Então é assim? Pt.2

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~ • Midoriya Izuku • ~

Curioso e um pouco receoso por ter sido chamado para conversar em particular, Izuku seguiu a Tia até a mesa do quintal em silêncio. O senhor a quem foi apresentado também os acompanhava e Izuku sentia que ele o observava durante todo o pequeno percurso.

- Aconteceu alguma coisa tia Mitsuki? - Perguntou depois de chegarem a mesa, ela o segurava pelo braço com uma força desnecessária.

- É melhor sentarmos - Disse o Sr Idaran depois que ela largou seu braço e foi para o lado oposto da mesa, sem se sentar e sem responder a pergunta.

- Vocês estão me deixando nervoso - Comentou antes de sentar de frente para o senhor que forçou um sorriso em sua feição triste enquanto analisava o rosto de Izuku de forma estranha.

- Vamos direto ao ponto... Sobre os seus remédios. Eles são feitos a partir de uma erva muito difícil de se cultivar... E infelizmente houve um incêndio na reserva onde elas cresciam. - Ele explicou em um tom calmo e sério. A primeira coisa que Izuku pensou foi em mais cicatrizes... Logo agora que se sentia bem depois de tanto tempo. Suspirou pesado já imaginando o pior, seu corpo não aguentaria tudo aquilo de novo, tinha que ter outro jeito.

- N-não... Não tem em outro lugar? As ervas ?- Perguntou baixinho, inconcientemente passando a mão sobre a barriga onde ficava uma das cicatrizes.

- Já procuramos em todos os lugares possíveis, não encontramos nada. - tia Mitsuki em fim se pronunciou - Mas ainda tem comprimidos suficientes para um ano, então não precisa se preocupar agora, por enquanto estamos pensando em outras alternativas...

- E quais são essas alternativas? - Se sentiu aliviado por um segundo mas ficou aflito novamente, depois de ver a troca de olhares entre os dois.- Falem

- Bom... Você sofre com uma maldição, e toda maldição pode ser quebrada... A um tempo eu conheci alguém que sabe de um ritual que pode ajudar, mas nunca foi testado então... Não é certeza e também é arriscado. Tem uma grande chance de dar errado já que não sabemos bem o que pode acontecer, por isso a possibilidade de você não resistir é alta - Seu estômago revirou ao ouvir isso, baixou os olhos para a mesa, apertou as laterais de sua calça, considerou por um minuto e perguntou...

- E como seria isso? - Se em um ano iria voltar a se machucar como antes, provavelmente não resistiria por muito tempo, então por quê não tentar o tal ritual de uma vez?

- Você ouviu a parte em que ele disse que você pode morrer? - Sua tia interrompeu irritada e se contendo para manter a voz baixa - E não é nem certeza que funcione, por quê arriscar?

- Você tem certeza que pode funcionar? Tem certeza que pode confiar em quem te contou sobre ele? - Perguntou ao Sr Idaran, ignorando sua tia que bufou e começou a andar de um lado para o outro com os braços cruzados.

- Você já ouviu falar em xamanismo jovem? - Izuku ficou surpreso com a pergunta aleatória mas fez que sim com a cabeça. Nunca se aprofundou no assunto mas já ouviu falar. - Bom, os xamãns são como pontes entre o mundo espiritual e o físico, e conseguem se comunicar com espíritos através de rituais... Eu descobri que meu avô era xaman e fiquei curioso com essa cultura, então viajei até a antiga aldeia em que ele vivia. Foi assim que conheci o Hideki.

- Hideki? - Já tinha ouvido esse nome antes. Olhou para sua tia e ela concordou com um aceno de cabeça. Era o mesmo Hideki da história que ela contou sobre a maldição do Kacchan. O guerreiro que se apaixonou por Katsuo .

- Sim... Em um dos rituais que presenciei, passei pela experiência de uma viagem astral e pude falar com o Hideki... ele apareceu para mim e pediu ajuda. Demorou para que de fato eu acreditasse nele, pensei que tinha sonhado ou que tinha tomado algum alucinógeno, mas quando conheci o Yagi - -

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