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NUNCAPENSEIMUITOem como iria morrer, mas morrer por uma boa causa, parece ser uma boa forma de partir...
Eu perdi a noção dos dias. E as esperanças de sair deste inferno que Marcel me trancafiou.
Não haviam brechas, seus fantoches não confiavam mais em mim, a corrente que apertava em meus pulsos era feita especialmente para estas ocasiões, sendo assim, imbatíveis.
Eu poderia gritar, mas ninguém ouviria. E se ouvissem, saberiam que era a traidora.
Marcel não me visitara. Eu realmente devo ter lhe magoado, mas sinceramente, eu não conseguia me importar muito com isso. Eu o considerava um amigo, mas algumas de suas leis são duras demais para serem seguidas.
Seus capangas me traziam um pequeno copo com sangue uma vez por semana, para eu não morrer de vez. Mas eu estava fraca, fraca como nunca estive antes.
Fechei os olhos e tentei desviar da fome que eu sentia.
— Como você imagina o seu futuro? - Meline me perguntara enquanto observávamos famílias, casais e crianças brincando na grande praça da cidade.
— Pode parecer falta de criatividade, mas eu me imagino como eles. - apontei para um casal a alguns metros de distância de nós. Eles estavam sentados em frente a uma árvore, em um dos bancos da praça, a mulher estava com suas mãos em cima apoiadas a do homem, sua cabeça repousava em seus ombros, eles conversavam e ela ria demasiadamente para ele. Enquanto ele, a olhava com ternura. O amor irradia deste casal e o que mais me surpreendera, fora suas aparentes idades. Pareciam ter entre 50 a 60 anos.
— Acho que está lendo muitos romances, Louise. - ela sorriu.
— Deve ter razão. Ou eu poderia simplesmente me tornar uma grande artista ou musicista, também me agradaria.
— Combina mais com você.
— Então o amor não combina? - eu sorri em sua direção para disfarçar a decepção em sua visão sobre mim.
— Acho que és exigente demais quando se trata de ter um homem. A senhorita já tem dezessete anos e ainda está sem pretendentes.
— Todos eles só queriam saber de me tratar como uma criada! - retruquei.
