Fique comigo até o fim

Malditas revistas

Você ouve meu coração palpitar?

Meus dias que eram sempre os mesmos

São tão novos agora

Estou satisfeito porque agora estamos juntos

Você me deixa tão alegre

Ficar sozinho não era o suficiente

Adeus aos dias de solidão

Quando eu estou com você

Eu sinto poder voar

Todo o tempo, não um, mas dois.

.
Depois que Kyungsoo saiu do meu colo reclamando do meu jeito insaciável e pervertido, não pude deixar de sorrir ao lembrar da noite anterior.

"Se os vizinhos descobrissem o que aconteceu, eles provavelmente ficariam ou furiosos, ou querendo desinfetar a casa inteira. Certamente, ter estranhos transando na garagem, cozinha, quarto e sala da sua casa enquanto você viaja para trabalho não deve ser muito agradável.", refleti comigo mesmo.

Levantei para desligar a televisão e quando me virei para seguir Kyungsoo o ouvi me chamar e depois cair no chão. Merda, o remédio! Eu iria matar o Minseok se o visse na rua. Corri até ele e o segurei em meus braços.

"Kyungsoo! Kyung! Acorda Kyungsoo!" Droga, eu tinha que levá-lo até um hospital o mais rápido que eu pudesse. Peguei as chaves, coloquei ele no banco de passageiro e parti em direção do centro da cidade rapidamente.

Provavelmente, eu devia estar quebrando várias regras de trânsito ao dirigir naquela velocidade e andar em tantas contramãos, mas naquele momento nada importava.

Ao chegar no hospital mais próximo, quando peguei Kyungsoo no colo, percebi que sua pele estava ficando fria e mais pálida ainda e comecei a me desesperar.

"Emergência! Alguém?! Por favor me ajudem!", gritei enquando entrava na recepção. Eu logo fui atendido por enfermeiros que trouxeram uma maca. Coloquei o corpo imóvel de Kyungsoo na maca e eles o levaram para dentro de um quarto. Não tinham me dado permissão para entrar na sala.

"Não pode entrar ainda." o enfermeiro tinha dito.

Eu estava sentado numa cadeira próxima da porta quando vi Minseok se aproximar de mim com uma expressão preocupada.

"Mas que merda foi que aconteceu, Xiumin?", eu gritei. Não conseguia me controlar mais. "Eu estou aqui fora enquanto o meu marido está dentro de um quarto cheio de enfermeiros e nenhum médico que nós conhecemos. Você sabe muito bem que se Kyungsoo souber disso, ele vai ficar bravo pra caralho.", falei sério.

"Sim Chanyeol, eu sei muito bem disso. Acabei de chegar no hospital, eu estava em casa quando me chamaram e vim imediatamente para cá quando soube que Kyungsoo estava internado. Agora pare de gritar e se acalme, por favor. Tem crianças aqui, ninguém precisa ouvir essa barulheira. Se vamos discutir, então venha para meu escritório."

Ele estava mesmo falando sério?

"Venha para meu escritório? Como assim 'venha para meu escritório'? O Kyungsoo 'tá inconsciente e você quer que eu vá conversar com você dentro do seu escritório? Entra na porra desse quarto agora ver o que está acontecendo com o Kyungsoo!" gritei exaltado. Minseok olhou para mim me reeprendendo, foi para dentro do quarto e eu me joguei na cadeira.

Eu não havia parado de me mexer desde que tinha chegado e estava começando a ficar com dor de cabeça. Ficava andando para lá e para cá, estralava os dedos, bagunçava o cabelo, contava os azulejos no chão. Nada parecia me distrair, eu não conseguia parar de pensar no que estava acontecendo atrás daquelas paredes. Decidi pegar uma revista para ler e, para minha sorte, ou azar, Kyungsoo estava na capa.

Maldita hora em que você foi virar modelo. Amaldiçoados sejam os que a colocaram aqui.

Acabei por ficar lendo todas as revistas e "organizando" elas por ordem de publicação enquanto esperava por notícias. Toda a vez que aquela porta abria, eu me esperançava em ver Xiumin sair sorrindo e me dizendo que não tinha nada de errado e que Kyungsoo estava bem, mas o céu lá fora já estava escurecendo e eu não tinha visto o rosto dele até agora.

Quando finalmente Minseok havia saído da sala, minhas esperanças morreram quando vi sua expressão fechada e cansada e foi aí que eu percebi. Alguma coisa havia fodido de vez com a vida do meu Kyungsoo.