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Ali, daquela sala eu podia ouvir as
belas melodias de Chico Buarque
que vinham lá de fora, abri os olhos
e encontrei os de Marília em minha
direção, haviamos feito amor por muito
tempo naquela sala, deitadas sobre os
pequenos colchões de ginásticas que
ficavam espalhados pela sala. E agora
estávamos deitadas com os corpos
semi-nus entrelaçados:

Marlia:Temos que voltar pra festa,
ou começaram a estranhar minha
ausencia.-Disse ela movendo-se para
poder afastar-se de mim.

Mai:Por que será que o tempo
passa tão de pressa quando vc esta
comigo? Pareçe que acabamos de
entrar aqui.-Minhas palavras sairam
cheias de emoção, eu não pensei antes
de pronuncia-las, caso contrário teria
evitado, não queria que ela tivesse a
certeza do que eu sentia por ela, isso
poderia me fazer sofrer mais ainda.

Vi Marília levantar-se rapidamente e
recompor-se, sem olhar-me, minhas
palavras a perturbaram.

Marflia:Ainda preciso fazer alguns
contatos nesta festa. Importa-se se euu
sair na firente?

Mai:Claro que não. Vá, eu..saio
logo em seguida.-Tentei pareçer
natural, mais na realidade eu estava
quebrada por dentro.

Então quando a vi alcançar a porta, eu
pergunte.

Mai:Marilia.-Quando ela virou-se
eu continuei.-Por que me disse ao
telefone que hoje poderia sera última
vez em que nos víamos?

Marlia:Porque estou voltando a
Portugal amanhä de manhā-Ela falou
de uma forma tão mecânia que não
pude sentir qualquer emoção em sua
voz, fiquei em silêncio.

Ela então saiu, fechando a porta atrás
de sim, deixando-me ali, com uma
sensação de abandono insuportável.

Meia hora depois eu estava novamente
circulando pela festa, porém agora
meus cabelos estavam totalmente
soltos, o penteado em estilo cascata
de cachos que Mara havia feito, não
havia resistido os minutos de amor
com Marília, Ela iria embora em
poucas horas e tudo estaria acabado,
eu a amava, agora tinha a certeza de
que amava justamente a mulher que
não parecia ser capaz de se envolver
emocionalmente com alguem.

Continuei a caminhar a esmo, perdida
em pensamentos e mergulhada na
tristeza.Até avistar Felipe, que assim
que me viu foi em minha direção:

-0 que houve contigo? Sumiu da
festa.-Indagou ele me ofereçendo
um copo de wisky, que pra minha
surpresa, foi aceito.

Mai:Eu..tenho alguns negócios
com a Mar.a sra Marília e...ela queria
que eu explicasse melhor sobre
meu projeto-Enquanto eu tentava
responder com meias verdades aquele
homem, vi Marilia entre um grupo
de pessoas logo a minha frente, ela
pareçia animada, falava e ria, não me
dirigindo o olhar sequer uma vez.

-Interessante, então vc também
trabalha pra ela, não él-Continuava ele
alheio ao que acontecia.

Maria:Maiara, pode vir aqui um
instante por favor?-Maria surgiu como
um anjo salvador, eu não estava com
a menor disposição para conversas,
principalmente um interrogatório no
qual eu teria que mentir.

Pedi liçenca ao rapaz e me retirei
rapidamente.

Mai:Diga Maria.

Maria:Nada, eu a chamei apenas para
afastá-la daquele rapaz inconviniente,
notei que não estava muito satisfeita
em sua companhia. Esta com um
semblante tão triste.

Mai:briagada Maria, na verdade
acho que já vou indo, estou com
sono e...bem, acho que tenho que me
despedir de vc, afinal estão de partida
definitiva não é?

Frio ❄ e fogo 🔥Onde histórias criam vida. Descubra agora