Sentindo uma enorme dor no coração, sou obrigada a estender a mão para que Don Riccardo me faça sua propriedade, porque é assim que me sinto, uma propriedade do Diabo.
Não fui preparada para o casamento como as meninas da minha idade, nasci livre desse fardo e agora me encontrar nessa situação de uma hora para outra me enche de desespero.
Quando acordei pela manhã nunca imaginei que terminaria o dia noiva desse homem, preferiria mil vezes ter morrido durante o sono.
— Minha mãe irá ajudar você com tudo que se relacionar ao casamento — Don Riccardo fala assim que desliza o anel pelo meu dedo, o beijando logo em seguida.
Não falo nada, afinal agora sou eu que faço questão de não abrir a minha boca.
— Teremos um jantar de noivado oficial, Don Riccardo? — meu pai pergunta.
Em vez de soltar a minha mão, sinto o Diabo a acariciando lentamente com o polegar, me fazendo fechar os olhos e respirar fundo, porque o que sinto não condiz com a minha raiva.
Quando abro os olhos a minha cabeça estupidamente vai abaixando e vejo as mangas da camisa dobradas até a altura dos cotovelos, as veias saltadas na mão grossa e grande que segura a minha, o antebraço e as cicatrizes que rondam por sua pele coberta por tatuagens.
Que Deus me ajude!
Não posso me sentir atraída por esse monstro, meu corpo não pode sentir isso.
Levanto as vistas e o vejo me encarando intensamente.
— Nos deem licença, Félix, quero conversar com a minha noiva a sós.
Sinto como se um choque percorresse meu corpo.
— Temos um belo jardim lá fora, Don Riccardo, ficarão mais à vontade conversando lá. Lorena, filha, leve seu noivo até o jardim.
A minha vontade é de gritar com o meu pai.
— Me acompanhe, por favor. — Tiro a minha mão da dele e no mesmo instante sinto falta do calor que a aquecia.
Deus, me dê forças!
Agora as minhas chances caíram pela metade em me livrar desse casamento, mesmo assim vou tentar uma conversa civilizada com o Don, afinal já que o nosso noivado ainda não é público, posso tentar fazê-lo mudar de ideia.
Ele me acompanha até o jardim que um dia foi cuidado pela minha mãe e hoje esse trabalho Rosa e eu fazemos.
Eu me sinto perto dela quando estou cuidando das flores.
— Realmente é um belo jardim, apesar que é pequeno — ele fala assim que nos posicionamos em meio ao jardim.
— O terreno não é muito grande e nem a casa. A minha mãe fez esse jardim com a ajuda do meu pai, ela adorava esse lugar, assim como também adoro, gosto de flores. — Tento manter uma distância segura entre nós dois.
Ele dá um, dois, três passos na minha direção e meu corpo reage com a sua proximidade de um jeito sensível, o que me deixa consciente das nossas diferenças.
— Terá um jardim muito maior do que esse para tomar conta se quiser. Minha mãe também gosta de cultivar flores, foi um hábito que ela adquiriu depois do casamento com o meu pai.
— Por que está fazendo isso comigo, Don Riccardo? Sei que muito provavelmente já deve ter mandado investigar a minha vida e já deve saber que não sirvo para ser a esposa de um homem como o senhor. Pode procurar por outra noiva, devolvo o seu anel e ninguém precisa ficar sabendo o que aconteceu aqui hoje. Juro que não conto para ninguém. Todas as famílias da máfia se sentirão honradas em tê-lo como genro, as mulheres se jogam aos seus pés, mas eu...
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[DEGUSTAÇÃO]A Escolha Dele: Série Caminhos Cruzados livro 1
RomanceRiccardo Bianchi passou boa parte da sua vida sendo treinado para assumir o lugar do seu pai em uma das mais tradicionais máfias, a Cosa Nostra. A fim de torná-lo o Don mais implacável da história, seu pai se certifica de tirar qualquer tipo de sent...