XXXIV

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Tentação era pouco perto do que eu vinha passando naquele fim de show. Minhas mãos circulavam a cintura de Allana possessivamente, e ela rebolava bem no rumo do meu pau, na maior intenção de me provocar. O foda é que olhar pra ela me deixava duro, imagina quando ela tá soltinha esfregando essa bunda gostosa em mim? Porra, eu tava pra enlouquecer.

Procurava qualquer lugar ali no qual pudesse sumir com ela, mas infelizmente os mc's do evento estavam se divertindo nos banheiros e camarins. Então só me restava aquela tortura passageira que duraria até o começo da manhã, quando o festival terminava.

E assim que o último artista se despediu eu não pensei duas vezes e sai arrastando a morena. Conhecia muito bem aquela ali: se tivesse espaço pra after, blá blá blá ela ia querer render, obrigar a Dhiovanna ficar e o Rayo me culparia pela dor de cabeça que ambas causariam. Foi uma complicação fazer a Allana largar o seu copo quente com whisky e energético mas finalmente consegui guiá-la aonde a van nos esperava. Todos estavam completamente bêbados falando aleatoriamente, e foi então que percebi mais sóbrio o quanto gente alcoolizada era uma porra. A não ser por ela: que se tornava uma safada sem pudor e fazia de tudo pra me provocar.

Se sentou em meu colo, segurou minha nuca e usando as unhas afiadas, arranhava delicadamente o local. Um gesto sutil vocês devem imaginar, mas não quando a diaba rebolava em cima de mim. E não que eu estivesse negando uma tentação dessa, mas bêbado é complicado. E parecia que Allana lia minhas feições pois se inclinou e beijava meu pescoço provocando mais e mais.

- dias difíceis pra apostadores né? - Ela riu baixinho mordiscando meu lábio. E eu encarei seus olhos jabuticaba mais que cheio de tesão, eu me senti outra vez sortudo. Lá estava sob meu colo, a mulher mais bonita do lugar. Meu ciúmes faltou me mandar pra puta que pariu de tanta vontade dela durante o evento.

Mas notoriamente não era só a bunda bem arredondada, e a peça de roupa apertada marcando sua silhueta que eram destaque. A morena em minha frente era popular, gentil, carinhosa e comunicativa. Não que fosse proposital, mas a maneira que ela gesticulava era convidativo. Não sei explicar e com certeza sou suspeito pra falar de Allana, mas não existia ninguém no mundo que não se encantasse por aquele jeitinho.

- difícil é pouco, o pior é saber que não posso nem aproveitar você quando chegarmos. Assim que deitar na cama, tu vai dormir. Tenho certeza.

- Eu tô sedenta por você, Neymar. - Ela passou seu lábio sob meu pescoço, depositando beijos molhados na região.

- Para de me provocar Allana, tu tá tri bêbada. - resmunguei, tentando não me concentrar que as avenidas cariocas tinham buracos e faziam o corpo dela quicar em meu colo. Tudo era motivo de tesão, sem condições.

Pareceu uma eternidade o caminho da Van até o condomínio luxuoso onde Gabriel vivia, mas finalmente ela parou frente a entrada de sua mansão. A grande maioria só acordou com a porta abrindo e o vento gelado de começo de manhã tomando conta do ambiente. Silenciosa e tranquilamente, fomos descendo. Foi só então que percebi que as companhias de Vinícius e Milita estavam ali, e seguiam os caras. Gabriel quem puxou a fila, segurando a mão da minha irmã, que me olhava com um sorriso largo.

Percebi que durante a noite, todas as meninas ao redor da morena tornaram difícil a aproximação da minha irmã. Obviamente fiquei chateado, mas numa situação onde tinha muita bebida, tudo facilmente perderia o controle. Fiz somente uma nota mental de criar uma oportunidade daquela conversa acontecer amanhã, na continuação.
Gabriel abriu a porta principal e parou em frente à sua enorme escada central fazendo uma breve explicação:

- Aí amizades, "mi casa su casa" pode crer? O meu quarto é o último lá do corredor, a suíte presidencial. - Ele riu encarando Rafa, que tampou o rosto envergonhada com os gritinhos.

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