XV

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No dia seguinte

-- Vocês ficam falando de fugir -- Começa a falar Uwabame assim que nos sentamos para comer o café da manhã -- Vocês realmente acreditam nisso? Vocês podem só ter me visto aqui, mas esse lugar está infestado de vilões, eu só trabalho no ponto mais isolado.

-- Acreditar não custa nada -- Makio sorri nervosamente. Uwabame apenas a observa com um desprezo arrepiante no olhar. Nem Makio pode manter a postura diante daqueles olhos frios e sinistros.

Ficamos comendo em silêncio, e eu começei a me perguntar se Uwabame não era um verdadeiro psicopata. Quando ele mesmo disse "muitas informações para processar", ainda assim continuou mandando mais e mais informação pra cima de nós, claramente não se importando, ele esboça poucas reações, não parece ter empatia nenhuma pelos outros sem contar que não demonstra remorso algum por suas crueldades, apesar disso sinto que ele está tentando fingir que se importa com a gente, mas está claramente falhando, talvez ele não faça isso com Shigeo.

-- O Shigeo já está treinando? -- como se esperasse eu pensar no garoto Makio quebra o silencio citando o nome de nosso "meio-irmão".

-- Quer ve-lô?

--Assim que possível -- Makio o responde encarando. A conversa entre esses dois era estranha, ambos pareciam tentar falar o mínimo. E não tentavam esconder a grosseria.

Depois disso ficamos em silêncio novamente. Logo que terminamos se comer fomos levados a uma sala por outros corredores, alguns que pareciam subir, e assim como Uwabame disse, haviam outros vilões, mas eles apenas nos olharam feio e ignoraram.

Vi um vilão com o celular no bolso e uma ideia louca e repentina apareceu em minha mente, quando estávamos passando por ele eu propositalmente travei meu pé no chão, perdendo o equilíbrio e caindo nele, com essa distração, usei minha telecinese para que o celular dele viesse para dentro da minha roupa. Recebi um resmungo do vilão, e preocupação de Makio, mas ninguém parecia ter notado o que eu fiz.

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A sala era cinza, as paredes de cimento puro, um lugar não muito tecnológico comparado a onde estávamos "hospedados", nessa sala haviam vários equipamentos de academia, e um garoto estava lá, em uma esteira correndo, ele estava coberto de suor e parecia bem cansado, mas não parecia ter a intenção de parar.

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P.O.V MAKIO

Cabelos dourados, lisos, olhos também dourados. E aquele rosto....era idêntico ao vilão que eu prendi no estágio com Gang Orca, eu prendi o pai desse garoto.....não que eu sinta alguma culpa, mas era estranho pensar nisso.

-- Pai, quem são esses? São as pessoas de quem você falou no café? -- O garoto...Shigeo nos olhava com certa raiva, parando de correr -- Você os pegou de volta para me substituir? Não sou mais útil?

-- Não entenda errado garoto, quanto mais melhor -- Uwabame vai até ele e põe a mão na cabeça dele -- Eles não podem substituir você, nem você substituir eles.

Shigeo apenas nos encarou, inexpressivo, eu podia facilmente dizer que ele nem sabia o que pensar agora. Depois de alguns segundos ele deu de ombro e voltou a se concentrar em seus exercícios.

Decidi voltar e brincar com Eri, eu também queria ajudar Shigeo, mas sentia que seria mais difícil, por que ele parecia querer ficar aqui.

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-- quem é esse coelho verde? -- Eri aponta para meu desenho da turma com os trajes de heróis, só então que me dou conta do quão parecido com um coelho Midoriya realmente ficava.

Seja a minha luz Katsuki BakugouOnde histórias criam vida. Descubra agora