Heroes Rising

[05] Teenagers

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O dia estava amanhecendo em Tóquio, era possível ouvir o som dos primeiros carros nas ruas, das pessoas andando e iniciando mais um novo dia na rotina delas e se você se esforçasse um pouco mais ouviria Katsuki Bakugou no terceiro andar do condomínio brigando com Kirishima Eijiro por não estar de pé ainda, ou poderia ouvir o grito de susto do pai da Jirou ao encontrar Kaminari mexendo na sua geladeira.

Aparentemente Tokoyami e Momo eram os mais normais naquele grupo, já que estavam apenas sentados tomando café e organizando a rotina deles calmamente em seus respectivos calendários. Em questão de 20 minutos Tokoyami recebeu uma mensagem de Yamada relembrando o horário que haviam marcado para se encontrarem e a encaminhou para seus amigos, eles deveriam estar lá às dez.

Essa notícia foi a porta de saída de Kirishima, que pegou seu celular e apontou na cara de Katsuki, que ainda estava falando com ele sobre não estar de pé.

— Katsuki pelo amor de Deus são sete horas, a gente só precisa ir às dez! Me deixa dormir, eu to morto e minha cabeça tá explodindo!

— Quem vai explodir sua cabeça sou eu, sinceramente.

Katsuki saiu bufando e Kirishima aproveitou achando que aquilo era uma desistência de seu amigo e virou o rosto para o travesseiro para tentar pegar no sono novamente, infelizmente não se passaram cinco minutos e lá estava Bakugou de novo, dessa vez com um copo de água e uma aspirina na mão, ele apagou a luz que tinha acendido antes e foi andando até a cama de ser amigo, colocou o copo na mesa de cabeceira, e a cartela com o remédio também.

— Você cuidou de mim da última vez, acho justo fazer o mesmo com você. — Ele disse, se sentando na beira da cama e apoiando a mão nas costas do amigo. — Vamos Kiri, tome o remédio. Hoje é um dia importante, você não precisa levantar agora, mas precisa estar bem nas próximas horas.

Kirishima se moveu um pouco, viu que seu amigo estava tentando cuidar dele e fez o que foi solicitado, esperava mesmo estar melhor de sua ressaca em menos de três horas, não podia aparecer para conseguir um emprego com uma cara de acabado e com o espírito de um zumbi.

Bakugou estava se levantando para sair e deixar seu colega em paz quando escutou a voz fraca de Kirishima o chamando.

— Kats... Fica aqui comigo e descansa mais um pouco também...

Bakugou ficou relutante, sentiu uma pontada em seu peito e um pensamento intrusivo que dizia para ele ir embora o mais rápido possível, se Katsuki ouviu seus instintos? Claro que não. Simplesmente segurou a mão esticada de seu amigo e o respondeu. — Então vai pro lado ai seu fedido.

Não era do feitio de Bakugou Katsuki ser minimamente carinhoso e isso não mudaria tão cedo.

Enquanto isso, do outro lado da cidade uma voz grossa, mas nem um pouco autoritária estava tentando entender como uma figura loira e esguia tinha entrado em sua casa.

— O que diabos você está fazendo aqui Kaminari? — Kyotoku, pai de Kyoka, disse após gritar em susto quando viu o mais novo mexendo em tudo na cozinha.

— Bom dia senhor Jirou, estou apenas procurando suco de laranja.

— Ora menino insolente, não me assuste mais assim hein. Aproveite que está aí e faça ovos mexidos pro café.

Kaminari começou a cozinhar e Kyotoku a preparar o café em sua cafeteira e colocou água para ferver e preparar o chá matcha, o favorito de sua esposa. Enquanto isso, ambos conversavam casualmente sobre a noite de ontem.

— Então quer dizer que eu vou voltar a ver minha bebê feliz? — Disse o pai de Kyoka, quando Denki anunciou que eles poderiam finalmente voltar com os ensaios da banda. — Você mais que ninguém sabe o quanto isso é importante pra ela e como ela ficou péssima quando nós confirmamos nossa mudança para Tóquio. Essa ligação que ela tem com a música pode até ser de família, mas eu sei que não era só isso, são vocês que a fazem feliz daquela forma.