Capítulo 23: na quadra laranja

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11:29
11/03/2023
Sábado

Bom dia!
Boa tarde!
Boa noite!

Estavam com saudades?
—--


Ully conhece Jessy desde que se considera gente.

Mas quando Jessy foi para outro colégio, e ela ficou sozinha naquela escola, pareceu, ou melhor, realmente, tudo mudou.

Aquele sentimento de não se encaixar, de aceitar tudo que fazia com sigo só para ter amigos.

Era como um quadrado tentando se encaixar na forma de um triângulo.

Ela se sentia sozinha, deslocada, sentia que tudo era uma merda, queria chorar e gritar, sua terapia era o vôlei nessas horas.

As coisas estavam voltando como uma bola de neve que se derretia ou então as coisas simplesmente explodiram, mas nunca era uma bomba, eram várias.

Era complicado.

Além do fato chato que nessa época começou as "brincadeiras" sobre sua querida genitora, o fato dela não ser presente ou então rejeitar a filha era engraçado, motivo de piadas– não aquelas boas, ou aquelas que realmente são divertida, ou quando você tem intimidade para falar isso sobre a pessoa, não fazia ela se sentir leve, fazia ela se sentir suja, pesada, magoada, mas não sempre era legal.

Sem contar o fato de como usavam isso para humilhar, para diminuir Ully.

Mas a verdade era que ninguém ligou se aquilo era confortável para ela, já era bom para eles, afinal, nada melhor do que se brincar de uma forma fodida com alguém, né?

    Ela nunca se encaixou de forma certa, pelo menos, era oque sentia.

Quando estava com Jessy isso sumia.

Mas agora, tinha mais pessoas.

Sentia que não precisava se forçar a ser alguém que não era pra ter amigos, ou então, que não era uma estranha.

Podia ser estranha, mas tinha outros estranhos com ela agora.

–Vamos logo – Jessy disse tirando Ully de seus pensamentos.

       Ela tinha esquecido, mas elas iriam ver algum time jogar, infelizmente foi obrigada, pois hoje o Praia jogaria e queria ver o jogo, mas as meninas a deixaram sem uma única opção.

Então, sendo arrastada para o lugar, sem olhar para os lados, apenas para celular, como uma criança birrenta, ou, uma criança que não ganhou o pirulito que queria.

  –A Ully parece aquelas crianças encapetadas que as mães ficam puxando, enquanto o Mine pestinha, que nesse caso é a Mine querida Ully, tá pouco se fudendo, só ligando pro desenho no celular – disse Daniele.

–Vai tomar no meio do seu cu filha de uma puta!– disse finalmente levantando o olhar. Já estava dentro da quadra –Não!– berrou extremamente alto, fazendo as pessoas olha para si

  Megan pegou o braço de Ully, e puxou ela de volta para a cadeira.

  –Mano, você não consegue ser normal nem hoje?– Celine perguntou olhando para a amiga.

  –Voces simplesmente, me trouxeram pra ver o jogo do Minas, contra o praia porra?– ssussurou para as amigas – vão toma no cu– faliu mostrando o dedo para todas.

–Espera – Megan deu uma pausa– além de gay, torce pro praia e é burra e ainda cega?– Ully abriu um sorriso alegre e vitorioso, mostrando o orgulho que tem do time– nossa, você não tem bom gosto não– balançou a cabeça em negação.

Dentro e Fora da quadra Onde histórias criam vida. Descubra agora