XIV

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Levou algum tempo para Haru parar de chorar, o Vilão até nos levou a uma sala de descanso com poltronas, e esperou, em silêncio. Quando os soluços pararam ele se deitou no meu colo, como fazia-mos quando um dos dois esta mal, me mantive alerta a qualquer movimento do homem, que se manteve sério o tampo inteiro.

-- Acho que esqueci de me apresentar, sou Uwabame, o pai de vocês -- ele apaga o cigarro que havia acendido esperando Haru parar de chorar -- e pelo visto vocês não sabem nem se lembram de nada.

-- nosso colega....que foi sequestrado conosco, o que vão fazer com ele? -- Enquanto esperava Haru se recuperar lembrei de Bakugou, e inevitavelmente nas últimas palavras que ele me disse na noite anterior, "tenha paciência comigo", o que exatamente ele quis dizer com aquilo?

-- Isso não é problema meu, eu não faço parte do grupo daqueles esquisitos, foi só uma cooperação momentânea -- ele gesticula como se nada daquilo importasse, mas sua expressão permanecia como se estivesse descontente.

-- Quantos anos....a nossa mãe? -- A voz fraca de Haru me faz lembrar o assunto principal, que também é o mais importante, apesar disso não consigo não me preocupar com Bakugou.

-- 19, quando a capturei, mas não entendam errado, nunca estuprei aquela mulher, apenas retirei os óvulos que precisava, ela mal se lembra que tem filhos -- Nos dois ficamos em silêncio, tentando digerir o que ele falava, então aquele tubo...deve ter sido onde fomos gerados -- Hayato....aquele moleque fugiu com vocês a tantos anos que ela acha que devem estar mortos, ou que já até são adultos.

-- O Hayato....também é um experimento? -- tenho coragem de perguntar, minha voz tão baixa que quase pensei que ele não havia escutado.

-- Ah, desculpe, muitas informações em pouco tempo não? Hayato tinha 18 na época que fugiu...deve ter uns 28 agora, ele é 13 anos mais velho que vocês se não me engano -- Ele coça a cabeça, tirando a carranca da cara apenas por alguns instantes, enquanto fazia uma cara pensativa -- 10 anos.....faz tanto tempo que ele pegou vocês e fugiu -- vendo minha expressão confusa ele volta a explicar -- Hayato é meu primeiro filho, vindo de um casamento desastroso, minha esposa era uma vilã muito complicada, foi embora logo após Hayato fazer 6 anos. Mais alguma pergunta?

-- Por que você nos fez ter Quirks diferentes? -- Haru pergunta, e senti uma melancolia estranha em sua voz -- porque só a Makio tem as sombras? Porque eu fiquei apenas com telecinese?

-- Primeiramente, eu planejava que ambos tivessem as sombras, mas sua irmã aparentemente pegou a maior parte quando inseri o líquido, eu não esperava que isso fosse acontecer apenas por ela estar daquele lado, pensei que se espalharia o suficiente para chegar até você também -- um alerta surgiu em minha mente "avisar aos heróis que os vilões conseguem transformar quirks em líquido ou algo assim" -- mas isso é bom, não sinta inveja de sua irmã, diferente dela, você não fica fraco apenas por estar de dia.

"Fraca apenas por estar de dia" é algo que eu viva falando, eu me sinto injustiçada pela natureza da minha quirk as vezes, mas ele falar daquela forma tão parecida comigo quando falo....as sombras devem ter vindo dele, ele sabe como é se sentir assim.

Por um instante senti empatia pelo homem, mas nego esses pensamentos, esse homem não merecia minha empatia, não merecia nada a não ser a prisão e uma bela surra, mas então porque? Porque ele estava nos dando as informações tão facilmente?? Qual eram as intenções dele com isso?? E outra coisa, desde quando Haru tinha inveja de mim!? Porque ele nunca me falou? Eu senti inveja dele por tanto tempo...

-- Você falou óvulos, no plural, então Makio e eu...não viemos do mesmo zigoto*? -- Haru parecia decepcionado, senti sua dor nisso, não necessariamente irmão precisavam ser gêmeos para serem parecidos.

Seja a minha luz Katsuki BakugouOnde histórias criam vida. Descubra agora