entra no quarto acompanhado de uma mulher seminua.

Samako se espanta por nunca ter visto aquilo na vida.

-Aqui não, amor. Eu não conheço essa putinha, eu quero a minha amiga que tá em algum quarto desses.

O homem fecha a porta e sai.

-Aquelas pessoas estavam iguaizinhas a mamãe. Dava pra ver.

Samako volta a vasculhar ao seu redor e se concentra o bastante pra esquecer de onde está, quando de repente escuta uma voz atrás dela.

-Corpinho bonito, mas tá muito branquinho. Talvez se eu encher essa bunda tapa fica mais bonito. - O homem diz batendo na bunda de Samako.

Samako grita pelo susto e pela dor e seus olhos começam a encher de lágrimas.

A menina pressiona sua boca tentando não soltar um pio se quer.

-Relaxa, eles não podem te ouvir. - O homem sussurra no ouvido da menina enquanto a segura pela cintura.

Samako se vira e o empurra.

O homem quando percebe do que se trata entra em choque.

-Uma criança. VOCÊ É UMA CRIANÇA? - O homem sai do quarto e deixa Samako ali sem entender nada.

-Vocês têm piroca na mente? Aquela garota é uma criança, porra. Uma menininha. O que caralhos ela tá fazendo aqui?

Samako vai até a porta e o observa reclamando com o mesmo cara que da recepção que conversou com Nakashi mais cedo. A menina fecha a porta e deita de bruços na cama agarrando um travesseiro.

-Me pergunto o porquê de estar aqui? Pensei que finalmente iria me divertir. - Seus olhos enchem de lágrimas. -Eu não sei porque a mamãe me trata daquele jeito. Eu tenho medo de falar perto dela, ela nem se quer me olha e toda vez que está brava me bate e diz coisas que me fazem ficar tristes. Eu... não entendo...

A menina não consegue segurar o choro e deixar escapar alguns soluços.

-Por que, mamãe? Por que me trata como se me odiasse? Eu não sou boa pra você? O... que foi... que eu te... fiz?

Sem perceber, Samako pega no sono.

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Autora aq: Meus amigos----- eu nem sei oq falar aqui, de verdade..... eu to em choque

SamakoOnde histórias criam vida. Descubra agora