XVII

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Essa é uma péssima ideia.

A pior de todas.

Mas eu preciso saber.

Meus passos eram silêncios, o oposto de minha mente, que estava uma balbúrdia. Lembranças, distorcidas e dolorosas. O treinamento que mais parecia uma tortura....as frases ditas tantas vezes que se assemelhavam a uma lavagem cerebral.

Porque Uwabame quis tanto a criação de uma ferramenta?. Ele nunca sem importou de verdade com a derrota dos heróis, e sua forma de agir fazia parecer que não se importava em se tornar o vilão mais forte ou temido, ele não buscava vingança, poder ou qualquer outra coisa que eu conseguia pensar.

Cheguei ao local, o endereço ainda em meu bolso. Teias estavam espalhadas por todos os cantos, poeira cobria cada superfície, a luz da lua e as estrelas davam um ar sombrio ao entrar pelas poucas janelas. O lugar estivera abandonado por anos, mas agora que os heróis encontraram o esconderijo daqueles vilões Uwabame devia estar de volta a esse lugar.

Ativei parcialmente minha quirk Dragão das sombras, permitindo os olhos com visão noturna e a pele escamosa se transformarem para minha própria proteção.

Eu só quero respostas. Vou embora assim que as conseguir.

Mas lá no fundo eu sabia que talvez esse fosse o meu pior erro. Passos me fizeram gelar, eram pesados, e trouxeram aquele rosto pra a luz fraca da janela. Aquele rosto distorcido em um sorriso, algo raro naquele homem que sempre era frio e sombrio.

-- Hayato! Para estar aqui depois de tanto tempo, deve estar a procura de respostas, estou errado?

Ele não se aproximou, apenas me encarou de onde estava, aquele sorriso ainda me deixando horrorizado.

-- Olá, Pai -- a palavra pareceu amarga em minha boca, com um tom de desgosto -- queria fazer algumas perguntas.

-- eu imaginei -- ele finalmente se aproxima, parando a 3 metros de mim -- uma pena que não pretendo responder nenhuma.

Um clarão veio de trás de mim, e antes mesmo que eu pudesse me virar algo quente perfurou meu peito, a ponta afiada e luminosa, brilhando como a própria lua, agora manchada em meu sangue. Era quente e eu sentia como se queimasse a minha carne. Cuspi sangue no chão e me afastei para frente, ativando a regeneração de Dragão. Mas antes que eu pudesse fazer algo mais meus olhos foram cegados pela luz ofuscante.

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VISÃO DA MAKIO

Não era algo que seria aprovado pelos professores, mas nenhum de nós dois se importou. Não teve malícia ou segundas intenções ao dormirmos na mesma cama. Eu e Bakugou. Abraçados para dormir, sentindo o cheiro um do outro.

Foi reconfortante acordar e saber que ele estava ali. Em parte porque eu não queria ficar sozinha, mas havia outro motivo também...

O que foi aquela reação hesitante dele ontem?

-- Makio? -- Ouço batidas na porta do meu quarto. A voz de Haru me fez gelar. Ele não pode ver o Bakugou aqui!

Me levanto num pulo, até Bakugou acordou e me olhou confuso, eu fiz sinal de silêncio e fui até a porta, abrindo uma fresta mínima e deixando apenas meu rosto a vista.

Seja a minha luz Katsuki BakugouOnde histórias criam vida. Descubra agora