Moletom & Presilha

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Marcy P.O.V

Já faz mais ou menos uma semana que Anne e eu nos beijamos, ela nunca mais tocou no assunto, e eu não quis forçar nada assim, nós continuamos com nossa amizade normalmente desde então, eu tenho uma queda por ela, acho que o Sprig já notou isso, porém se não tivermos nada... Pelo menos valeu a pena. Ter ela por perto como minha amiga era o suficiente para mim.

Anne e eu estávamos em frente ao portão da escola, esperando o Sr. Boonchuy vir pegar a sua filha. Anne estava coçando muito o nariz e espirrando bastante, pude sentir a energia do seu corpo mais quente que o normal.

- Acho que você vai ficar doente Anna Banana.

- Eu? Não, não, não fico doente desde meus 13 anos.

O pai de Anne chega buzinando o carro no mesmo ritmo de sempre, a Anne me contou que ela fez uma vez esse ritmo quando criança e ele a deixou buzinar o carro, e eles começaram a fazer isso por brincadeira, se tornou meio que rotina interna dos dois.

-Vou indo Marbles.

- Até amanhã!

Anne e eu nos despedimos acenando, ela acenando como uma mocinha e eu com meus dois braços para cima balançando eles de forma escandalosa. Sempre era bom conversar com Anne, meu momento preferido do dia, e com certeza o que menos gosto... É o de ir para casa.

Eu estava caminhando até casa por estar sem dinheiro pro ônibus, olhando para o chão chutando umas pedrinhas, e procurando moedas ou até notas no chão, em algumas vezes eu acho dinheiro na rua, e escondo dentro do meu ursinho de pelúcia pros meus pais não pegarem, pra caso eu precise em uma emergência.

Meu cabelo estava tampando parte da minha visão enquanto eu olhava para baixo. Eu preciso cortar minha franja novamente, está ficando grande demais. Chegando em casa encontro meus pais brigando novamente.

- Você é um lixo, você sempre será um lixo, você não sabe cuidar da nossa filha, não sabe cuidar da casa - Fala meu pai olhando para minha mãe no chão e depois me olhando - Olha aí a nossa criação, falhamos tanto na sua criação que agora você anda por aí com esse cabelo!

Meu pai grita comigo me olhando furioso, ele não cheirava a cerveja ou drogas, ele simplesmente estava bravo. Meus ouvidos começam a apitar com o sons dos gritos do meu pai, eu fechei os olhos por causa da dor, e de repente não consigo entender mais nada do que ele fala para mim, tudo estava confuso, doía tanto.

Sinto meu rosto ser atingido com força e cai no chão, eu estava com a cara ardendo agora. Abro meus olhos novamente olhando assustada pro homem que deveria ser o meu cuidador, com a mão aberta e vermelha me olhando com ódio. Ódio, ódio, ódio, era tudo que ele sentia por mim, e é tudo que eu sinto por ele.

- Olhe pra mim quando eu estiver falando com você, Marcy....

Tento me levantar do chão forçando minhas mãos contra o mesmo. A visão começava a embaçar, meus braços tremiam, eu não tinha força pra me levantar. Viro meu rosto pro lado vendo minha mãe se levantar no chão atingindo meu pai com uma cadeira na cabeça, fazendo ele apagar no chão.

Sangue... Tinha sangue saindo da cabeça do meu pai, ele resmungava de dor, e gemia baixo. Minha mãe vem marchando em minha direção e me agarra por um dos braços me erguendo do chão.

- E você sobe pro seu quarto porra! Não se mete nisso.

Minha mãe me empurra em direção a escada que dá pro meu quarto, mas acabei caindo em cima da mesma me levantando com dificuldade e subindo pro meu quarto. Tiro minha mochila de cima da minha barriga e olhei dentro dela, para ver como estava meu pote de alho em conserva.

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