004. ❛ 𝐎𝐒 𝐔́𝐋𝐓𝐈𝐌𝐎𝐒 𝐀 𝐌𝐎𝐑𝐑𝐄𝐑 ❜

96 15 24
                                    

Se você é capaz de tremer de indignação cada vez que comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros. (Che Guevara)

Nem mesmo "Crepúsculo" ou "Diários de Vampiro" foram suficientes para saber a verdade sobre os vampiros. Como crer na mídia se foi ela quem tinha acobertado os vampiros todos esses anos?

Estacas de madeira matavam qualquer um, sendo vampiro ou não. Mitos de que alhos era uma das ridículas fraquezas dos vampiros, faziam qualquer um revirar os olhos. Mitos de que água benta queimavam suas peles e que eles tinham pavor de igreja. Como isso poderia ser uma base de entendimento sobre os vampiros? Os que estavam mais próximos da realidade eram autores já mortos, de séculos atrás e até mesmo antes de Cristo.

Vampiros sugam seu sangue. Sugam sua essência. Sua vitalidade. Desejam ficar jovens para sempre e sempre serão. Verão novas gerações crescerem, viverem e morrerem, mas os vampiros estarão com a mesma jovialidade. Vampiros lêem a sua mente. Vampiros não amam. Eles tem a paixão mas, definitivamente, não amam alguém. E amar humanos estava fora de questão.

Apenas em romances escritos que aquilo era possível. Como se apaixonar pela sua própria alimentação? Chegava a ser ridículo.

Eram seres sem alma, com uma casca para encobrir o demônio que habitava neles. E mesmo assim eram tão belos, quase como anjos enviados do céu. Ou expulsos dele.

— Você sabia que os soldados estão negando sair daqui? — Aeri contou para Seulgi.

— Por quê?

— Estão dizendo que os vampiros estão sendo vistos aos arredores. Não vai demorar muito para verem enormes muros de pedra e invadirem aqui. E como vão querer sair depois disso...

— Que pesadelo. — Seulgi disse colocando a mão no queixo. — O que será de todos nós? O fim parece cada vez mais próximo.

— Isso se ele já não tiver chegado. — Joohyun disse se intrometendo na conversa. — O que acha que seus pais vão dizer? — Ela inclinou a cabeça em direção aos dois comandantes que estavam na frente de todos.

— Boa tarde a todos. — Catherine disse depois de coçar a garganta para chamar a atenção. — Nós viemos dizer que a Esperanza vai entrar em uma quarentena pelo o nosso bem.

— Quarentena? — Aeri murmurou em meio a conversas de indignação dos outros.

— As patrulhas e idas a cidade estão totalmente fora de cogitação no momento. — Joseph disse. — Os vampiros estão se aproximando daqui e passaremos esses dias apenas tomando cuidado.

— E o Carnival? — Alguns perguntaram.

— Ainda vai acontecer, não se preocupem. — Seulgi mordeu o lábio inferior. — A partir de hoje terá um toque de recolher e vocês serão treinados para o que pode acontecer.

— Alguém tem alguma dúvida?

— Por que um toque de recolher? — Seulgi levantou a mão e perguntou.

Seulgi odiava como os pais dela nunca contavam para ela sobre essas informações. Conviver com eles não eram o suficiente para ter um compartilhamento de informações e os três debaterem sobre o que era bom e importante para a Fortaleza Esperanza. Ela já tinha vinte e quatro anos! Não era uma criança e não queria ser tratada dessa forma, como era várias vezes por eles dois.

— Para evitar que alguns saiam da fortaleza. Achamos desnecessário, mas vimos que seria melhor para que não houvesse nenhum imprevisto.

Ninguém foi contra a palavra dos comandantes, o que surpreendeu Seulgi naquela hora. Estava esperando algum grito raivoso ou uma sugestão radical sobre o que era para ser feito. Mas ninguém disse nada. Todos concordaram e foram dispensados para suas casas.

ESSÊNCIA † SEULRENEOnde histórias criam vida. Descubra agora