sem título.

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Uma quinta-feira de calor crescente e saudade. Não sei quantos meses custam para que as minhas mãos esqueçam que não comportam teu rosto largo. Tento engordar um pouco para que a minha cintura fina deixe de caber nas tuas mãos. Como pode alguém ser tão grande e não ter espaço pra nem um pouquinho de amor? E eu tão pequena sempre dando passos maiores que os pés, comendo mais depois de satisfeita. Gulosa de tudo.

E acho que acaba aqui. Este texto. Eu sempre quis mais, tanto quanto quero mais palavras e repertório para escrever, eu chateio a indignação como quem diz "vai, por favor", a peço que fique mais. Fica mais. Será que eu te chateei? Chego a pensar que tu eras de fato o chato da história. Percebe como eu enrolo e aumento, foi isso que eu fiz o tempo todo sozinha. E não deveria. Porque eu sabia tinha que terminar. E me causava tanta ansiedade. Era um sapato apertado, um ronco de fome, uma ânsia de vômito...

E termina sem título, porque a gente também não tinha.

Conta que AconteceOnde histórias criam vida. Descubra agora