Entre pais e filhos

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P.O.V. Allison.

Por mais apavorada que eu esteja eu vim para casa mesmo assim e meu pai me deixou entrar, acabamos no meu quarto que estava vazio, bom quase vazio a cama e a mobília ainda estavam lá.

-Vou querer saber porque suas coisas sumiram e o mais importante de tudo, o que quis dizer com o eu sei o que você fez com a mamãe?- Perguntou meu pai.

-Na morte, todos os segredos são revelados. Você vê coisas de ângulos diferentes, fatos que aconteceram na sua vida e você nem sabia como a morte da mamãe por exemplo. Derek a mordeu, mas ele não a matou. Você matou. Deixou Gerard falar na sua cabeça, sei que a mamãe era... intimidante, mas como é que ajudá-la a se matar usando uma faca de cozinha era a coisa certa a se fazer?! Devia tê-la convencido a viver! Há outras formas, tem como ser lobisomem sem ser monstro e Diabos, nossa família é líder na fabricação de monstros. Ser humano não te torna necessariamente uma boa pessoa! E as mulheres da nossa família tem propensão a virarem umas loucas, matadoras de inocentes! Eu virei. Erica era uma vaca, mas o que eu fiz com ela... foi a mesma coisa que a tia Kate fez com a família do Derek.- Eu respondi.

P.O.V. Christopher.

Bom, então parece que aquele negócio de que pouco antes de morrer toda a sua vida passa diante dos seus olhos não estava muito distante da realidade. Allison sabia exatamente como sua mãe havia morrido. E trouxe de volta o ocorrido do incêndio.

-E você a viu? A sua mãe?- Questionei.

-Eu não sei. Pai, eu não me lembro de onde estava antes de acordar no caixão. A minha última lembrança quando sai de lá foi o Oni me esfaqueando, nem sei como eu virei vampira. A verdade é que...- De repente ela parou de falar e deu um grito de susto. Allison ficou encarando um ponto fixo do quarto com os olhos arregalados.

P.O.V. Allison.

Ai Meu Deus, ela está aqui. É a minha mãe.

-Mãe? Como... como você está aqui? Você é real? - Perguntei para aquela figura. Ele não parecia morta, não parecia um fantasma, não que eu saiba como um fantasma deveria se parecer.

-Pode me ver?- Ela perguntou.

-Eu queria não poder. Mas, já que posso eu quero saber,  como pôde fazer isso com o papai? Comigo?! Bem, você sempre foi uma vaca de qualquer forma, nunca se importou com nenhum de nós. Nunca pensou em nós, em mim ou no que eu queria, no que me deixaria feliz. Você sempre foi uma maníaca controladora, o único motivo pelo qual tentou matar o Scott foi para eu não ficar com ele. Você foi fraca e pegou o caminho fácil. Como pôde fazer isso com a gente?! Algum dia se importou comigo?- Perguntei chorando, todo o ressentimento, a dor e ira que eu sentia pela minha mãe simplesmente explodiu.

P.O.V. Victória.

Estou perambulando por esta casa á cinco anos, ninguém nunca conseguiu me enxergar. Nem o meu ex-marido, mas Allison pode. E ela foi rápida em despejar o seu ressentimento sob mim e me dói saber que minha filha nunca se sentiu amada por mim.

-Não vai me responder?!- Ela exigiu.

-É isso o que realmente pensa? Que eu te nunca amei, que não me importava com você?- Perguntei.

-É. Você sempre me deu medo, me deixava nervosa e desconfortável. Nunca nada do que eu fazia era bom o suficiente para você, então lamento por ter sido uma decepção tão grande para você mãe. E só para deixar registrado, você não se suicidou por nós. Fez aquilo por si mesma, mesmo se o papai não tivesse te ajudado eu teria. Eu chorei a sua morte, fiquei de luto por você, eu matei por você! Porque mesmo que me odeie, mesmo que eu seja uma decepção tão grande em morte quanto fui em vida... eu ainda sou sua filha! E foi realmente difícil? Foi difícil morrer?- Ela questionou.

Allison's Return- Editada.Onde histórias criam vida. Descubra agora