Capitulo 15 | Beck = Confições

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Isabela Rustoffen de Alcântara

📌 Pernambuco

Olhei minha amiga cessar o choro

— Eu trouxe algo que talvez você goste — Falei

Ela levantou a cabeça intrigada

Coloquei a mão no bolso e tirei dois becks. Imediatamente ela sorriu pra mim

— Nada melhor pra esquecer os problemas — Sorri de volta

Sai de cima dela deitando na grama ao seu lado lhe entregando seu cigarro e ascendendo o me com o isqueiro que eu trouxe

— Porque você saiu com a Estefânia? — Perguntei na lata enquanto dava o primeiro trago

E vi um sorriso de lado brotar na sua boca

— Eu só quero esquecer — Ela falou sincera soltando a fumaça

— Esquecer o que? — Ela me olhou receosa ao escutar minha pergunta

— Eu não sei... — Ela falou mordendo a boca — Eu não tô entendendo meus sentimentos e nem nada do que tá acontecendo

Me virei olhando nos seus olhos respirando fundo

— Sinceramente — Dei uma pausa puxando mais um pouco — Eu também não

Nós duas rimos amargas

— Tá tudo uma bagunça — Ela disse encostando a cabeça no chão respirando fundo — Se quer sei o que sinto por você

Olhei pra ela sorrindo

— So sei que gosto muito de tu — Falei de forma sincera e ela sorriu

— Eu também... — Ela retribuiu

— Quando a gente descobrir o que tá acontecendo tem que falar pra outra — falei me virando pra ela e soprando a fumaça da minha boca

então ela chegou mais perto e fez um bico aspirando a fumaça que eu havia soprado. Seu rosto extremamente próximo do meu me deixou de alguma forma desconfortável então cortei a proximidade

— Prometo que vou te falar — Ela disse sorrindo — Não se preocupa

Ficamos caladas por alguns minutos, apenas aproveitando a vibe que o cigarrinho da paz nos traz

— Como você sabia? — Ela me perguntou e eu olhei pra ela sem entender — Que eu estava aqui

sorri de lado

— Sua mãe. Ela me ligou e disse que seu pai tinha te feito mal, então você saiu de casa — Ela me olhou assentindo

— Velha X9 — Ri da sua fala

Respiro fundo sentindo o cheiro forte da maconha

— Por que você está com o Vitor? — Ela me perguntou

olhei pro céu tentando achar uma resposta. Mas não tem.

— Não sei... Acho que é cômodo pra mim, eu tenho medo de gostar das pessoas, você sabe bem disso — falei procurando as melhores palavras — Tenho medo de me apegar e elas me deixarem, como meus pais... E com ele, não tenho risco de morrer de amores — falei pensando — É só que é bom estar com ele, e não ter risco de me machucar

Ela me olhava atentamente

— Gosto quando é sincera comigo — Ela disse — E gosto mais ainda quando você é sincera consigo mesma

Sorri de lado

— É a maconha — Afirmei

Ela riu da minha fala e assentiu rindo

— Acho que vou sair de casa — Helena disse

— Pode ficar lá em casa o tempo que quiser — Falei sorridente — Seria maravilhoso

Ela riu

— Não quero morar de favor — Ela disse sorrindo de lado — Vou começar a vender meus poemas, e talvez com esse dinheiro eu consiga alugar uma kitnet

— Então até lá você fica lá em casa — Falei

— Não precisa, amiga

— Precisa sim! E é isso que vai acontecer — Decretei sorrindo

Ela me puxou pra um abraço de repente

— Obrigada por estar comigo — Ela disse baixinho — Eu te amo mais do que posso descrever

— Eu também te amo, minha pessoa — Falei no mesmo tom

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Nota da autora:

Final de uma fase...

Acredito que nunca expliquei como planejo meus livros, faço da seguinte forma
faço um resumo geral de como será o livro completo, e então divido em fases, e faço um resumo geral de como serão as fases e quantos capítulos terão cada fase. E só então posso escrever os capítulos, adequando eles a que fase da história nós estamos. Terminamos nesse capítulo a fase inicial, a qual conhecemos e nos aproximamos dos personagens.

Espero que tenham gostado desse início ❤️

E que tenham gostado também de saber a forma que escrevo para vocês!!
Gosto de me organizar direitinho para fazer uma história com enredo e sem se perder na proposta

Até o próximo capítulo ❤️

JulietasOnde histórias criam vida. Descubra agora