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Pov Any

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Pov Any

O meu pai morreu quando eu tinha treze anos. Ele passava muito tempo fora de casa por conta do trabalho e só voltava nos fins de semana para aproveitar com a gente. Mas apesar disso, eu e ele tínhamos uma relação incrível.

E quando ele estava na estrada, meu pai acabou batendo o carro, e não aguentou. Aquilo tinha me quebrado por dentro.

Eu fiquei muito abalada com isso, porque o meu pai era a pessoa mais importante da minha vida e tudo mudou em poucos segundos.

Saio do meu quarto assim que ouço minha mãe me chamar. Desço as escadas e vejo minha mãe e Sabina na cozinha.

-Aconteceu alguma coisa?

-Na verdade, não. -minha mãe respondeu - Eu só queria avisar que vou trabalhar até tarde.

Assenti.

-Tudo bem. Era só isso?

-E que a Sabina também não vai estar em casa de noite. No caso, você vai ficar sozinha hoje a noite.

Eu não gosto de ficar sozinha em casa durante a noite.

-Tá bom. Será que eu posso chamar um amigo? Quando vocês estiverem fora?

-Acho que não tem problema. - ela diz - Só não façam bagunça na casa.

Balancei a cabeça enquanto eu subia as escadas indo direto para o meu quarto. Peguei meu celular e me joguei na cama.

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Josh vizinho

Minha irmã e minha mãe não vão

estar em casa de noite.

Josh:

Isso é bom?

Não faço ideia

Eu queria saber se você quer vir

aqui em casa de noite

Não queria ficar sozinha hoje

Josh:

Sua mãe não vai se importar?

Ela deixou você vir.

Eu perguntei para ela.

Mas se você não quiser vir,

tudo bem.

Josh:

Mas eu quero.

Que horas eu posso ir?

Quando você ver minha mãe e minha

irmã saindo de casa, você vem.

┗━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━┙

A tarde passou bem mais rápido do que eu imaginava e quando minha irmã e minha mãe saíram de casa, eu desci as escadas rapidamente e me sentei no sofá. Assim que ouço baterem na porta, fui até a mesma e sorri quando eu atendi.

-Obrigado por vim.

-De nada. E além de tudo, meus pais também saíram, então não tem problema se eu estiver fora.

-E a sua irmã?

-Saiu com o namorado - me sentei no sofá e ele se sentou ao meu lado - E então, não gosta de ficar sozinha em casa?

Neguei.

-Não muito. Me acostumei ter a minha mãe em casa depois do trabalho enquanto minha irmã está na faculdade ou vice-versa. Sei lá, é estranho se sentir sozinha.

-Quando você precisar de companhia, pode me mandar mensagem. Eu nunca tenho nada para fazer e eu gosto de ficar com você.

Eu não sabia o que falar; eu não sabia se ele estava falando como amizade ou algo além disso.

Não que eu goste dele, somos apenas bons amigos, nada além disso. E eu também gostava da companhia dele, porque eu tinha um amigo além da minha irmã e isso era bom. Eu só não queria que isso se tornasse um namoro ou sei lá o quê.

Antes que eu pudesse falar algo, me assusto ao ouvir algum trovão do lado de fora. Eu lembro de ter visto na previsão do tempo de que iria chover, mas não lembro de terem tido que iria ter trovões.

Eu tinha medo. Eu recebi a notícia que meu pai morreu em uma noite de chuva, e tinha alguns trovões junto. Isso me assusta toda vez que chove.

[AVISO! ISSO PODE CAUSAR GATILHO EM ALGUMAS PESSOAS!

PULEM ESSA PARTE CASO NÃO SE SINTAM CONFORTÁVEIS!]

Subo as escadas sem dar nenhuma explicação, eu usaria a desculpa de que esqueci de fechar a janela, mas era mentira. Antes que eu pudesse entrar no meu quarto para pegar um dos comprimidos para eu poder me acalmar, eu caí no chão. Me encostei na parede e olhei para as minhas mãos que estavam tremendo.

Isso já aconteceu várias vezes quando eu estava sozinha. Acho que esse era um dos motivos de que eu não gostava de ficar sozinha, eu não conseguia controlar as coisas sem os remédios. Talvez eu só precisasse de alguém para dizer que tudo iria ficar bem, mesmo que não fosse ficar, eu só precisava de um pouco de ajuda.

Eu chorava cada vez mais, eu não conseguia mais controlar o meu choro.

-Ei, Any!! Está tudo bem? - olho para Josh quando ouço ele perguntar.

Nos encaramos por um longo tempo. Provavelmente ele não sabia o que fazer ou dizer. E bom, eu não conseguia falar.

— É... hm..— foi até mim e me abraçou de lado — Fique calma, pode ser? Eu não sei o que está acontecendo, mas tenta ficar tranquila, consegue fazer isso?

Assenti rapidamente. E por incrível que pareça, eu consegui me acalmar, pelo menos um pouco. Eu me sentia bem perto dele, isso era bom... Não é?

— O que você quer fazer? — Dei de ombros— Quer ficar no seu quarto e... bom, apenas ficar lá? — perguntou. Assenti me levantando do chão devagar. Abri a porta do meu quarto e me deitei na cama, agarrei o travesseiro. - Eu vou pegar a cadeira da sua escrivaninha, tudo bem?

Segurei seu braço e fiz que não com a cabeça. Ele pareceu não entender, mas eu apontei para a cama.— Eu não sei se é a melhor ideia.

— Deite comigo. Por favor. A cadeira é muito desconfortável para você ficar.

—E se a sua mãe ou sua irmã ver? Se duvidar, até o seu pai.

Eu ainda não tinha falado a respeito do meu pai para ele. Acho que ainda não era o momento.

— Meu pai morreu, com isso você não precisa se preocupar. E sobre a minha irmã e a minha mãe, fica tranquilo, eu resolvo isso depois. Deite comigo. Por favor.

Ele não falou mais nada e se deitou ao meu lado.

Até Sua Voz Voltar - Beauany AdaptationOnde histórias criam vida. Descubra agora