Small Bump

London

POV Lauren

Eu estava tremendo, com os nervos a flor da pele, minhas mãos tremiam um pouco e dava para ver as gotículas de suor formadas nela. Meu coração sambava em meu peito, as pernas estavam bambas. E o pior de tudo é que eu nem sabia por que de fato estava assim, nunca fiquei nervosa dentro de avião, nem mesmo quando estava indo para Miami, um lugar onde só conhecia meu pai. Porém, acho que agora as coisas eram diferentes, de certa forma. Eu estava finalmente voltando para Londres.

- Lo, por favor, se acalma - Camila colocou sua mão quentinha encima da minha, que estava agarrada a sua perna, fazendo uma pressão desnecessária ali - Você esta me apertando forte demais, vai acabar me deixando com hematomas.

- Perdão... - Murmurei para ela, soltando sua coxa e levando minha mão para agarrar a lateral do acento.

- Eu não sabia que você tinha medo de avião...

- Não é nada de mais, já vai passar - Não era uma mentira completa - E como vocês estão?

- Estamos bem, apesar do seu filho não parar quieto um instante. - Ela pegou minha mão e levou até encima de sua barriga, onde pude sentir o bebê chutar - Fique com a mão ai, talvez vocês dois consigam se acamar juntos...

- Nossa, que agitação aí dentro - Dei uma risada baixa - Não sabia que estava dando uma festa.

- Uh, nem me diga, ele parece saber que estamos indo viajar - Resmungou, revirando seus olhos.

- Claro que ela sabe - A corrigi - E pare de ficar se referindo a nossa filha como se ela fosse um menino.

- Não é menina, Laur. Minha barriga esta pontuda, dizem que isso acontece quando é um menino - Agora foi minha vez de revirar os olhos - E eu acho que é um menino mesmo. Mães sentem isso.

- Tudo bem mamãe canguru. - Ri pelo apelido que havia lhe dado há um tempo, mesmo sabendo que ela odiava.

- Posso te fazer uma pergunta, amor?

- Claro.

- Você quer ver o nosso filho nascer? - Deu um sorriso maldoso

- Claro que sim, por quê?

- Por que se você continuar me chamando assim, eu vou jogar você pela porta desse avião, sem uma porra de paraquedas. - Arregalei os olhos para ela, engolindo a seco. Camila soltou uma pequena risada e inclinou sua poltrona para trás, se remexendo para tentar achar uma posição que a barriga não a incomodasse. - Vou tirar um cochilo, me acorde quando o avião pousar.

E fechou seus olhos, caindo em um sono profundo logo em seguida. Eu não podia culpa-la, ela mal conseguia dormir direito por causa da barriga, que mesmo não muito grande, a impedia de dormir do jeito que ela mais gostava: de bruços.

Nosso casamento estava marcado para acontecer daqui a um mês, porém, estávamos viajando antes, para termos um tempinho a mais com meus avós e ajuda-los com alguns preparativos. Camila estava em seu sexto mês de gravidez e, apesar das mudanças de humor, dores nas costas, pernas e seios, ela estava ótima. Se formou na escola com honra ao mérito, ganhou vários prêmios por ser uma aluna exemplar e encheu Sinuhe, meu pai e eu de orgulho.

Apertei o botão para chamar a comissária de bordo, não estava conseguindo relaxar de jeito nenhum e com Camila dormindo eu não tinha nenhuma distração. Não demorou muito para que a ruiva se aproximasse de mim, com um amplo sorriso em seus lábios. Ela era linda, mas só de olhar a cor de seus cabelos me deixava enjoada. Dei graças a Deus por Camila estar dormindo, porque ela havia colocado na cabeça que aquela mulher estava dando em cima de mim, e tudo o que eu menos preciso agora é de uma crise de ciúmes dela.