A Morte é inevitável - Versão Definitiva

Capítulo 2

Um barulho do segundo andar , assusta todos que estão na sala . Um barulho, que aparentemente vem do quarto do Jenk .

- Fiquem aqui , vou ver o que aconteceu – comenta Tyler fazendo um sinal para Lara e seu filho ficarem no sofá.

Seus passos imperceptíveis são interrompidos por um outro barulho vindo do quarto do seu filho. Tyler desvia seu olhar para Lara e Jenk , e demonstra estar com medo da situação. O mesmo decidi pegar em cima do balcão da cozinha, uma faca extremamente afiada .

- É melhor ligarmos para a polícia – comenta Lara apreensiva ao ver a faca nas mãos do seu marido .

- Até a polícia chegar – responde Tyler ironicamente.

A cada degrau alcançado , o nervosismo aparente é elevado . Um suor repentino surge . Um suor frio . Um suor frio que se espalha por todo o seu corpo. Alcançando enfim o último degrau, Tyler concentra a sua atenção no quarto do seu filho. Seus olhos se arregalam ao ver a porta entre aberta.

Na sala , Lara e Jenk permanecem no sofá, esperando com receio a sua volta. Um enorme barulho acaba assustando ambos . Lara passa seu braço esquerdo por trás do seu filho e o abraça . Jenk então se acolhe no abraço quente da sua mãe. Porém, o barulho dos degraus da escada estalando atraí a sua atenção. Aos poucos o seu pai aparece , aparentemente normal .

- Pai ? – chama Jenk ao vê-lo

Lara volta o seu olhar para a escada .

- Onde você está vendo o seu pai ? – pergunta Lara procurando pelo mesmo .
- Ele está no segundo degrau – Jenk aponta para o local .

Tyler desaparece . Lara continua sentada no sofá e com os olhos voltados para a escada .

- Tyler ? – chama Lara .

Os seus olhos se arregalam . Um líquido vermelho e viscoso começa a ser derramado pelos degraus da escada. Desesperada , Lara pega Jenk pelo braço e no outro realiza uma ligação para a polícia.

Alguns minutos depois

Lara chora , desolada com a notícia da morte do seu marido . Jenk está acomodado numa ambulância, após uma crise de ansiedade que raramente o garoto tem .
Os olhos atentos do investigador se espanta com a cena do crime . Uma áurea sombria e pesada ronda o local , e o corpo estirado no chão. A posição em que o corpo se encontra, surpreende até os oficiais e o próprio investigador. A faca manchada de sangue , ao lado do corpo , revela o objeto utilizado para ceifar a vida do Tyler.

- Quem colocou o corpo nessa posição... Normal , com certeza não é – comenta um oficial.

As pernas da vítima estão apontadas para a porta do quarto. O corpo está alinhado com a posição das suas pernas . Os seus braços estão esticados , e devidamente alinhados com os ombros . A cabeça está centralizada perfeitamente, entre os ombros . Com uma caneta e uma caderneta, o investigador realiza algumas anotações sobre a cena do crime .

Finalizando com as anotações, o mesmo se retira da cena do crime , e caminha em direção há saída da casa . Descendo os degraus, o sangue fresco presente em cada degrau, chama a sua atenção, por se algo praticamente impossível do sangue da vítima, que está no quarto, escorrer pelos degraus.  No hall de entrada da residência, o investigador avista Lara e Jenk , acolhidos numa ambulância e decidi ir encontro de ambos .

- Boa noite, tudo bem? – cumprimenta o investigador .

- Boa noite! – responde Lara , com lágrimas escorrendo pelo seu rosto – O que aconteceu com o meu marido?

- Bom... No momento eu não posso te responder agora – o mesmo observa o garoto sentado ao lado de Lara – Eu vou precisar que me acompanhem até a delegacia, para prestar um depoimento.

- Ok – comenta Lara segurando na mão do seu filho.

Delegacia de Cherry Hill

Sentados num banco , Lara e Jenk esperam o chamado do investigador . As mãos da mesma deslizam pelos cabelos castanhos do seu filho , que se cobre com todo o carinho dado pela sua mãe. O seu olhar se encontra consigo mesmo do  reflexo do vidro de uma sala há sua frente.

- Lara ? Queria me acompanhar, por favor – a voz do investigador lhe traz de volta para a realidade .
- Claro , estou indo .

Jenk se levanta dos braços da sua mãe. Ao se levantar, a claridade da pequena luz do corredor , revelam olhos cobertos por lágrimas .

- Não se preocupe – o investigador faz um sinal com as mãos para uma oficial ir ao seu encontro – Emilly, por favor, pode olhar o garoto para a mãe poder prestar um depoimento breve .
- Posso sim .

- Entre , fique a vontade – o mesmo aponta para uma cadeira em frente há sua mesa – Queira se sentar por gentileza.

A porta de madeira range ao ser trancada . Lara se acomoda numa cadeira em frente há uma mesa cheia de papéis , aparentemente de inquéritos. Uma placa de prata , revela o nome do investigador . O mesmo senta na sua cadeira e apoia seus braços na mesa . Seus olhos se encontram com os de Lara , que demonstra estar apreensiva .

- Bom , senhorita Lara ... Vamos lá – Nil coloca um montante de papéis que estavam perto dos seus braços , em uma gaveta – O que a senhora estava fazendo, no momento em que ocorreu o fato ?

- Eu estava com o meu filho no sofá, esperando o meu marido verificar um barulho, que vinha aparentemente do quarto do Jenk .

- Ok – Nil percebe o comportamento da mesma . O balançar das suas pernas , e as suas mãos trêmulas, transparecem um certo nervosismo no atual momento – Você e seu marido brigavam constantemente?

- Não... Era raro as situações que nós discutimos – relata Lara para o investigador – As vezes que nós brigarmos foram por motivos bestas , como , qual canal da TV que é para deixar , as roupas que eram para lavar e qual que não era , o jeito de fazer comida ... Enfim , coisas de casais .

- Entendi – responde Nil .

Numa das fileiras dos bancos da delegacia, Jenk permanece com um semblante entristecido e fechado por conta dos últimos acontecimentos. Sentada ao seu lado , Emilly percebe a feição triste do garoto e decidi consola-lo com um carinho em seu cabelo.

- Pai ? – pergunta o garoto olhando para o lado contrário de onde está a oficial – Onde você está pai .

- Eu sei que... – Emilly retira suas mãos do garoto ao perceber seu comportamento estranho.

- Não pai – o garoto levanta do banco e faz um giro de 360 graus há procura do mesmo - Onde o senhor está pai ?

Emilly se afasta do garoto ao ver o seu comportamento estranho.

- NÃO! – Jenk se ajoelha no chão e com as suas mãos tampando seus ouvidos firmemente – PARA DE GRITAR ! – o garoto se encolhe entre os seus joelhos.

Uma mulher na entrada da delegacia avista o mesmo naquele estado e vai ao seu encontro. Trocando alguns passos rápidos, a mulher enfim chega no garoto.

- Jenk ! – a mesma se ajoelha para acolher.

- Nil – Emilly interrompe o interrogatório para avisar sobre algo – O Jenk , ele está em um aparente surto aqui no corredor.

Tropeçando na cadeira, Lara ultrapassa Nil e Emilly em direção ao seu filho para acudi-lo .

- Marie ? – Lara estranha ao ver sua irmã na delegacia.

- Lara – Marie estica seu braço esquerdo em direção da sua irmã, enquanto o outro acolhe Jenk nos seus braços – Eu vim no momento certo !

- O que aconteceu com o Jenk? – indaga Lara acariciando seu filho.

- Ele começou a procurar o pai dele , e a falar frases relacionadas ao mesmo – explica Emilly ao lado do investigador Nil .

- Ele ainda está traumatizado com tudo que aconteceu – comenta Nil – Esse evento foi um baque total para o garoto .

- Acho que devemos levá-lo daqui – diz Marie para todos a sua volta – Ele precisa descansar.

- Vocês podem ir, estão liberados no momento – conclui Nil .

- Vamos Jenk – Marie ajuda o garoto há se levantar do chão – Vamos para a minha casa .

- Qualquer novidades sobre o caso ,eu entro em contato com vocês imediatamente – Nil fala .

O garoto é colocado no banco de trás do veículo sedã. Lara senta ao seu lado. Marie embarca no banco do motorista para conduzir o veículo. Nil e Emilly observam a locomoção do carro até o mesmo virar uma rua há esquerda e sumir de suas visões.